Quinta, 25 De Abril De 2024
       
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O fantasma da fome


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Publicado em 31 de julho de 2021
Por Jornal Do Dia


 

De acordo com informes recentes 
da Organização das Nações Uni
das para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos anos, vários fatores importantes colocaram o mundo fora do caminho para acabar com a fome e a desnutrição em todas as suas formas até 2030.
Infelizmente os desafios aumentaram com a pandemia do COVID-19 e as medidas de contenção relacionadas. E isto foi apresentado em um relatório que possui uma avaliação global da insegurança alimentar e desnutrição. No referido relatório é destacada a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre como melhor abordar a segurança alimentar global e a situação nutricional, pois o mundo encontra-se em um nível crítico de fome e desnutrição.
Além da pandemia do COVID-19, temos outros fatores que estão aumentando em frequência e intensidade, a exemplo de conflitos, variabilidade e extremos climáticos e desacelerações econômicas – todos exacerbados pelas causas subjacentes da pobreza e níveis muito altos e persistentes de desigualdade. Além disso, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de insegurança alimentar e diferentes formas de desnutrição porque não podem pagar o custo de dietas saudáveis. 
O Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, fez um forte apelo por mais investimentos nas áreas rurais e ações para erradicar a fome e a pobreza quando da realização da Pré-Cúpula de a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU.
Esta mensagem do Diretor Geral da FAO, vem em meio a uma piora dramática da fome no mundo em 2020, de acordo  com um relatório divulgado este mês pela FAO e seus parceiros , cerca de um décimo da população global – até 811 milhões de pessoas – passou fome no ano passado – até 161 milhões de pessoas a mais do que em 2019.
A pandemia também causou um declínio na renda agrícola e não agrícola e afetou negativamente a renda das famílias rurais em todas as regiões em desenvolvimento. Oitenta por cento das pessoas mais pobres do mundo, ou 600 milhões de pessoas – mais do que toda a população da Europa – vivem em áreas rurais, trabalham no setor agrícola e, ainda assim, vão para a cama com fome.
Precisamos de uma mobilização global, alavancando outros processos internacionais que viabilizem chegarmos a um mundo sem fome, dentro da perspectiva de alcançarmos os 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
De acordo com a FAO, mesmo antes da pandemia, mais de três bilhões de pessoas não podiam pagar por uma dieta saudável. Nesta época de COVID-19, muito mais pessoas não têm condições de pagar ou ter acesso a alimentos nutritivos, muitas vezes recorrendo a alimentos mais baratos e disponíveis. Os padrões de consumo também estão mudando para outras pessoas que estão se concentrando mais no papel das dietas em sua saúde, aumentando a demanda por alimentos frescos e nutritivos. Esta situação apresenta uma oportunidade para construirmos uma situação melhor no combate à fome.
Para mim como economista, esta questão da fome e o seu fantasma é uma oportunidade para que os governos se articulem para implementar e fortalecer políticas não apenas na agricultura, mas também em outros setores, como comércio, saúde, meio ambiente, educação e infraestrutura, para criar as condições para melhores dietas para a nossa população. 
Tem um clássico que li na minha época do doutoramento que me marcou profundamente, a Geografia da Fome, do brasileiro, médico e geógrafo, Josué de castro, que foi publicado pela primeira vez em 1946, e nele o autor realiza uma ampla abordagem das principais carências nutricionais existentes no Brasil e apresenta um perfil epidemiológico nutricional (desnutrição, hipovitaminoses, bócio endêmico, anemia ferropriva, etc.) que sobrepuseram-se às doenças crônicas não transmissíveis. Portanto, como a obra de Josué de Castro ainda é atual, a questão da fome no mundo e no Brasil ainda não foi resolvida.
Um segundo clássico que li nos meus escritos sobre as relações geopolíticas da agricultura brasileira foi o Ensaio sobre o princípio da população de Malthus, neste livro de 1798, portanto, há mais de 220 anos, ainda vemos que a fome a pobreza cresce e continua. Malthus apresenta na obra a teoria de que a fome e a pobreza no mundo eram perenes e que a população mundial crescia e continuaria crescendo a um ritmo mais acelerado do que a produção alimentícia.
No Brasil do ponto de vista de políticas públicas federais nós temos o Ministério da Cidadania que tem várias funções e programas, entre os quais gostaria de destacar o Bolsa Família que é um programa da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc), que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil.  O programa possui três eixos principais: complemento da renda; acesso a direitos; e articulação com outras ações a fim de estimular o desenvolvimento das famílias.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Ministério da Cidadania possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino.
Entendo que estes dois programas federais são importantes e auxiliam para que o Brasil possa superar o fantasma da fome que ronda a nossa sociedade. Mas ainda precisamos de muitas outras ações, que envolvem educação e preparação das gerações que estão chegando para que elas possam obter empregos e usufruam os avanços e conquistas científicas que conseguimos ao longo dos anos, mas acima de tudo que a fome seja superada e tenhamos mais equilíbrio social.

De acordo com informes recentes  da Organização das Nações Uni das para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos anos, vários fatores importantes colocaram o mundo fora do caminho para acabar com a fome e a desnutrição em todas as suas formas até 2030.
Infelizmente os desafios aumentaram com a pandemia do COVID-19 e as medidas de contenção relacionadas. E isto foi apresentado em um relatório que possui uma avaliação global da insegurança alimentar e desnutrição. No referido relatório é destacada a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre como melhor abordar a segurança alimentar global e a situação nutricional, pois o mundo encontra-se em um nível crítico de fome e desnutrição.
Além da pandemia do COVID-19, temos outros fatores que estão aumentando em frequência e intensidade, a exemplo de conflitos, variabilidade e extremos climáticos e desacelerações econômicas – todos exacerbados pelas causas subjacentes da pobreza e níveis muito altos e persistentes de desigualdade. Além disso, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de insegurança alimentar e diferentes formas de desnutrição porque não podem pagar o custo de dietas saudáveis. 
O Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, fez um forte apelo por mais investimentos nas áreas rurais e ações para erradicar a fome e a pobreza quando da realização da Pré-Cúpula de a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU.
Esta mensagem do Diretor Geral da FAO, vem em meio a uma piora dramática da fome no mundo em 2020, de acordo  com um relatório divulgado este mês pela FAO e seus parceiros , cerca de um décimo da população global – até 811 milhões de pessoas – passou fome no ano passado – até 161 milhões de pessoas a mais do que em 2019.
A pandemia também causou um declínio na renda agrícola e não agrícola e afetou negativamente a renda das famílias rurais em todas as regiões em desenvolvimento. Oitenta por cento das pessoas mais pobres do mundo, ou 600 milhões de pessoas – mais do que toda a população da Europa – vivem em áreas rurais, trabalham no setor agrícola e, ainda assim, vão para a cama com fome.
Precisamos de uma mobilização global, alavancando outros processos internacionais que viabilizem chegarmos a um mundo sem fome, dentro da perspectiva de alcançarmos os 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
De acordo com a FAO, mesmo antes da pandemia, mais de três bilhões de pessoas não podiam pagar por uma dieta saudável. Nesta época de COVID-19, muito mais pessoas não têm condições de pagar ou ter acesso a alimentos nutritivos, muitas vezes recorrendo a alimentos mais baratos e disponíveis. Os padrões de consumo também estão mudando para outras pessoas que estão se concentrando mais no papel das dietas em sua saúde, aumentando a demanda por alimentos frescos e nutritivos. Esta situação apresenta uma oportunidade para construirmos uma situação melhor no combate à fome.
Para mim como economista, esta questão da fome e o seu fantasma é uma oportunidade para que os governos se articulem para implementar e fortalecer políticas não apenas na agricultura, mas também em outros setores, como comércio, saúde, meio ambiente, educação e infraestrutura, para criar as condições para melhores dietas para a nossa população. 
Tem um clássico que li na minha época do doutoramento que me marcou profundamente, a Geografia da Fome, do brasileiro, médico e geógrafo, Josué de castro, que foi publicado pela primeira vez em 1946, e nele o autor realiza uma ampla abordagem das principais carências nutricionais existentes no Brasil e apresenta um perfil epidemiológico nutricional (desnutrição, hipovitaminoses, bócio endêmico, anemia ferropriva, etc.) que sobrepuseram-se às doenças crônicas não transmissíveis. Portanto, como a obra de Josué de Castro ainda é atual, a questão da fome no mundo e no Brasil ainda não foi resolvida.
Um segundo clássico que li nos meus escritos sobre as relações geopolíticas da agricultura brasileira foi o Ensaio sobre o princípio da população de Malthus, neste livro de 1798, portanto, há mais de 220 anos, ainda vemos que a fome a pobreza cresce e continua. Malthus apresenta na obra a teoria de que a fome e a pobreza no mundo eram perenes e que a população mundial crescia e continuaria crescendo a um ritmo mais acelerado do que a produção alimentícia.
No Brasil do ponto de vista de políticas públicas federais nós temos o Ministério da Cidadania que tem várias funções e programas, entre os quais gostaria de destacar o Bolsa Família que é um programa da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc), que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil.  O programa possui três eixos principais: complemento da renda; acesso a direitos; e articulação com outras ações a fim de estimular o desenvolvimento das famílias.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Ministério da Cidadania possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino.
Entendo que estes dois programas federais são importantes e auxiliam para que o Brasil possa superar o fantasma da fome que ronda a nossa sociedade. Mas ainda precisamos de muitas outras ações, que envolvem educação e preparação das gerações que estão chegando para que elas possam obter empregos e usufruam os avanços e conquistas científicas que conseguimos ao longo dos anos, mas acima de tudo que a fome seja superada e tenhamos mais equilíbrio social.

 

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