O sonho da universidade pública de Estância
Publicado em 28 de março de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Carlos Morais Vila-Nova
Memorável sexta-feira, 14/03/2025, pela cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Campus da Universidade Federal de Sergipe em Estância, às margens da rodovia pra Boquim, no Bairro Bonfim; com as presenças do ministro Márcio Macedo, prefeito André Graça, vice-governador Zezinho Sobral, reitor Valter Joviniano, deputado Gustinho Ribeiro; ex-prefeitos Gilson Andrade, Ivan leite e José Nelson, comunidade local, prefeitos de cidades circunvizinhas e outros importantes políticos nacionais.
A meu ver não há outra expectativa, senão que a tão esperada Universidade pública trará múltiplos benefícios culturais e socioeconômicos para Estância, com reflexos positivos de desenvolvimento para as cidades circunvizinhas.
O início das instalações da UFS condiz com a tradição desta cidade como polo cultural, rememorando as lembranças de importantes instituições como o Colégio Sagrado Coração de Jesus, Instituto Diocesano e Escola do Comércio; que mesmo num nível educacional menor, estabeleceram bons cursos de nível médio em tempos de precariedade educacional nas cidades circunvizinhas. Desse modo, cabem homenagens a esses educandários e parabéns ao Colégio Sagrado (das Freiras), pela iminência dos seus noventa anos de atuação; e, para o Instituto Diocesano, que continua em plena atividade.
Em meados da década de 1970, municípios próximos não tinham sequer o ensino ginasial e muito menos um curso de nível médio, que permitisse a prestação do exame vestibular e posterior ingresso no curso superior. Nesse contexto, Estância era a alternativa mais próxima para os estudantes, que concluíam o curso ginasial e almejavam o ingresso na universidade.
No início dos anos dois mil, ampliando o centro educacional já estabelecido desta cidade veio a renomada Universidade Tiradentes, propiciando cursos de graduação também para os municípios vizinhos, congregando grande parte de estudantes da região, inclusive alunos do Estado da Bahia.
Com a vinda da UFS para o território estanciano torna-se necessário fazer um entorno das boas perspectivas para o contexto social, no qual a universidade se insere; e mais especificamente, em relação aos jovens, famílias e população menos desprovida, que será mais beneficiada.
Mesmo existindo programas governamentais como o FIES, são destacáveis os diferenciais de gratuidade e proximidade, uma vez que, consistem em benefícios relevantes àqueles que não dispõem de recursos financeiros para o curso superior particular no âmbito da própria cidade ou região.
Deveras, há entusiasmo pela vinda da UFS, face à significativa importância da graduação para viabilizar muitos. De fato, tem robustez a tônica de que o estudo, preparação e conhecimento consistem na melhor via ao sucesso pessoal e profissional. Por conseguinte, a universidade viabiliza uma trilha de transformação educacional para a ascensão social, que passa pela formação profissional.
Nessa linha, as salas de aula tendem a emancipar o aluno pela formação em nível superior, construindo conhecimentos por meio de livros, pesquisas e análises práticas. Além do ensino, o direcionamento às pesquisas com checagem de informes e dados possui significativo peso nas atividades acadêmicas.
Desse modo, os benefícios se expandem porque, paralelamente, o universitário desenvolve também um senso crítico libertador, face ao diferencial de conhecimento, que o leva ir de encontro ao oceano de informações distorcidas, comuns nos tempos atuais.
Sem citar outros benefícios que virão, torna-se pertinente ressaltar que a instalação da UFS em Estância provém do trabalho de prefeitos antecessores e decorrente da existência do programa nacional de interiorização das universidades públicas, denominado REUNI – Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, que já instalou a UFS nos municípios de Itabaiana, Lagarto e Nossa Senhora da Glória, além dos campus pioneiros de São Cristovão e Aracaju.
Por conseguinte, não restam dúvidas de que a anunciada implantação nas terras estancianas se coaduna com o passado histórico desta cidade cultural, sendo digna da celebração merecida pela atual gestão de André Graça, que foi iniciada pelo vigor das obras em andamento e pelas ações na geração de trabalho e renda.
* Carlos Morais Vila-Nova, advogado, bancário aposentado