O IMPERIO NOS AGRIDE
Publicado em 07 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
O “grande irmão do norte”, o império americano, é, por índole, um poder agressivo. Hoje, mais ainda hegemônico, ele não admite os freios que as regras da convivência internacional estabelecem para conter o excesso da força, e faz isso impunemente, porque tem poder bélico suficiente para desafiar, se for preciso, o mundo. Não é novidade a bisbilhotice de um país por outro. Isso se chama espionagem. Nas cortes europeias, onde o sangue misturado dos troncos da realeza estabelecia um condomínio transnacional, mesmo assim os ¨primos¨ se combatiam, e mais ainda, viviam a se espionar mutuamente. Antes de se engolfarem no morticínio da primeira grande guerra, o tzar Nicolau da Rússia e o Kaiser Guilherme da Alemanha, que eram primos, trocavam cartas onde se tratavam por “Meu caro Nick” ou “Meu querido Willy”, enquanto suas redes de espionagem agiam incessantemente. O Império Austro-Húngaro era um fornecedor de belas, ou nem tanto, loiras princesas casadoiras, que nas alcovas de vários países, onde dormiam com reis, príncipes ou imperadores, se tornavam privilegiadas informantes a serviço dos interesses de Viena. Princesas austríacas fizeram isso das cortes de Paris ao Rio de Janeiro.
Mas o que querem mesmo os americanos quando vigiam eletronicamente o que faz a nossa presidente Dilma? O Brasil não representa nenhuma ameaça militar, é um país quase desarmado, sem ambições de conquistar nem mesmo um palmo de terra da Guiana ou da Bolívia, quando mais do poderoso Estados Unidos da América. Na verdade o interesse é puramente econômico. O terrorismo é o disfarce, o pretexto. Barack Obama, como todos os seus antecessores, é mais um agente público instalado na Casa Branca a serviço dos interesses das grandes corporações. Por isso, ele espiona o Brasil, quer atacar a Síria, atendendo aos desejos da indústria bélica e dos seus generais lobistas. A Síria tem armas químicas, utilizou-as contra seu próprio povo? E dai, por acaso não foram os americanos os primeiros a usar gases venenosos contra os seus cidadãos? Isso aconteceu em uma universidade. O ano 1968. O palco, o campus de um dos grandes templos do conhecimento, Berkeley. E quem cometeu genocídio com napalm contra o povo vietnamita?
Os arsenais de Israel estão repletos de armas químicas, de bombas atômicas, mas a Síria que tem desde 1967 uma parte do seu território anexado à força pelo vizinho que é livre para fazer o que bem entende, deve ser duramente castigada.
Quem ousaria igualar ao lixo os princípios éticos do império que descaradamente nos espiona? Pelo menos, contra nós, o império só nos espiona, ainda não nos aponta os seus mísseis.