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O ESFORÇO HERÓICO DO BRIZOLISTA VIVALDO BARBOSA


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Publicado em 07 de dezembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

Mesmo tendo uma leitura consciente de que o trabalhismo no Brasil está em estado de inanição e não deve ultrapassar a cláusula de barreira da eleição de 2030; é justo louvar a resiliência política do homem público Vivaldo Barbosa, até então, reminiscente do PDT do Estado do Rio de Janeiro que acaba de requerer e conseguir junto ao TSE, a manutenção do registro do Partido Trabalhista Brasileiro, o histórico PTB.
A longa história do partido é bastante interessante para ser feito um prognóstico e saber se ainda tem vida útil depois de 78 anos de sua invenção.
Digo invenção porque, em verdade, ele foi inventado por Getúlio Vargas para dar suporte ao movimento do queremismo, para a volta do próprio inventor, ao poder e ao mesmo tempo servir de anteparo entre a classe operária varguista liderada pelos sindicatos e a crescente influencia do Partido Comunista Brasileiro, PCB, nas direções dos sindicatos.
O PTB foi fundado em 15 de maio de 1945, por vontade de Getúlio Vargas, com a articulação do seu ministro do trabalho Alexandre Marcondes Filho, com raízes no castilhismo gaúcho, tendo como maior ideólogo Alberto Pasqualini, e entre 1945 e 1964 foi o partido que mais cresceu em números de filiados e de votos.
Começou com 22 deputados federais em 1946; triplicou sua bancada para 66 em 1958, e em 1962 atingiu o expressivo número de 116 deputados federais, defendendo as bandeiras das reformas urbana, agrária e educacional, sendo acusado de comunista por defender a classe trabalhadora e os movimentos populares e seus direitos de organização.
O PTB se constituiu num baluarte em defesa do desenvolvimento da industrialização nacional e em defesa da Petrobras, na campanha do Petróleo é nosso, assim como na da nacionalização e exploração das riquezas minerais.
Em 1950 o PTB apresentou a candidatura de Getúlio Vargas a presidente da República e seu irmão de berço PSD, Partido Social Democrata, apresentou Cristiano Machado e ai, nasceu um fenômeno nunca antes visto na política brasileira e que ainda está vivo, “cristianizar”, que foi o PSD, mesmo tendo candidato próprio, apoiar massivamente Getúlio Vargas do PTB, que foi o vencedor.
Em 1955, a coligação voltou elegendo Juscelino Kubitschek presidente da República pelo PSD e João Goulart do PTB vice-presidente com um detalhe, João teve mais voto que Juscelino, posto que o eleitor votava em separado.
Eleito vice-presidente da República pelo PTB em 1960, com Jânio Quadros eleito presidente numa chapa PTN/UDN, João Goulart seria surpreendido quando estava em missão diplomática na China Popular, com a renúncia de Jânio Quadros, que vencera com estrondosa votação, e enfrentou a resistência militar para assumir, constitucionalmente, a presidência da República e no decorrer das crises aconteceu o golpe militar que gerou a ditadura militar que vigorou de 1964 a 1985.
Uma das causas mais significativas, interna, do golpe de Estado foi o ódio dos gorilas militares por João Goulart, quando ministro do trabalho de Getúlio Vargas ter conseguido um aumento de 100% ao Salário Mínimo, quando até hoje nunca explicaram a causa já que eles não pagavam o direito aos trabalhadores.
Em 1965 o PTB foi extinto junto com todos os partidos através da violência ditatorial do AI-2 e foi criado o bipartidarismo com MDB e ARENA, fórmula que vigorou até 1979.
Com a lei da anistia política em 1979 e a volta do pluripartidarismo, diversos trabalhistas históricos se mobilizaram para recriar o PTB e, numa acirrada disputa pela legenda entre o grupo liderado por Leonel Brizola e a sobrinha neta de Getúlio Vargas, Ivete Vargas, o Tribunal Superior Eleitoral, TSE, deu ganho de causa para Ivete Vargas, restando aos brizolistas fundarem o Partido Democrata Trabalhista, PDT, tudo isso no ano de 1980.
Das eleições gerais de 1982 até os dias de hoje, o PDT teve grandes momentos de crescimento no período de protagonismo de Leonel Brizola e hoje enfrenta, talvez, seu período de crepúsculo.
Já o velho, combativo e histórico PTB, vem caindo de degrau em degrau, chegando ao ápice de sua agonia política quando foi entregue de porteira fechada ao crápula Roberto Jeferson.
Em que pese o esforço heróico do liderado pelo honrado homem público Vivaldo Barbosa e outros de seu naipe; não há mais espaços para o trabalhismo e o resultado final da tentativa tende a ser arrastar o PDT para um esvaziamento melancólico, cujo desfecho final e agonizante será, também, não atingir a cláusula de barreira nas próximas eleições.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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