Domingo, 19 De Janeiro De 2025
       
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O MINISTRO E O GESTO – FREUD EXPLICA


Publicado em 25 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Criada no dia 24 de outubro de 1945, com sede em Nova York (EUA), a Organização das Nações Unidas nasceu num contexto de pós Segunda Guerra Mundial. Com o propósito de buscar manter a paz e aproximar as nações, nem sempre a ONU foi feliz em suas investidas. Entretanto, sob a atual liderança do português António Guterres, seu Secretário Geral, o órgão segue sendo uma grande referência internacional, uma tribuna para importantes pautas mundiais. Portanto, um lugar que merece respeito e onde seus líderes e convidados deveriam se portar com um mínimo de elegância e cordialidade.
A última passagem de uma comitiva oficial brasileira pelos EUA, para participar da tradicional Assembleia Geral das Nações, foi um fiasco e colocou o Brasil numa condição mais do que vergonhosa e constrangedora. O Presidente da República, que abre como de costume a sessão, protagonizou uma cena no mínimo desconfortável para a nação, com um discurso radical, falho e anticiência, com dados que não correspondem ao Brasil real, que passa fome, que morre diariamente de COVID-19, que sofre com o desemprego, com a inflação e com uma série infindável de mazelas cada vez mais agravadas.
A Assembleia Geral das Nações acontece desde 1945. E desde então, excetuando os últimos três anos, sempre fomos destaque, com participações icônicas e representativas a exemplo do então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, em 2003, encantando a todos com uma apresentação musical que contou, inclusive, com a colaboração do Secretário Geral à época, Kofi Annan. Entre as manchetes internacionais: "O Brasil fez bonito na ONU".
Não bastasse a participação polêmica do Presidente da República, sem estar devidamente vacinado contra a COVID-19, uma série de outros episódios marcaram negativamente a última passagem do Brasil pela Assembleia Geral das Nações esta semana. Para coroar o circo de vergonhas e imbecilidades, o Ministro da Saúde, em represália a pessoas que protestavam contra o Governo, raivosamente, de dentro de um veículo, apontou com as duas mãos o dedo do meio. Detalhe importante: ele já estava com a COVID-19, como se confirmou em seguida.
Papelão? Mais do que isso. Vergonha alheia? Bem mais! Para além da falta de educação e de compostura, um ato machista, que pode em si revelar a índole de sujeitos que estão aos montes nas esferas públicas do Brasil no tempo presente. Sujeitos criados num tempo em que ser macho era ostentar o tamanho do falo, em grande medida e pornograficamente representado pelo dedo do meio em riste.
Nesse sentido, cabe trazer à tona uma das mentes mais brilhantes do mundo. O austríaco Sigmund Schlomo Freud (1856-1939), falecido há 82 anos. Considerado o pai da psicanálise, Freud tornou-se célebre pelas análises em torno da formação sexual das pessoas, notadamente pelo famoso "complexo de Édipo". Concebendo o desejo sexual como "energia motivacional primária da vida humana", ele entendia que o comportamento humano poderia em grande medida ser explicado por esse viés. 
Médico de formação, é bem provável que o Ministro da Saúde tenha lido Freud. Se sim ou se não, diante da cena que protagonizou nos EUA, eu recomendo que ele faça terapia. Tenho feito há alguns meses e está me fazendo muito bem. Digo assim, pois fica claro que somente Freud é capaz de explicar tamanho destempero. A propósito, Ministro, lhe desejo saúde e que o senhor se restabeleça o mais rapidamente possível para retomar seu trabalho nesses tempos de pandemia, ainda a desejar, frise-se.

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Criada no dia 24 de outubro de 1945, com sede em Nova York (EUA), a Organização das Nações Unidas nasceu num contexto de pós Segunda Guerra Mundial. Com o propósito de buscar manter a paz e aproximar as nações, nem sempre a ONU foi feliz em suas investidas. Entretanto, sob a atual liderança do português António Guterres, seu Secretário Geral, o órgão segue sendo uma grande referência internacional, uma tribuna para importantes pautas mundiais. Portanto, um lugar que merece respeito e onde seus líderes e convidados deveriam se portar com um mínimo de elegância e cordialidade.
A última passagem de uma comitiva oficial brasileira pelos EUA, para participar da tradicional Assembleia Geral das Nações, foi um fiasco e colocou o Brasil numa condição mais do que vergonhosa e constrangedora. O Presidente da República, que abre como de costume a sessão, protagonizou uma cena no mínimo desconfortável para a nação, com um discurso radical, falho e anticiência, com dados que não correspondem ao Brasil real, que passa fome, que morre diariamente de COVID-19, que sofre com o desemprego, com a inflação e com uma série infindável de mazelas cada vez mais agravadas.
A Assembleia Geral das Nações acontece desde 1945. E desde então, excetuando os últimos três anos, sempre fomos destaque, com participações icônicas e representativas a exemplo do então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, em 2003, encantando a todos com uma apresentação musical que contou, inclusive, com a colaboração do Secretário Geral à época, Kofi Annan. Entre as manchetes internacionais: "O Brasil fez bonito na ONU".
Não bastasse a participação polêmica do Presidente da República, sem estar devidamente vacinado contra a COVID-19, uma série de outros episódios marcaram negativamente a última passagem do Brasil pela Assembleia Geral das Nações esta semana. Para coroar o circo de vergonhas e imbecilidades, o Ministro da Saúde, em represália a pessoas que protestavam contra o Governo, raivosamente, de dentro de um veículo, apontou com as duas mãos o dedo do meio. Detalhe importante: ele já estava com a COVID-19, como se confirmou em seguida.
Papelão? Mais do que isso. Vergonha alheia? Bem mais! Para além da falta de educação e de compostura, um ato machista, que pode em si revelar a índole de sujeitos que estão aos montes nas esferas públicas do Brasil no tempo presente. Sujeitos criados num tempo em que ser macho era ostentar o tamanho do falo, em grande medida e pornograficamente representado pelo dedo do meio em riste.
Nesse sentido, cabe trazer à tona uma das mentes mais brilhantes do mundo. O austríaco Sigmund Schlomo Freud (1856-1939), falecido há 82 anos. Considerado o pai da psicanálise, Freud tornou-se célebre pelas análises em torno da formação sexual das pessoas, notadamente pelo famoso "complexo de Édipo". Concebendo o desejo sexual como "energia motivacional primária da vida humana", ele entendia que o comportamento humano poderia em grande medida ser explicado por esse viés. 
Médico de formação, é bem provável que o Ministro da Saúde tenha lido Freud. Se sim ou se não, diante da cena que protagonizou nos EUA, eu recomendo que ele faça terapia. Tenho feito há alguns meses e está me fazendo muito bem. Digo assim, pois fica claro que somente Freud é capaz de explicar tamanho destempero. A propósito, Ministro, lhe desejo saúde e que o senhor se restabeleça o mais rapidamente possível para retomar seu trabalho nesses tempos de pandemia, ainda a desejar, frise-se.

 

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