O PC do B FOI CLARO, LENIN EXISTE!
Publicado em 18 de abril de 2024
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
E lá do alto de sua plenitude bateu o martelo no peito e disse; nossa proposta foice. Demos nosso passo à frente, os parceiros ficaram na indecisão e demos alguns passos para trás.
Será a recuada do centenário partido da revolução bolchevique em que, em momentos assim, se diz lá em Caicó: “É prego batido, ponta virada, parafuso cuspido na rosca, nem ata nem desata e só tora na emenda”? Não creio!
O que creio e não digo é que o Deus Pai todo poderoso está nas leituras e estudos de estratégia e táticas.
E nesta questão é necessário respeitar quem entende do riscado e tem demonstrado que sabe mexer as pedras em seu favor.
Ele mesmo, o prefeito da capital Edvaldo Nogueira, que já provou que não basta saber mexer, tem que olhar bem qual a estatura moral e ética da pedra. E uma pedra como o Dr. Emerson Ferreira não pode ser mexida em vão.
E não há, no mundo da política, um só inocente para acreditar que o ex-vereador de Aracaju, médico dermatologista dos mais respeitados, homem de caráter ilibado, vivido e tarimbado nas lides políticas, tenha saído do seu conforto profissional para se filiar ao Partido Comunista do Brasil, de peito aberto, sem nenhuma garantia de que seria pedra fundamental do partido no tabuleiro do xadrez, na partida a ser jogada.
Não dá, não dá, não dá! Claro que não dá; não é minimamente razoável que um ser humano de estirpe fosse cair no conto de uma promessa de candidatura majoritária fora de uma estratégia forjada no futuro político de Aracaju, de Sergipe e do Brasil.
Também não dá para acreditar que o ser político de tão alta estatura chamado Edvaldo Nogueira descesse ao rés do chão da política para engendrar um desfecho de tamanha pequenez.
Claro que as consequências de tal desfecho, no momento, lançam fachos de ilusão sobre o projeto de candidatura de Luiz Roberto do PDT, como beneficiário. Mas, também, dá para imaginar que ele saia prejudicado.
Como assim? Elementar meus caros Watsons; não cola em nenhum álbum de figurinhas que o que está em andamento leve a uma nova formação de chapa com o PDT indicando a cabeça e o PT o outro pedaço.
Aí, justo no momento que o Brasil tem diante de si o enorme desafio de iniciar a construção de uma República Democrática e Participativa a partir dos resultados das eleições gerais de 2030, construída no compasso das eleições de 2024, 2026 e 2028, a negação da essência da política como remédio para combater, curar e extirpar as mazelas sociais; tenha justo em Sergipe, o surgimento e crescimento de um câncer tão destrutivo.
É certo que há sinais de que tem gente tendendo a perder a noção do que seja apolítica, mas, não é este o ponto.
Depois de ter dado um enorme salto na conquista dos espaços políticos da capital a partir da eleição isolada para prefeito de Aracaju em 1985, em que a aguerrida militância bradou ao final da contagem dos votos o canto de guerra: “A cana foi derrotada, também o canavial; agora falta o cimento, que logo vai se dá mal”; como prenuncio que mesmo com uma segunda colocação, bem distante do primeiro colocado, fora capaz de trazer de volta o sentimento adormecido que deu a maior votação ao candidato do Partido Comunista Brasileiro na eleição presidencial de 1945, não pode ser rebaixado ao segundo plano.
Passados 40 anos, o povo aracajuano bateu o pé e disse: quem manda no nosso voto somos nós!
A confirmação gloriosa veio com mais 15 anos, no ano 2000, com a consagração de um novo líder na política sergipana: Marcelo Deda.
É certo que há sinais de que tem gente tendendo a perder a noção do que o momento exige, mas, não é este o ponto.
O ponto é: que hoje quem manda e, às vezes desmanda, no PT, não participou de nenhuma das epopeias que o levaram ao patamar superior da política no Brasil; certo também, que não lhes é tirada a legitimidade de dirigi-lo hoje.
O que é errado e deve ser corrigido é a prevalência de que as decisões devem respeitar a história do partido e de quem o construiu.
Não sei, não estou preocupado em saber e só faço meu alerta porque a figura de destaque que tem legitimidade para erguer o estandarte da Federação Brasil da Esperança, estava e participou daquelas jornadas de lutas e glórias.
Após ter dado muitos passos desde seu nascedouro, os mais marcantes e firmes na campanha das Diretas-Já, de 1984, e em direção ao comando da Prefeitura de Aracaju em 1985, ninguém, em nome de si ou de poucos tem autoridade de ofuscar sua Estrela.
Que o Partido dos Trabalhadores precisa de paz aqui no estado, é uma verdade inquestionável. Mas, esta Paz, não é a dos cemitérios onde estão os sepulcros caiados. É a do hino do Socialismo: Paz entre nós e guerra aos senhores.
* Rômulo Rodrigues, militante político, é sindicalista aposentado