O ‘Lampejo’ de Bruna Brandão

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

Quem frequentava a noite da aldeia, antes de viver Aracaju se transformar em risco de vida por força da pandemia, certamente já a viu em cima do palco, cantando e encantando plateias com uma voz de força rara. Somente agora, no entanto, Bruna Brandão tomou coragem para defender as próprias canções. Ano passado, o single ‘Leoa’ caiu na rede, um debut repleto de potência. Agora, ela quer ir mais longe e reivindica mais do que aplausos. O apoio do prezado público é fundamental para o lançamento do EP ‘Lampejo’.
Uma voz potente… O leitor me perdoe o emprego de adjetivo tão gasto, próprio dos catálogos de arte contemporânea mais enfadonhos. Mas é de explosão, de fato, que se trata aqui. Mulher inteira, dessas capazes de cair de amor quando o coração bate mais forte, Bruna canta sempre a plenos pulmões, senhora de si mesma. A sua ‘Leoa’ governa uma atmosfera dream pop de sensualidade latente, com synths no alto e até alguns rasgos astrais. É na sua voz, entretanto, que a fêmea aparece encarnada – um animal de garras afiadas, cheia de dentes.
Bruna explica as razões por trás do próprio impulso, quando as seis canções de ‘Lampejo’ foram paridas, quase a citar os versos de Cecília Meireles. “Coisa de acender”, ela afirma. Estava escuro, por isso o canto.
“As canções nasceram no final de 2019, quando descobri um tumor cerebral. As ideias ganharam ainda mais força em 2020, com a quarentena imposta pela Covid-19. Elas foram um bálsamo, como um clarão iluminando um momento de escuridão”.
A campanha de ‘Lampejo’ já está disponível no site da Vakinha, uma plataforma de financiamento colaborativo, com as recompensas de praxe. Quem estiver disposto a riscar um fósforo deve procurar a campanha ‘Apoie a artista Bruna Brandão’.