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O PORTO AMPLIADO, UMA NECESSIDADE
Publicado em 18 de maio de 2014
Por Jornal Do Dia
O porto de mar de Sergipe situado na Barra dos Coqueiros precisa ser urgentemente ampliado. O terminal construído numa parceria da PETROBRAS com o governo do estado foi cedido em comodato para a VALE que agora o utiliza para suas exportações de potássio, e por ele saem ainda outros produtos sergipanos. O porto é moderno, mas tem reduzidas dimensões, e sua operação é limitada a navios com o máximo de30 mil toneladas, hoje considerados pequenos diante dos barcos gigantes com capacidade de carga útil até dez vezes maior. A operação de embarque e desembarque limita-se a dois barcos maiores por vez, e isso é outro fator restritivo. A costa sergipana apresenta a característica de águas rasas sobre uma plataforma que avança em alguns pontos por mais de duas milhas sem que a profundidade ultrapasse os 20 metros. Foi difícil achar um local para construir o sonhado porto offshore, objeto de tantas polemicas, de tantos embates salutares que demonstravam o interesse dos homens públicos e da sociedade em geral por um assunto estratégico para o desenvolvimento de Sergipe. Os sergipanos nos anos 70participavam atentamente de uma civilizada competição de argumentos eminentemente técnicos. De um lado o jornalista Orlando Dantas no seu jornal Gazeta de Sergipe defendia a construção de um porto fluvial aproveitando o largo estuário do rio Sergipe. Os problemas da instabilidade da barra sempre assoreada e com um canal que mudava de trajeto frequentemente, seriam resolvidos, alegava o jornalista baseado em pareceres técnicos, com a construção de um molhe duplo de pedras margeando o canal que seria dragado, dando acesso ao porto em Aracaju com a vantagem de logo após a transposição da barra problemática, existir boa profundidade na extensão do estuário. O economista Aloísio de Campos que assessorava o governo nas questões do porto e dos minérios, considerava que a solução viável seria a construção de um porto off-shore na Barra dos Coqueiros onde sondagens já realizadas indicavam profundidades de pouco mais de dez metros a uma distancia de um quilometro e meio da praia. Venceu o porto off-shore e iniciou-se algum tempo depois a construção das instalações portuárias, com destaque para a longa ponte que penetra mar adentro e a muralha de pedra feita no final para criar um espaço de águas protegidas , mesmo assim, o calado máximo para operações não ultrapassa 8 metros.
Agora deve começar uma nova etapa que já motiva a troca de ideias entre o governo do estado a VALE e setores do governo federal. É essencial que se chegue rapidamente a um denominador comum, contemplando os interesses da mineradora e do estado. A Ansia Motors avança nas etapas iniciais para a instalação em Sergipe de uma montadora de veículos, e para que isso aconteça será essencial um porto com capacidade para receber navios de maior calado, garantia para o escoamento da produção de veículos em boa parte visando o mercado externo. O governo do estado está empenhado em conseguir do governo federal o apoio para a solução do problema. É bom lembrar que a luta para a construção do porto atual levou nada menos de 100anos, tendo sido iniciada com a transferência da capital de São Cristóvão para Aracaju e a necessidade que logo surgiu de ser dragada a barra do rio Sergipe.