O novo eleitor
Publicado em 04 de setembro de 2020
Por Jornal Do Dia
* Paulo André Fontes Nascimento
Para quem não duvida dos acontecimentos bizarros da política, vai compreender o que coloco nesse artigo, pois propositalmente escrevi um similar em janeiro deste ano, com o título " Até que outubro nos separe". Embora não seja vidente, diante do que a mídia propaga no noticiário político, fica fácil compreender a frase de Eça de Queirós quando o mesmo diz que " Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão".
Ocorre que em vésperas das convenções partidárias e as pré-campanhasjá em voga, alguns pretensos candidatos começam a externar suas práticas nefastas de caça ao voto, assim repetindo o assistencialismo e as negociatas que um dia os colocaram numa posição de representação social.
Em detrimento da corrupção fruto da ganância de alguns grupos políticos e/ou corporações, ante eleitores desiludidos, nas nossas cidades, as pessoas começam a conversar sobre o que fazer para não reeleger os mesmos de sempre, para isso, um sentimento de rejeição à política começa a tomar conta das famílias, porém da mesma forma, acontece dentre os jovens, aqueles que mandamos para as escolas e o trabalho, ao entender melhor a dinâmica da política, surgem tentativas robustas de uma mudança real, ou seja, se Brasília não muda o Brasil, o município muda!
Nesse sentido, mudar será o verbo. Acontece que todos os caminhos levam a entender que já não dá para manter algumas estruturas caducas que durante tantos anos políticos que ocupam cargos no legislativo, e que repetidamente nada fazem a não ser conchavos e ações que decepcionem aqueles que um dia vislumbraram ter eleito alguém que pudesse "ser diferente" dos tantos outros que um dia ocuparam espaços de "Poder pelo poder".
Sejamos elementos dessa ação, quando conversamos e instruímos as pessoas que apesar das dificuldades da vida e da complexibilidade desse processo eleitoral estarão em busca de contribuir para com o processo democrático e de maneira incisiva irá " dar a resposta" para os políticos que passaram a quatro anos atrás e ludibriaram a opinião do eleitor.
De certo, ciclo da política não acompanhou a democracia. Apesar da rapidez da internet e tantos aplicativos de informação, ainda temos muito a evoluir pois, nesse momento, muitos cabos eleitorais já fazem seus planos de no que ou como irá investir com a grana que receberá dos políticos, que assim projetam seu poder sobre alguns eleitores desinformados ou viciados em politicagem que insistem em não se libertar da velha visão de voto de cabresto, uma vez que o curral eleitoral ainda existe, apesar de uma grande parcela da população ousar não vender-se ante tentativas cada vez mais violenta de compra de votos.
Para os adeptos do voto critico, importante observar as inovações do processo eleitoral, as Fake News e o comportamento de alguns pré-candidatos laranja que enxertados em partidos com vereadores com mandato, mesmo sabendo que sua campanha não está na prioridade de disputa, irão submeter-se a "servir de escada" enganando o eleitor e com o nosso voto manter os velhos políticos no poder.
Concluo dizendo que o mote da mudança passa pela criticidade do "novo eleitor", que ao invés da falácia da "nova política", deve mostrar toda a sua vontade de "limpar os poderes" a partir da deposição dos "políticossauros" que não acompanha a realidade; o voto é a arma da democracia, participe, mude.
* Paulo André Fontes Nascimento, professor de história e bacharel em Direito.