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O lixo de João Alves


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Publicado em 11 de dezembro de 2016
Por Jornal Do Dia


Tribuna 

 

O lixo de João Alves

 

O lixo voltou a ficar acumulado nas ruas mais uma vez ao longo da semana passada. É reflexo da péssima gestão do prefeito João Alves Filho. Em quatro anos, ele conseguiu destruir a Prefeitura de Aracaju, que sempre foi considerada uma das mais organizadas do País.

O prefeito eleito Edvaldo Nogueira (PCdoB) vem conversando com colegas eleitos em outras capitais e constatou que Aracaju é a cidade que apresenta o maior número de problemas neste período de transição. Nenhum serviço oferecido pelo município está em pleno funcionamento.

Os postos de saúde estão abertos, mas praticamente não há atendimentos, faltam remédios básicos, os servidores estão quase sempre de braços cruzados desde o final do ano passado, por conta dos frequentes atrasos nos salários. Somente quando faltavam poucos meses para acabar a administração, é que os órgãos de controle passaram a adotar medidas saneadoras, para que servidores recebam e os serviços básicos não sejam paralisados de vez.

Mesmo assim, na terça-feira, a empresa que faz a coleta de lixo, contratada emergencialmente por João Alves no início do ano, suspendeu a coleta por atraso nos pagamentos já renegociados. No feriado de quinta-feira, quem acompanhou a procissão de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Aracaju, ficou espantado com as montanhas de lixo acumuladas nas ruas, inclusive nos calçadões da João Pessoa e Laranjeiras. O lixo na área só começou a ser recolhido na tarde de sexta-feira.

Há alguns dias, o conselheiro Ulices Andrade, responsável no TCE pelas contas da PMA, questionou para onde estava indo o dinheiro da Prefeitura de Aracaju. Sem resposta, optou por bloqueios parciais. A PMA continua recebendo os repasses do fundo de participação, impostos e taxas e tem uma receita diária em recursos próprios de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, que parecem sumir na rede bancária.

Em 2013, João Alves recebeu de Edvaldo Nogueira uma prefeitura saneada, com as contas em dia e com os serviços em pleno funcionamento. Vai devolver uma cidade bagunçada, imunda e com dívidas imediatas equivalentes a um terço do orçamento do município para todo o ano de 2017. Em março de 2013, Nilson Lima, primeiro secretário da Fazenda de João Alves, concedeu entrevista coletiva para afirmar que todos os débitos deixados pela administração anterior já haviam sido pagos, sinal de que não havia nada errado.

Este ano, no início do processo eleitoral, foi divulgada gravação do vice-prefeito José Carlos Machado, denunciando que "os secretários de João só queriam roubar, e que o prefeito não se preocupava com isso". Machado foi rifado da chapa de João Alves que tentou a reeleição e obteve menos de 10% dos votos, mas o caos implantado na cidade confirma ao menos o desleixo com a administração municipal. E o prefeito João Alves sumiu, não aparece mais nem em seu gabinete.

Nos quatro anos de administração, João Alves elevou o IPTU redefinindo o valor das plantas dos imóveis e estabeleceu um aumento progressivo anual. Ninguém sabe onde foi parar esse dinheiro, porque a Procuradoria do Município continua executando quem deixa de honrar com suas obrigações, inclusive ameaçando leiloar os próprios imóveis. A taxa de iluminação pública foi criada para resolver o problema da escuridão e Aracaju está mais escura do que nunca, a não ser nas grandes avenidas das áreas nobres.

A rede bancária informou a equipe de transição de Edvaldo Nogueira, que o prefeito João Alves Filho não vem repassando nem mesmo os recursos dos empréstimos consignados – a prefeitura desconta na folha do servidor, mas não repassa para os bancos. O débito acumulado seria de R$ 12 milhões.

Neste momento, já há também uma articulação entre os empresários de ônibus e setores da Prefeitura de Aracaju para definir o reajuste do transporte antes da posse do novo prefeito. Nos quatro anos de João Alves, as tarifas de ônibus subiram sempre acima da inflação e não seria surpresa se ele tentasse adotar um novo aumento para coroar a sua negligente administração.

Com o caos implantado, os 20 dias que separam a administração João Alves do novo prefeito serão muito longos.

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A rede bancária já informou a equipe de transição de Edvaldo Nogueira, que o prefeito João Alves Filho não vem repassando nem mesmo os recursos dos empréstimos consignados – a prefeitura desconta na folha do servidor, mas não repassa para os bancos. O débito acumulado seria de R$ 12 milhões

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Nova equipe

O prefeito eleito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), anunciará, nesta segunda-feira, 12, os nomes de parte do seu secretariado, em coletiva de imprensa. O anúncio ocorrerá no auditório do Sindicato dos Bancários, às 8 horas.

Até o momento ele confirmou apenas o nome de Jeferson Passos para a Secretaria da Fazenda. Passos é do PCdoB e ocupou o cargo na gestão anterior. O jornalista Carlos Cauê será o secretário de Governo. A vice-prefeita Eliane Aquino (PT) não será secretária, mas terá um cargo de coordenadora de políticas sociais do município.

O nome do secretário nacional de Finanças do PT, ex-deputado federal Márcio Macedo, vem sendo cotado para a Secretaria de Meio Ambiente; e o ex-secretário de Segurança Pública, ex-deputado federal Mendonça Prado, para Defesa Social e Cidadania, que vincula a SMTT e Guarda Municipal.

A decisão de nomear Cauê para a secretaria de Governo e não de Comunicação, abre espaço para outros profissionais. Desde que deixou a Secom do Estado, em 2014, Cauê avisou que não pretendia mais assumir essa pasta.

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Festas caras

Os números foram revelados pela delegada Daniele Garcia, do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deotap) da SSP durante palestra no I Seminário de Gestão Municipal, que ocorreu no Tribunal de Contas do Estado (TCE): dez municípios gastaram R$ 55 milhões com festas, contratadas a apenas quatro empresas. O mais grave, segundo a delegada, é que municípios em situação mais crítica, inclusive com atraso no pagamento de pessoal, é que mais gastaram com as festas.

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Atraindo prefeitos

 

O governador Jackson Barreto iniciou o trabalho para atrair prefeitos eleitos pela oposição. Na sexta-feira, esteve em Simão dias e Poço Verde, entregando benefícios do Projeto Dom Távora, ao lado de prefeitos dos dois municípios, hoje na oposição.

Apesar da crise financeira do Estado, que afeta principalmente o pagamento dos servidores públicos, o governo tem um volume de obras contratadas e vem conseguindo manter o funcionamento dos serviços.

A partir do momento em que ele admitiu que poderá ser mesmo candidato a senador em 2018, passou a ter maior atenção com a organização dos partidos que integram o bloco do governo. Prevê um novo confronto entre o seu grupo e os irmãos Amorim, agora aliados ao senador Valadares.

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Prefeito afastado

 

Por decisão judicial, o prefeito não reeleito de Telha, Domingos Neto (PSC) e o seu secretário de Finanças, Elton Santana, foram afastados ontem dos respectivos cargos por improbidade administrativa. O Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas do Estado constataram saques irregulares de R$ 539 mil das contas do município, nos meses de agosto e setembro, na boca do caixa. No total foram 130 cheques endossados por eles.

A vice-prefeita Terezinha Moraes deve assumir no lugar de Domingos até 31 de dezembro. O prefeito afastado não foi reeleito. No município ganhou a eleição em 02 de outubro Flávio Dias (PMDB). Sergipe já viu esse filme antes com o ex-prefeito de Capela, Sukita, no final da sua gestão.

O MP e o TCE firmaram convênios com a rede bancária para impedir novos saques na boca do caixa de contas de prefeituras.

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Ana Lúcia se afasta

 

A deputada estadual Ana Lúcia (PT) anunciou que não vai mais disputar a reeleição em 2018. Disse que seu grupo no PT vai apresentar um novo candidato à Assembleia Legislativa, que pode ser o vereador campeão de votos em Aracaju Iran Barbosa. Ele faz dobradinha com Ana Lúcia desde os tempos em que dirigiam o Sintese, o poderoso sindicato dos professores da rede pública estadual.

Ana Lúcia exerce um mandato com independência e hoje, apesar de integrar a bancada do governo, vota contra a maioria dos projetos encaminhados pelo governador Jackson Barreto. Muitas vezes seus votos são mais contundentes do que os dos líderes da oposição.

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Prestígio em Brasília

 

Senadores e deputados federais da oposição não conseguem esconder a irritação com o trânsito livre que o governador Jackson Barreto tem demonstrado junto ao governo Temer, em Brasília. Circula com desenvoltura no gabinete presidencial e quase todas as semanas faz um périplo pelos ministérios em Brasília, em busca de recursos.

Na época do processo do impeachment, Jackson defendeu a permanência da presidente Dilma Rousseff, o que causou incômodo a Temer. Na época, os que fazem oposição em Sergipe se aproveitaram para demonstrar prestígio junto ao governo federal.

A relação JB/Temer já foi normalizada. Na semana passada, entre outros, o governador se reuniu com o senador Romero Jucá, um dos homens fortes de Temer e presidente nacional do PMDB.

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