Quarta, 23 De Abril De 2025
       
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O Impacto do Novo Coronavírus na Economia Brasileira


Publicado em 24 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Jussara Carvalho Batista Esteves
Em dezembro de 2019, na cidade de 
Wuhan, capital da província de Hubei, no 
centro da China, surgiu uma doença misteriosa que a princípio não foi levada muito a sério.
Ocasionada por um novo tipo de coronavírus, a infecção respiratória COVID-19 pegou o mundo de surpresa e logo espalhou-se rapidamente pelos cincos continentes, assustando os profissionais da saúde pela facilidade de contágio e letalidade, especialmente entre os idosos.
No início da última semana de março, o número de casos confirmados chegava a 380.000 no planeta, com 16.500 mortes – 1.891 e 34, respectivamente, no Brasil.
Como os riscos de pandemia foram inicialmente descartados, a primeira leva de medidas para reduzir a proliferação da COVID-19 no mundo foi extremamente lenta tanto no que diz respeito à saúde pública como à economia. Precisamente, no Brasil, em meados de março, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um pacote de estímulo de 147 bilhões de reais que apenas antecipava o desembolso de recursos que já seriam liberados neste ano, como o 13º salário de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o abono para trabalhadores formais que ganham até dois salários mínimos por mês. Porém, as posturas começaram a mudar diante do aumento dos estragos em potencial em alguns continentes.
Na área da saúde, o ministro Luiz Henrique Mandetta, prevendo um número imensurável de mortes, adotou medidas mais radicais como o isolamento social decretando o fechamento de instituições no sentido de evitar aglomerações e o vírus se expandir rapidamente.
Essa recomendação alterou todo o cenário econômico até os dias atuais, como veremos no próximo item.
2. IMPACTO DO CONVID-19 NA ECONOMIA BRASILEIRA
Diante do avanço da COVID-19 em vários continentes e a confirmação do estágio de pandemia, as autoridades de saúde pública em todo o mundo tomaram atitudes mais rígidas para conter a doença e evitar danos mais consistentes na economia. No Brasil as principais determinaram que empresas de setores considerados não essenciais fechassem as portas e cidadãos se recolhessem às suas casas, saindo o mínimo possível. A alternativa a ser considerada, passado o desespero de primeira hora, é a mitigação do contágio. Com restrições à circulação um pouco menos severas, a economia pode continuar funcionando em um ritmo lento, porém que permita a solvência da administração pública e a sobrevivência de mais negócios e empregos depois do surto, além de melhorar a qualidade de vida da população em geral.
Tais medidas na área da saúde afetaram diretamente a economia brasileira. Nesse cenário, o ministro Paulo Guedes anunciou um programa de R$ 147,3 bilhões para a economia no período de três meses no qual seriam direcionados até R$ 83,4 bilhões para a população mais vulnerável, R$ 39,4 bilhões para sustentação do mercado de trabalho. Além disso, o pacote prevê medidas que disponibilizem recursos como a antecipação para maio da segunda parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS, a antecipação para junho de R$ 12,8 bilhões do abono salarial e a transferência para o FGTS de valores não sacados do PIS/Pasep. Por fim, o projeto Bolsa Família foi expandido e receberá uma injeção de R$ 3,1 bilhões.
Além disso, em 27 de março de 2020, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, anunciou um crédito no valor de R$ 40 bilhões para pequenas e médias empresas com o intuito de efetuarem os pagamentos dos funcionários, em meio ao prejuízo causado pela pandemia de coronavírus. O crédito é destinado a empresas que possuem faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões ao ano e será financiado por dois meses. Tais pagamentos serão realizados diretamente na conta dos funcionários e são limitados a dois salários mínimos por empregado, com taxa de juros de 3,75% ao ano, carência de seis meses e 36 meses de prazo. A estimativa é de que 1,4 milhões de empresas sejam beneficiadas. Segundo o presidente do banco, 45% dos custos de uma pequena ou média empresa vêm do pagamento de salários. O único impasse é que os bancos brasileiros ainda não liberaram esses recursos por receio de golpes.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite da última quinta-feira, 2 de abril de 2020, o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais. A medida faz parte de mais uma estratégia do Ministério da Economia para o combate ao novo coronavírus. O "coronavoucher", como ficou conhecido, será pago durante três meses – mães encarregadas do sustento familiar também receberão um auxílio de R$ 1.200. De acordo com a pasta chefiado pelo ministro Paulo Guedes, o impacto econômico desse auxílio será de R$ 44 bilhões ao longo desses três meses.
Esse pagamento está previsto para ser realizado a partir do dia 10 de abril de 2020 às pessoas que são cadastradas no Bolsa família, enquanto os que não estão no Cadastro Único deverão se cadastrar no aplicativo oficial para repasse desse recurso.
De acordo com levantamento do IBGE (2019), aproximadamente 13,5 milhões de habitantes vivem em situação de extrema pobreza no Brasil. São famílias com salários abaixo de R$ 552,00 por mês, sendo que quase 75% dessa população são pretos e pardos. Além disso, existe mais um agravante: o desemprego, que chegou a aproximadamente 11,6 milhões de brasileiros no 4º trimestre do ano passado, o que representa uma taxa de desemprego de 10,6%.
O número de desalentados, pessoas aptas a trabalhar, porém que desistiram de procurar emprego, chegou a 4,6 milhões de trabalhadores. Esse número, que já era estarrecedor, tende ase agravar com a crise econômica atual resultada pelo avanço do novo coronavírus no país.
3.CONCLUSÃO
Diante desses impactos na economia a partir da crise provocada pelo novo coronavírus, embora o Governo Federal tenha situação fiscal de R$ 700 bilhões de reais, está previsto um aumento no ajuste fiscal no valor de aproximadamente R$ 120 bilhões para investir em despesas de caráter temporário na situação de calamidade pública na qual o Brasil se encontra.
O objetivo central é priorizar a proteção de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e garantir recursos suficientes para saúde para, finalmente, manter os estudos voltados ao ajuste fiscal e às outras reformas que o país precisa fazer em caráter de emergência.
Por fim, mesmo diante desse cenário, no momento o mais interessante é seguir todas as recomendações das autoridades da área da saúde e se prevenir do coronavírus em uma corrente de respeito e união na certeza de que tudo isso vai passar e de que a economia brasileira vai retomar do seu ponto de partida para melhor garantir o desenvolvimento econômico e local de toda a população
* Jussara Carvalho Batista Esteves, economista. M. Sc. Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pós-graduação em Desenvolvimento
Econômico Regional (UFS). Analista em Desenvolvimento Regional – Economista CODEVASF 4ªSR- Unidade de Finanças 4ªGRA/UFN.

* Jussara Carvalho Batista Esteves

Em dezembro de 2019, na cidade de  Wuhan, capital da província de Hubei, no  centro da China, surgiu uma doença misteriosa que a princípio não foi levada muito a sério.
Ocasionada por um novo tipo de coronavírus, a infecção respiratória COVID-19 pegou o mundo de surpresa e logo espalhou-se rapidamente pelos cincos continentes, assustando os profissionais da saúde pela facilidade de contágio e letalidade, especialmente entre os idosos.
No início da última semana de março, o número de casos confirmados chegava a 380.000 no planeta, com 16.500 mortes – 1.891 e 34, respectivamente, no Brasil.
Como os riscos de pandemia foram inicialmente descartados, a primeira leva de medidas para reduzir a proliferação da COVID-19 no mundo foi extremamente lenta tanto no que diz respeito à saúde pública como à economia. Precisamente, no Brasil, em meados de março, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um pacote de estímulo de 147 bilhões de reais que apenas antecipava o desembolso de recursos que já seriam liberados neste ano, como o 13º salário de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o abono para trabalhadores formais que ganham até dois salários mínimos por mês. Porém, as posturas começaram a mudar diante do aumento dos estragos em potencial em alguns continentes.
Na área da saúde, o ministro Luiz Henrique Mandetta, prevendo um número imensurável de mortes, adotou medidas mais radicais como o isolamento social decretando o fechamento de instituições no sentido de evitar aglomerações e o vírus se expandir rapidamente.
Essa recomendação alterou todo o cenário econômico até os dias atuais, como veremos no próximo item.

2. IMPACTO DO CONVID-19 NA ECONOMIA BRASILEIRA
Diante do avanço da COVID-19 em vários continentes e a confirmação do estágio de pandemia, as autoridades de saúde pública em todo o mundo tomaram atitudes mais rígidas para conter a doença e evitar danos mais consistentes na economia. No Brasil as principais determinaram que empresas de setores considerados não essenciais fechassem as portas e cidadãos se recolhessem às suas casas, saindo o mínimo possível. A alternativa a ser considerada, passado o desespero de primeira hora, é a mitigação do contágio. Com restrições à circulação um pouco menos severas, a economia pode continuar funcionando em um ritmo lento, porém que permita a solvência da administração pública e a sobrevivência de mais negócios e empregos depois do surto, além de melhorar a qualidade de vida da população em geral.
Tais medidas na área da saúde afetaram diretamente a economia brasileira. Nesse cenário, o ministro Paulo Guedes anunciou um programa de R$ 147,3 bilhões para a economia no período de três meses no qual seriam direcionados até R$ 83,4 bilhões para a população mais vulnerável, R$ 39,4 bilhões para sustentação do mercado de trabalho. Além disso, o pacote prevê medidas que disponibilizem recursos como a antecipação para maio da segunda parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS, a antecipação para junho de R$ 12,8 bilhões do abono salarial e a transferência para o FGTS de valores não sacados do PIS/Pasep. Por fim, o projeto Bolsa Família foi expandido e receberá uma injeção de R$ 3,1 bilhões.
Além disso, em 27 de março de 2020, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, anunciou um crédito no valor de R$ 40 bilhões para pequenas e médias empresas com o intuito de efetuarem os pagamentos dos funcionários, em meio ao prejuízo causado pela pandemia de coronavírus. O crédito é destinado a empresas que possuem faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões ao ano e será financiado por dois meses. Tais pagamentos serão realizados diretamente na conta dos funcionários e são limitados a dois salários mínimos por empregado, com taxa de juros de 3,75% ao ano, carência de seis meses e 36 meses de prazo. A estimativa é de que 1,4 milhões de empresas sejam beneficiadas. Segundo o presidente do banco, 45% dos custos de uma pequena ou média empresa vêm do pagamento de salários. O único impasse é que os bancos brasileiros ainda não liberaram esses recursos por receio de golpes.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite da última quinta-feira, 2 de abril de 2020, o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais. A medida faz parte de mais uma estratégia do Ministério da Economia para o combate ao novo coronavírus. O "coronavoucher", como ficou conhecido, será pago durante três meses – mães encarregadas do sustento familiar também receberão um auxílio de R$ 1.200. De acordo com a pasta chefiado pelo ministro Paulo Guedes, o impacto econômico desse auxílio será de R$ 44 bilhões ao longo desses três meses.
Esse pagamento está previsto para ser realizado a partir do dia 10 de abril de 2020 às pessoas que são cadastradas no Bolsa família, enquanto os que não estão no Cadastro Único deverão se cadastrar no aplicativo oficial para repasse desse recurso.
De acordo com levantamento do IBGE (2019), aproximadamente 13,5 milhões de habitantes vivem em situação de extrema pobreza no Brasil. São famílias com salários abaixo de R$ 552,00 por mês, sendo que quase 75% dessa população são pretos e pardos. Além disso, existe mais um agravante: o desemprego, que chegou a aproximadamente 11,6 milhões de brasileiros no 4º trimestre do ano passado, o que representa uma taxa de desemprego de 10,6%.
O número de desalentados, pessoas aptas a trabalhar, porém que desistiram de procurar emprego, chegou a 4,6 milhões de trabalhadores. Esse número, que já era estarrecedor, tende ase agravar com a crise econômica atual resultada pelo avanço do novo coronavírus no país.

3.CONCLUSÃO
Diante desses impactos na economia a partir da crise provocada pelo novo coronavírus, embora o Governo Federal tenha situação fiscal de R$ 700 bilhões de reais, está previsto um aumento no ajuste fiscal no valor de aproximadamente R$ 120 bilhões para investir em despesas de caráter temporário na situação de calamidade pública na qual o Brasil se encontra.
O objetivo central é priorizar a proteção de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e garantir recursos suficientes para saúde para, finalmente, manter os estudos voltados ao ajuste fiscal e às outras reformas que o país precisa fazer em caráter de emergência.
Por fim, mesmo diante desse cenário, no momento o mais interessante é seguir todas as recomendações das autoridades da área da saúde e se prevenir do coronavírus em uma corrente de respeito e união na certeza de que tudo isso vai passar e de que a economia brasileira vai retomar do seu ponto de partida para melhor garantir o desenvolvimento econômico e local de toda a população

* Jussara Carvalho Batista Esteves, economista. M. Sc. Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pós-graduação em DesenvolvimentoEconômico Regional (UFS). Analista em Desenvolvimento Regional – Economista CODEVASF 4ªSR- Unidade de Finanças 4ªGRA/UFN.

 

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