O Júlio Augusto Maynard que conheci
Publicado em 26 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia
* José Paulino da Silva
Quero com este pequeno artigo prestar minha homenagem póstuma a Júlio Augusto Maynard Garcez, cuja vida à altura de seus 65 anos, foi ceifada tragicamente na tarde da última sexta feira dia 20 e, a cujo sepultamento, por motivo de viagem fora do estado, não pude comparecer. Mais que um amigo, eu o considerava um irmão. Desde 1970, quando cheguei em Aracaju, fui acolhido pela família de seus pais José Garcez Vieira e Lygia Maynard Garcez.
Maynard ou simplesmente Doutor como eu gostava de chamá-lo, era uma daquelas pessoas que portava qualidades humanas excepcionais, sendo a simplicidade e a discrição os dois traços mais marcantes de sua personalidade que sempre me impressionaram desde quando o conheci. Somavam-se a estas virtudes, a gentileza no trato com as pessoas, a retidão de conduta no exercício de sua profissão e de seus negócios, qualidades que o fizeram respeitado e, sobretudo, querido nos órgãos públicos onde prestou relevantes serviços ao estado de Sergipe. O mesmo se diga, ao fazer do entretenimento um espaço importante de amor à vida e à natureza, pela dedicação que sempre dispensou como velejador, sócio e dirigente do Iate Clube de Aracaju em cuja bandeira seu caixão foi envolto.
Sempre que o encontrava, era um prazer puxar um ou dois dedos de prosa para usufruir da riqueza e da grandeza de sua alma. Observador perspicaz, palavra mansa, humor fino, sorriso que inspirava confiança em si e acolhida ao interlocutor. Quem o encontrasse pela primeira vez, poderia ter a impressão de estar diante de uma personalidade retraída, tímida. Mas com o tempo, podia-se observar que estávamos diante de alguém de convicções firmes e positivas naquilo que dizia, naquilo que fazia. Portava sem ostentação, com a modéstia que lhe era peculiar, entre outras qualidades: honestidade, honradez, senso ético, bondade, todas virtudes que faziam parte de sua personalidade que herdara do DNA e da educação que recebera de sua família.
Sua partida para a outra dimensão da vida, instalou uma grande ausência nos corações de seus familiares e amigos. Ausência que não significa vazio. Em cada um de nós há um espaço espiritual, afetivo de onde emanam nossa saudade, nossas orações,nossas evocações, nossas lembranças de sua pessoa iluminada,nossas lágrimas como expressão de nossa afeição, de nossa dor. Sua ausência física fortalece em nós a certeza de que a vida continua e de que em algum lugar do outro lado, há uma luz a mais a nos iluminar, a nos guiar, a nos confortar quando dele precisarmos e a ele invocarmos.