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O PETRÓLEO É DA BAHIA, É NOSSO, É DO BRASIL
Publicado em 04 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia
* Rômulo Rodrigues
O golpe civil, militar, jurídico e midiático foi sacramentado em 31 de agosto de 2016, referendado por fake news em outubro de 2018 e está em permanente estágio de aceleração para recolocar o Brasil no patamar de subjugado, desta vez ao mercado e às grandes multinacionais que foram beneficiadas com o esquartejamento da nossa maior fonte de riqueza, soberania e independência.
Embora a situação atual esteja no marco do golpe com Temer, com os chefes militares, com o STF, com tudo, conforme anunciou o então senador Romero Jucá; a estratégia de ataques à Petrobrás vem de longe.
O jornal O Globo sempre defendeu que o capital internacional era indispensável para o Brasil se desenvolver e desde a década de 1940 publicava em seus editoriais que no Brasil não existia petróleo.
Na década de 1950 foi contra a campanha “o petróleo é nosso” repetindo diariamente que o petróleo descoberto pela Petrobrás só seria extraído com a participação do capital estrangeiro.
O império dizia, à época, que a criação da Petrobrás seria de uma empresa ineficiente, improdutiva e que daria grandes prejuízos.
Foi em 1948 que surgiu a campanha “o petróleo é nosso”, contra um projeto do general Eurico Gaspar Dutra, de um Estatuto que privatizaria a exploração, o refino e a distribuição do petróleo.
Numa reação nacionalista intensa, várias conferências realizadas no clube militar intensificaram a campanha em defesa do petróleo, contra a tramitação do Estatuto de Gaspar Dutra, presidente da República.
Aderindo ao movimento nacionalista, em 21 de abril de 1948, o automóvel clube foi o palco da fundação do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, o CEDPEN.
Por sua vez, a UNE promovia manifestações com panfletagens, cartazes e comícios relâmpagos por todo o país com o lema “o petróleo é nosso”; e o jornal Imprensa Popular estampou em manchete: “GANHA AS RUAS A CAMPANHA DO MOVIMENTO NACIONALISTA”.
Em 1951, Getúlio Vargas estava de volta à presidência da República e, após 2 anos de intensa pressão das ruas, no dia 3 de outubro de 1953, sancionou a Lei Nº 2.004, que criou o monopólio estatal do petróleo e a Petrobrás.
44 anos depois, em 1997, Fernando Henrique Cardoso quebrou o monopólio da Petrobrás, iniciando a escalada entreguista da nossa soberania, com total apoio dos militares golpistas, que traiam os compromissos dos antepassados que foram às ruas defender a soberania da nação.
Um esclarecimento histórico que deve ser feito: “O petróleo é nosso”! É uma frase que se tornou bandeira da maior jornada nacionalista do país, que muitos atribuem a Getúlio Vargas, que a pronunciou no ato da assinatura da Lei 2.004, mas, é de autoria do Professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, Otacílio Rainho.
Um registro histórico indica que Guilherme Guinle ajudou a financiar a prospecção de petróleo no recôncavo baiano, sob a chefia de Silvio Fróis de Abreu, que descobriu o poço de Lobato em 1939; em 1941 foi descoberto o primeiro poço de exploração comercial em Candeias, no recôncavo e de 1939 a 1953, foram perfurados 52 poços em vários pontos do Brasil, quando o país importava 93% de todos os derivados de petróleo que consumia.
Durante a ditadura militar, os generais entreguistas abriram para que a Esso, que patrocinava o telejornal “O Repórter Esso”, explorasse o petróleo em águas brasileiras e eles desistiram da empreitada por não terem capacidade técnica e mão de obra capacitada.
Com a descoberta do pré-sal, as gigantes do petróleo arreganharam os dentes e partiram para financiar a guerra híbrida para derrubar o governo democrata e popular que colocava o Brasil como protagonista na agenda mundial do G-20.
Atento, o Império Globo se mantém em cena e ataca com disfarce a Petrobrás para manter em permanente estado de aceleraçãoa desnacionalização pela via de Sergio Moro.
A farsa é massificada pelos seus núcleos regionais, para incutir na cabeça do povo que o culpado pelos aumentos dos preços da gasolina e do gás é o ICMS, obrigando os Estados a um congelamento criminoso por 90 dias, do valor absoluto do litro, rompendo o pacto federativo, enquanto o dólar puxa semanalmente o preço para cima para transferir lucro aos acionistas estrangeiros.
Isto não pode mais continuar: reestatização da Petrobrás-Já, com os preços calculados em cima do custo de produção!
* Rômulo Rodrigues é militante político