O pior já passou

É imperativo sublinhar: a pandemia ainda não  passou. O quadro epidemiológico observado  em Sergipe, no entanto, já permite aos cidadãos retomar atividades e ofícios antes desaconselhados pela propagação acelerada do vírus. Há quem ainda se preserve do convívio social, amparado por um privilégio negado à maioria da população. Estes estão em pleno exercício de seus direitos individuais. Para os trabalhadores que dependem do próprio suor para colocar comida na mesa, entretanto, a retomada da atividade econômica, com as precauções cabíveis, é uma notícia esperada, há tempos.
Ontem, o governador Belivaldo Chagas afrouxou as rédeas mais um pouco, sempre de olho nos números disponíveis. O toque de recolher foi suspenso. A capacidade de público em eventos realizados no estado foi ampliada sensivelmente, a partir de hoje. De 300 para 600 pessoas em locais fechados e de 500 para 900 pessoas em locais abertos. Neste caso, um projeto deverá ser elaborado e submetido pela organização à Secretaria de Estado da Saúde.
Tudo indica, o pior já passou, fruto do avanço inesperado do Plano Nacional de Imunização em Sergipe. Na rede pública, a taxa de ocupação dos leitos destinados ao tratamento da covid-19, bem como o número de novos casos e óbitos despencou. O jogo virou, finalmente.
Agora, resta à população adotar todos os cuidados e retomar a própria vida, enquanto as responsabilidades pelo número escandaloso de mortes geradas pela pandemia são apuradas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, no Senado Federal. Os culpados devem ser enquadrados. Os enlutados querem justiça.