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O QUE RESTOU DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-ARQUITETÔNICO DE LAGARTO?


Publicado em 24 de agosto de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Moisés Santos Souza*
O município de Lagarto, a 75 Km de 
Aracaju, é uma das mais antigas po
voações de Sergipe. Sua história remonta a segunda metade do século XVI, mas foi a partir de 05 de maio de 1596, que o sesmeiro Antônio Gonçalves de Santana iniciou o processo de povoamento, o que seria mais tarde, em 1604, o primeiro núcleo populacional de Lagarto. Em 1880, já na condição de Vila, seria elevada à categoria de cidade.
Levando em conta as informações acima, frisando a longa trajetória de povoamento do lugar, é triste constatar o pouco que restou dos seus casarios do passado, bens culturais do que poderíamos chamar por patrimônio histórico-arquitetônico de Lagarto (1). Aos olhos de um visitante, andando rapidamente pelas principais ruas do centro urbano dessa cidade, na esperança de ainda encontrar algum bem cultural de inestimável valor artístico, é possível listar alguns exemplares, resistentes a ação do tempo, dos descasos do poder público e das constantes transformações da sua área central. 
Descreverei brevemente a arquitetura de parte desses bens. Serão considerados na descrição, somente aqueles que possuem valor artístico e histórico, principalmente os que carregam maior relevância arquitetônica nas fachadas, com seus diversos atributos estilísticos e decorativos.
Comecemos pelo logradouro que sedia o poder político-administrativo: a Praça da Piedade, também chamada por alguns pesquisadores locais, de "Santuário da Piedade". É nesse importante espaço urbano que, historicamente, ocorrem constantes tensões políticas e se realizam as principais atividades do calendário religioso católico. Nessa praça, em posição de destaque, vislumbra-se a Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Este notável templo, foi construído em 1669 e sofreu alterações a partir de reforma e ampliação por parte do Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (1828-1910), em fins do século XIX para o início do XX. De estilo neoclássico, este templo religioso de dois pavimentos, apresenta em sua fachada principal, duas torres sineiras com campanário em aberturas de vergas em arco pleno. Acima, nos picos das torres, um emblema de um galo, atributo que remete na religiosidade cristã à São Pedro e ao próprio animal como mensageiro de vida. Entre as duas torres, um fabuloso frontão com volutas de formas encurvadas com um óculo ao meio. Acima do frontão, uma escultura de Nossa Senhora. A fachada também apresenta, tanto na principal como nas laterais, janelas envidraçadas com vergas curvas (5 na principal e 8 nas laterais), portas almofadadas e em arco pleno, dois pequenos relógios na torre direita, e duas capelas que sobressaem pelas fachadas laterais com cruzeiro e cruz de malta (ou pátea). 
Se o exterior desse templo tem sua beleza, o interior é mais ricamente ornado em caracteres artísticos. Além das capelas, já mencionadas, a igreja possui um coro, altares de madeira lavrada em policromia azul e dourada ladeando o arco-cruzeiro e no altar-mor, uma bela pintura reveste o teto. Infelizmente, é importante constar, que no ano de 2020, uma intervenção arbitrária sem critérios técnicos, foi feita nas pinturas do retábulo-mor que abriga a imagem da padroeira, como também no forro do altar-mor, descaracterizando as pinturas originais que até aquele momento, estavam preservadas na sua integridade. 
Na mesma praça, à frente da Igreja, estão dois imóveis que abrigam o Paço Municipal da cidade. Estes prédios, de idades distintas a dita igreja, tem estilos pertencentes ao ecletismo e a art-nouveau. O primeiro prédio, na esquina, construído em 1897 na administração do Monsenhor Daltro, apresenta na fachada, uma porta e seis janelas envidraçadas guilhotinadas em arco pleno. Uma cornija separa um friso (com figuras em losango) e um frontão triangular com brasão da República brasileira na platibanda. Este brasão remete ao período das antigas Intendências Municipais, que vigoraram no Brasil entre os anos 1905 e 1930. O segundo prédio, da primeira metade do século XX e adornado de artes decorativas, apresenta três pequenos frontões com acrotérios, quatro pináculos e ornatos diversos que circundam sua porta e janelas.
Nas laterais da mesma praça, em extremo oposto, existem dois exemplares interessantes. Uma, a atual Casa Paroquial, imóvel de único pavimento revestido em azulejos portugueses, possui uma porta em vergas curvas e quatro janelas com bandeiras rendilhadas em vidro. Apresenta também pilastras que sustentam as cimalhas e cornijas no beiral do telhado em duas águas. A outra casa, um pequeno imóvel de número 75, possui porta e janelas guilhotinas. Na platibanda, ornatos em folhagens completam a fachada.
Ao fundo da Igreja da Piedade, na entrada a rua Acrísio Garcez, não faz muito tempo que havia um casa térrea de esquina de telhado em quatro águas, no estilo colonial. Sua fachada era composta por uma única porta e seis janelas guilhotinas em vergas curvas. Este casarão poderia ser mais um belo exemplar do patrimônio arquitetônico de Lagarto. Lamentavelmente, foi demolida dando lugar a uma edificação de arquitetura duvidosa.
A poucos metros da Praça da Piedade, encontram-se dois imóveis situados no Largo do Rosário: a Capela de Nossa Senhora do Rosário e o antigo Grupo Escolar Sílvio Romero. De origem advinda da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (1771), formada em sua maioria por pretos forros (escravos alforriados), a capela em estilo neogótico e eclético, tem várias reentrâncias nas suas fachadas. À frente, avista-se uma torre sineira com campanário em abertura ogival. Dois pequenos frontões triangulares situam-se ao lado da torre. Acima desta, uma pequena cruz. Três entradas dão acesso ao templo. Na principal, onde havia uma porta de abertura ogival, foi substituída por uma retangular com combogós. Seis janelas circundam a igreja. Ao fundo, no alto do teto, um emblema de um galo.
Por sua vez, o Grupo Escolar Sílvio Romero, inaugurado em 23 de dezembro de 1924, apresenta nas fachadas várias reentrâncias. Na principal, que dá acesso ao prédio, um pórtico de entrada com colunas em estilo jônico sustentam um frontão triangular. Neste pórtico, em letras de forma, está o nome da escola em homenagem ao escritor lagartense. A platibanda do prédio possui acrotérios e decorações florais. No meio da platibanda, acima do pórtico de entrada, uma significativa águia, representação simbólica da administração estadual do estanciano Maurício Graccho Cardoso (1874-1950). A escola também tem um porão e 24 janelas. Acima e abaixo delas, respectivamente, palmetas e esculturas florais em baixo relevo. Apesar do reduzido tamanho, o Grupo Escolar ainda é um dos mais bonitos edifícios educacionais entre os dez construídos no Estado, nas décadas de 1910 e 1920. Carece urgentemente de reforma e recuperação para evitar o seu desaparecimento da paisagem urbana de Lagarto, já tão carente de espaços físicos de memória. (2)
Próximo ao Grupo e a Capela, na entrada da rua Major Mizael Mendonça, podemos observar o antigo prédio do Colégio Nossa Senhora da Piedade. Este relevante educandário lagartense, é composto de traços mais modestos na arquitetura, mas que não deixa de ser significativo para a constituição de um patrimônio cultural. Com elementos mais modernos, o prédio tem três portas e doze janelas. Originalmente, o imóvel apresentava uma fachada menor em sua extensão horizontal, possuindo duas portas e oito janelas, com um acréscimo de um jardim murado na lateral.
Em outro ponto do centro da cidade, na rua Tobias Barreto, localiza-se o Cemitério Paroquial Senhor do Bomfim (1880), de propriedade da Diocese de Estância. O cemitério compreende um quarteirão inteiro, com duas entradas: uma pela rua já citada e outra que dá acesso a Praça Artur Gomes. Na principal entrada, um pórtico com gradil de ferro e abertura ogival dá acesso ao cemitério. Nesse pórtico, duas pilastras sustentam uma cornija que dão  suporte as três aberturas em arco pleno. Acima das aberturas, dois pináculos, um frontão e uma cruz. Dentro, além dos túmulos de épocas distintas, existe uma capela. 
Por fim, casas menores como a situada na rua Major Mizael Mendonça, número 186 (térrea com cinco janelas, uma porta e telhado em duas águas) e na rua Lupicínio Barros, de números 26, 32 e 36 (estilos colonial e neoclássico com telhado em duas águas), podem figurar também como bens culturais imóveis de importância histórica e arquitetônica. 
O mapeamento acima, com devidas descrições, é um pequeno arrolamento dos bens encontrados na área central de Lagarto. Por ele, verifica-se o quanto esse patrimônio demanda por uma política pública a favor da preservação e da construção de uma identidade, salvaguardando todos os atributos estéticos e artísticos, além de práticas de educação patrimonial. Espero com o texto, colaborar na urgente e necessária pauta cultural que corrija essa ausência na valorosa cidade do interior sergipano.
Notas:
1. Apesar da importância simbólica e cultural, o monumento referente ao marco inicial e a Igreja de Santo Antônio, ambos no povoado Santo Antônio e situados no local da primeira povoação do município de Lagarto, não foram considerados pelo autor, pois o mesmo priorizou aqueles bens revestidos de adereços estilísticos e também construções edificadas até a primeira metade do século XX.
2. O Grupo Escolar Sílvio Romero é o único bem tombado em Lagarto (Decreto estadual n. 15.552 de 20/10/1995), mas mesmo "protegido" legalmente a partir do mecanismo de preservação, não deixou de ser vítima de abandono e descaso.
Referências:
AZEVEDO, Crislane Barbosa de. A modernidade no Governo GracchoCardoso  (1922-1926) e a Reforma Educacional de 1924 em Sergipe. 2. ed. Natal/RN: Edufrn, 2015.
KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MONTEIRO, Claudeflanklin. Contradições da Romanização da Igreja Católica no Brasil – A festa de São Benedito em Lagarto-SE (1771-1928). Aracaju: Edise, 2016.
*Moisés Santos Souza é estanciano. Graduado em História Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e professor da rede de ensino do município de Lagarto/SE.

Moisés Santos Souza*

O município de Lagarto, a 75 Km de  Aracaju, é uma das mais antigas po voações de Sergipe. Sua história remonta a segunda metade do século XVI, mas foi a partir de 05 de maio de 1596, que o sesmeiro Antônio Gonçalves de Santana iniciou o processo de povoamento, o que seria mais tarde, em 1604, o primeiro núcleo populacional de Lagarto. Em 1880, já na condição de Vila, seria elevada à categoria de cidade.
Levando em conta as informações acima, frisando a longa trajetória de povoamento do lugar, é triste constatar o pouco que restou dos seus casarios do passado, bens culturais do que poderíamos chamar por patrimônio histórico-arquitetônico de Lagarto (1). Aos olhos de um visitante, andando rapidamente pelas principais ruas do centro urbano dessa cidade, na esperança de ainda encontrar algum bem cultural de inestimável valor artístico, é possível listar alguns exemplares, resistentes a ação do tempo, dos descasos do poder público e das constantes transformações da sua área central. 
Descreverei brevemente a arquitetura de parte desses bens. Serão considerados na descrição, somente aqueles que possuem valor artístico e histórico, principalmente os que carregam maior relevância arquitetônica nas fachadas, com seus diversos atributos estilísticos e decorativos.
Comecemos pelo logradouro que sedia o poder político-administrativo: a Praça da Piedade, também chamada por alguns pesquisadores locais, de "Santuário da Piedade". É nesse importante espaço urbano que, historicamente, ocorrem constantes tensões políticas e se realizam as principais atividades do calendário religioso católico. Nessa praça, em posição de destaque, vislumbra-se a Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Este notável templo, foi construído em 1669 e sofreu alterações a partir de reforma e ampliação por parte do Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (1828-1910), em fins do século XIX para o início do XX. De estilo neoclássico, este templo religioso de dois pavimentos, apresenta em sua fachada principal, duas torres sineiras com campanário em aberturas de vergas em arco pleno. Acima, nos picos das torres, um emblema de um galo, atributo que remete na religiosidade cristã à São Pedro e ao próprio animal como mensageiro de vida. Entre as duas torres, um fabuloso frontão com volutas de formas encurvadas com um óculo ao meio. Acima do frontão, uma escultura de Nossa Senhora. A fachada também apresenta, tanto na principal como nas laterais, janelas envidraçadas com vergas curvas (5 na principal e 8 nas laterais), portas almofadadas e em arco pleno, dois pequenos relógios na torre direita, e duas capelas que sobressaem pelas fachadas laterais com cruzeiro e cruz de malta (ou pátea). 
Se o exterior desse templo tem sua beleza, o interior é mais ricamente ornado em caracteres artísticos. Além das capelas, já mencionadas, a igreja possui um coro, altares de madeira lavrada em policromia azul e dourada ladeando o arco-cruzeiro e no altar-mor, uma bela pintura reveste o teto. Infelizmente, é importante constar, que no ano de 2020, uma intervenção arbitrária sem critérios técnicos, foi feita nas pinturas do retábulo-mor que abriga a imagem da padroeira, como também no forro do altar-mor, descaracterizando as pinturas originais que até aquele momento, estavam preservadas na sua integridade. 
Na mesma praça, à frente da Igreja, estão dois imóveis que abrigam o Paço Municipal da cidade. Estes prédios, de idades distintas a dita igreja, tem estilos pertencentes ao ecletismo e a art-nouveau. O primeiro prédio, na esquina, construído em 1897 na administração do Monsenhor Daltro, apresenta na fachada, uma porta e seis janelas envidraçadas guilhotinadas em arco pleno. Uma cornija separa um friso (com figuras em losango) e um frontão triangular com brasão da República brasileira na platibanda. Este brasão remete ao período das antigas Intendências Municipais, que vigoraram no Brasil entre os anos 1905 e 1930. O segundo prédio, da primeira metade do século XX e adornado de artes decorativas, apresenta três pequenos frontões com acrotérios, quatro pináculos e ornatos diversos que circundam sua porta e janelas.
Nas laterais da mesma praça, em extremo oposto, existem dois exemplares interessantes. Uma, a atual Casa Paroquial, imóvel de único pavimento revestido em azulejos portugueses, possui uma porta em vergas curvas e quatro janelas com bandeiras rendilhadas em vidro. Apresenta também pilastras que sustentam as cimalhas e cornijas no beiral do telhado em duas águas. A outra casa, um pequeno imóvel de número 75, possui porta e janelas guilhotinas. Na platibanda, ornatos em folhagens completam a fachada.
Ao fundo da Igreja da Piedade, na entrada a rua Acrísio Garcez, não faz muito tempo que havia um casa térrea de esquina de telhado em quatro águas, no estilo colonial. Sua fachada era composta por uma única porta e seis janelas guilhotinas em vergas curvas. Este casarão poderia ser mais um belo exemplar do patrimônio arquitetônico de Lagarto. Lamentavelmente, foi demolida dando lugar a uma edificação de arquitetura duvidosa.
A poucos metros da Praça da Piedade, encontram-se dois imóveis situados no Largo do Rosário: a Capela de Nossa Senhora do Rosário e o antigo Grupo Escolar Sílvio Romero. De origem advinda da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (1771), formada em sua maioria por pretos forros (escravos alforriados), a capela em estilo neogótico e eclético, tem várias reentrâncias nas suas fachadas. À frente, avista-se uma torre sineira com campanário em abertura ogival. Dois pequenos frontões triangulares situam-se ao lado da torre. Acima desta, uma pequena cruz. Três entradas dão acesso ao templo. Na principal, onde havia uma porta de abertura ogival, foi substituída por uma retangular com combogós. Seis janelas circundam a igreja. Ao fundo, no alto do teto, um emblema de um galo.
Por sua vez, o Grupo Escolar Sílvio Romero, inaugurado em 23 de dezembro de 1924, apresenta nas fachadas várias reentrâncias. Na principal, que dá acesso ao prédio, um pórtico de entrada com colunas em estilo jônico sustentam um frontão triangular. Neste pórtico, em letras de forma, está o nome da escola em homenagem ao escritor lagartense. A platibanda do prédio possui acrotérios e decorações florais. No meio da platibanda, acima do pórtico de entrada, uma significativa águia, representação simbólica da administração estadual do estanciano Maurício Graccho Cardoso (1874-1950). A escola também tem um porão e 24 janelas. Acima e abaixo delas, respectivamente, palmetas e esculturas florais em baixo relevo. Apesar do reduzido tamanho, o Grupo Escolar ainda é um dos mais bonitos edifícios educacionais entre os dez construídos no Estado, nas décadas de 1910 e 1920. Carece urgentemente de reforma e recuperação para evitar o seu desaparecimento da paisagem urbana de Lagarto, já tão carente de espaços físicos de memória. (2)
Próximo ao Grupo e a Capela, na entrada da rua Major Mizael Mendonça, podemos observar o antigo prédio do Colégio Nossa Senhora da Piedade. Este relevante educandário lagartense, é composto de traços mais modestos na arquitetura, mas que não deixa de ser significativo para a constituição de um patrimônio cultural. Com elementos mais modernos, o prédio tem três portas e doze janelas. Originalmente, o imóvel apresentava uma fachada menor em sua extensão horizontal, possuindo duas portas e oito janelas, com um acréscimo de um jardim murado na lateral.
Em outro ponto do centro da cidade, na rua Tobias Barreto, localiza-se o Cemitério Paroquial Senhor do Bomfim (1880), de propriedade da Diocese de Estância. O cemitério compreende um quarteirão inteiro, com duas entradas: uma pela rua já citada e outra que dá acesso a Praça Artur Gomes. Na principal entrada, um pórtico com gradil de ferro e abertura ogival dá acesso ao cemitério. Nesse pórtico, duas pilastras sustentam uma cornija que dão  suporte as três aberturas em arco pleno. Acima das aberturas, dois pináculos, um frontão e uma cruz. Dentro, além dos túmulos de épocas distintas, existe uma capela. 
Por fim, casas menores como a situada na rua Major Mizael Mendonça, número 186 (térrea com cinco janelas, uma porta e telhado em duas águas) e na rua Lupicínio Barros, de números 26, 32 e 36 (estilos colonial e neoclássico com telhado em duas águas), podem figurar também como bens culturais imóveis de importância histórica e arquitetônica. 
O mapeamento acima, com devidas descrições, é um pequeno arrolamento dos bens encontrados na área central de Lagarto. Por ele, verifica-se o quanto esse patrimônio demanda por uma política pública a favor da preservação e da construção de uma identidade, salvaguardando todos os atributos estéticos e artísticos, além de práticas de educação patrimonial. Espero com o texto, colaborar na urgente e necessária pauta cultural que corrija essa ausência na valorosa cidade do interior sergipano.

Notas:
1. Apesar da importância simbólica e cultural, o monumento referente ao marco inicial e a Igreja de Santo Antônio, ambos no povoado Santo Antônio e situados no local da primeira povoação do município de Lagarto, não foram considerados pelo autor, pois o mesmo priorizou aqueles bens revestidos de adereços estilísticos e também construções edificadas até a primeira metade do século XX.
2. O Grupo Escolar Sílvio Romero é o único bem tombado em Lagarto (Decreto estadual n. 15.552 de 20/10/1995), mas mesmo "protegido" legalmente a partir do mecanismo de preservação, não deixou de ser vítima de abandono e descaso.

Referências:
AZEVEDO, Crislane Barbosa de. A modernidade no Governo GracchoCardoso  (1922-1926) e a Reforma Educacional de 1924 em Sergipe. 2. ed. Natal/RN: Edufrn, 2015.
KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MONTEIRO, Claudeflanklin. Contradições da Romanização da Igreja Católica no Brasil – A festa de São Benedito em Lagarto-SE (1771-1928). Aracaju: Edise, 2016.

*Moisés Santos Souza é estanciano. Graduado em História Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e professor da rede de ensino do município de Lagarto/SE.

 

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