Segunda, 20 De Janeiro De 2025
       
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O pequeno príncipe


Publicado em 24 de abril de 2018
Por Jornal Do Dia


A monarquia firme e forte, adorada.

 

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Aos meus ouvidos, 
soa absurdo, o nas-
cimento de um príncipe. E, no entanto, os príncipes ainda nascem. Alheios à História. Com todos os privilégios da coroa e do sangue.
O recém nascido terceiro filho do príncipe William e Catherine Middleton, por exemplo, veio ao mundo em berço de ouro. Jamais passará aperto na vida, o reizinho, diferente dos súditos ingleses.
Ninguém pense, contudo, que o sangue azul é privilégio de monarquias seculares. Aqui mesmo, em Sergipe Del Rey, há os herdeiros de verdadeiras dinastias políticas. São homens velhos, carecas ou de cabelos brancos, encaminhados pessoalmente pelos genitores para tomar a posse de capitanias dominadas com mão de ferro por décadas a fio.
Sem identidade própria, o pequeno príncipe tupiniquim assina quase sempre Filho. Ele não é Fulano de tal. Ele é Fulano Filho. E, assim, reclama para si o poder exercido pelos seus antepassados, como se a transferência fosse um direito de nascença, uma formalidade burocrática, simples ato de ofício.
Ironicamente, há príncipes nos púlpitos, nas tribunas, em todos os parlamentos da República. Com uma paciência de Jó, aguardam o momento de o Rei ser declarado morto para reivindicar a coroa. Fiados no legado familiar, o peso de um nome, cumprem ali uma espécie de rito, um teatro, primeira e única satisfação concedida ao populacho.
A quem interessar possa: a monarquia está firme e forte, adorada. A duquesa de Cambridge deixou o hospital com um sorriso agradecido e maquiagem no rosto, pouco depois do parto. A salvo das Revoluções populares, o jovem herdeiro passa bem, obrigado.

Aos meus ouvidos,  soa absurdo, o nas- cimento de um príncipe. E, no entanto, os príncipes ainda nascem. Alheios à História. Com todos os privilégios da coroa e do sangue.
O recém nascido terceiro filho do príncipe William e Catherine Middleton, por exemplo, veio ao mundo em berço de ouro. Jamais passará aperto na vida, o reizinho, diferente dos súditos ingleses.
Ninguém pense, contudo, que o sangue azul é privilégio de monarquias seculares. Aqui mesmo, em Sergipe Del Rey, há os herdeiros de verdadeiras dinastias políticas. São homens velhos, carecas ou de cabelos brancos, encaminhados pessoalmente pelos genitores para tomar a posse de capitanias dominadas com mão de ferro por décadas a fio.
Sem identidade própria, o pequeno príncipe tupiniquim assina quase sempre Filho. Ele não é Fulano de tal. Ele é Fulano Filho. E, assim, reclama para si o poder exercido pelos seus antepassados, como se a transferência fosse um direito de nascença, uma formalidade burocrática, simples ato de ofício.
Ironicamente, há príncipes nos púlpitos, nas tribunas, em todos os parlamentos da República. Com uma paciência de Jó, aguardam o momento de o Rei ser declarado morto para reivindicar a coroa. Fiados no legado familiar, o peso de um nome, cumprem ali uma espécie de rito, um teatro, primeira e única satisfação concedida ao populacho.
A quem interessar possa: a monarquia está firme e forte, adorada. A duquesa de Cambridge deixou o hospital com um sorriso agradecido e maquiagem no rosto, pouco depois do parto. A salvo das Revoluções populares, o jovem herdeiro passa bem, obrigado.

 

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