O justo e o pecador
Publicado em 09 de junho de 2021
Por Jornal Do Dia
Donos de bares e restaurantes representados pela Abrasel/SE não querem o justo equipa rado ao pecador. Em ofício encaminhado ao Governo de Sergipe e a Prefeitura de Aracaju, reivindicam a devida fiscalização e punição rigorosa para quem descumprir os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo poder público, a fim de conter o contágio por Covid-19. Aparentemente, os empresários finalmente perceberam que não adianta pregar o fim das medidas de restrição a qualquer custo, como muitos faziam até agora.
A lógica é simples: Sem vacinação em massa, sem as restrições impostas à aglomeração de pessoas, a pandemia não terá fim tão cedo. Melhor se adaptar às circunstâncias do que tapar o sol com uma peneira e negar os dados da realidade. Do contrário, o número de empresários quebrados e trabalhadores desempregados não vai parar de crescer. O número de brasileiros mortos e vidas ceifadas pelo vírus, também não.
De fato, a reivindicação da Abrasel faz muito sentido. Não é difícil flagrar estabelecimentos apinhados de gente. Focos alegres de contágio, estes bares e restaurantes atentam não apenas contra a vida de seus clientes, mas, sobretudo, contra o próprio sustento de seus proprietários. Com o eventual recrudescimento da pandemia, as medidas de restrição terão de se tornar mais rígidas, na mesma proporção. Ninguém deseja fechar as portas novamente.
Já chega perto de 500 mil, o número de brasileiros enterrados pela Covid. Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro continua pregando o mantra assassino do negacionismo. Os empresários não precisam seguir na mesma toada.