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O JD e eu
Publicado em 19 de março de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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O aniversário deste Jornal do Dia me convida a olhar para trás, há 20 anos, quando eu tinha muito cabelo, pouco juízo, os bolsos furados e o futuro inteiro pela frente.
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Eu não sabia nada da vida, nem da rotina de um jornal diário. Pouco sabia do ofício de repórter. Ainda assim, escrevi a primeira matéria de capa do JD, sobre uma rebelião no sistema prisional do estado, episódio mais ou menos corriqueiro àquela altura. Matéria necessária, vocabulário sem graça. Os pruridos beletristas, percebi depressa, não constavam entre as ferramentas de meu ganha pão.
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Eu era só um repórter estagiário, em vias de completar a graduação em Comunicação Social na Universidade Federal de Sergipe. Aqui, no entanto, engoli na marra o feijão com arroz da profissão, fiz-me escravo dos fatos. E também ganhei guarita para explorar as nuances da crônica de costumes, o lirismo dos adjetivos indiscretos, os saltos da imaginação.
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Encontrei nestas páginas os melhores professores de um jovem aspirante a jornalista, a começar por Gilvan Manoel, editor deste diário, assinatura sob os textos mais precisos do nosso colunismo político, a ética como diapasão, lâmina afiada.
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Cito Gilvan Manoel, assim como poderia citar tantos outros, notáveis colaboradores do JD. Com Luciano Correia, por exemplo, aprendi a tirar o melhor proveito da polêmica, quando esta é incontornável. O texto caudaloso de Luís Eduardo Costa ensinou-me a fazer da opinião pura e simples uma boa história. Imito Lelê Teles e me permito a fazer graça com as palavras, virado em moleque outra vez.
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Hoje, sou apenas quem eu sou, um jornalista profissional grato pelas oportunidades inesperadas da vida, aos colegas de ofício, aos amigos das redações. Afirmo sem nenhuma demagogia, sem receio de soar como o pelego que nunca fui: devo tudo à coragem de Elenilton Pereira, o maior responsável pela aventura insana de criar um jornal diário amparado exclusivamente pelos próprios recursos. Não posso reclamar da sorte. Eu nunca seria quem eu sou se não houvesse este JORNAL DO DIA.