**PUBLICIDADE
Publicidade

O RESULTADO ELEITORAL NA VENEZUELA E A VIDA FORA DELA


Publicado em 01 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

A direita do Brasil assim como a do continente sul-americano submisso ao capitalismo rentista precisam, como último respiro, para continuarem a se manter vivos provocando e apoiando guerras e invasões como as da Palestina e da Ucrânia validar e dar sustentação às tentativas de domínio absoluto dos EUA sobre a vida de todos e de todas.
A campanha desencadeada pelos países monopolistas colocando suspeição nas eleições da Venezuela segue o mesmo rito da que foi feita no Brasil contra as urnas eletrônicas, pelo sistema Globo e seus tentáculos midiáticos, que logo se apressaram em validar opiniões de lideres sem expressões no mundo que, como já era esperado, condenaram o resultado que deu vitória a Nicolás Maduro.
Quando chegou a vez de noticiar os apoios da Rússia e da China, fizeram chamando-os de países autoritários, enquanto que o presidente da Argentina não foi classificado como é; um extremista de direita que está destruindo a economia do país e teve a loucura de pedir que os militares venezuelanos dessem um golpe de estado.
Do golpe iminente nas primeiras horas após resultado, passadas mais de 70 horas, a temperatura continua elevada, mas o passar do tempo começa a favorecer a tese de Nicolás Maduro, com a exigência de vários importantes líderes mundial, pela liberação das atas eleitorais.
Aqui, aparece uma exigência estranha: em que país do mundo as liberações dos resultados são tarefas de um concorrente e não do órgão eleitoral? No caso da Venezuela, não deve ser diferente, ora, pois!
Os Institutos de pesquisas que davam como certa a vitória da oposição, nunca foram citados como ligados ao governo dos EUA, inclusive o Carter, por quê?
De longe, acompanhando pelos telejornais, mesmo com todo o esforço do imperialismo estadunidense para colocar o resultado sob suspeição, e só aceitar se for favorável ao seu representante, não tem como o cidadão de bom senso condenar o processo eleitoral venezuelano e fechar os olhos para o sistema viciado das eleições no império onde só existe um partido, único, dividido em duas frações chamadas de Republicano e Democrata, que obedecem ao mesmo programa de Estado e não de governo, que não respeita eleições em outros países que não se submetam ao colonialismo imperial deles.
E o que eles querem na Venezuela, democracia? Não. Querem a maior reserva de petróleo do mundo e os bilhões de dólares bloqueados pelos seus bancos e que encontram em Maduro e no povo venezuelano uma resistência nacionalista que não existe na mídia corporativa daqui.
Claro que na Venezuela existem dificuldades mil, todas oriundas dos bloqueios econômicos decretados pelos EUA e que o mundo que grita por democracia, silencia a respeito.
É estratégico que o governo do Brasil não se precipite e calcule o momento ideal para reconhecer, ou não, como diria Caetano, o resultado após construir o consenso que o mundo que quer paz, espera.
Por enquanto, é focar no resultado do Conselho Nacional Eleitoral, o TSE de lá, que deu 51% dos votos para Maduro e 44% para o opositor numa diferença de 7%, não tão apertada como dizem os que querem ganhar no tapetão.
Que a oposição a Maduro, liderada por uma impostora que comprou um assento na OEA, patrocinada pela CIA, atinja o auge do ridículo de se proclamar vencedora com 73%, exagerando o que quis Aécio Neves, Jair Bolsonaro e Donald Trump que aceitaram derrota até natural por quem não tem senso de ridículo e não respeitam as regras do jogo. Agora, entrar na canoa furada como vem fazendo o partido midiático é atestado de canalhice de que colocou um miliciano na presidência da República no Brasil.
O fato da inútil OEA não reconhecer o resultado proclamado só mostra que ela não tem independência alguma assim como a Fundação Carter. O fato é que a velha tática da guerra híbrida do império está para ser usada na Venezuela pelos motivos já sabidos de praticar mais uma usurpação de riqueza, em nome de uma democracia que só é usada para justificar tais crimes contra a soberania de outros países.
Em nome da democracia e do resgate da história, o momento é oportuno para relembrar que já houve uma eleição nos EUA em que o vencedor declarado e empossado teve menos voto do que foi declarado vencido, e até hoje, os arautos da transparência eleitoral venezuelana, nunca cobraram e nem cobram, os mapas das urnas eleitorais. Parabéns para o Partido dos Trabalhadores, que veio a público, reconhecer o resultado; e que a Rede Globo faça exame de consciência sobre a tentativa de alterar o resultado da eleição de 1982 no Rio de Janeiro.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade