Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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O “trabalho” de Carlinhos Maia


Publicado em 27 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Um delinquente (Divulgação)

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

 

Certa feita, em plena pandemia, Carlinhos Maia resolveu se gabar de suposto convite para furar a fila da vacina. A proposta indecorosa teria partido de João Henrique Caldas, então prefeito de Maceió, sob o pretexto de incentivar a imunização contra a covid. Pegou mal para todos os envolvidos, mas ficou tudo por isso mesmo.
A presepada mais recente pode ter final diferente. Agora, Carlinhos Maia foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) por transfobia. Em vídeo publicado no Instagram, o dito cujose refere à cantora Liniker pelo pronome masculino,com o tom jocoso de praxe. A denúncia foi formalizada por entidades da comunidade LGBTQIA+, também atacadas pelo tal influencer, após grande repercussão nas redes sociais.
O episódio supera o ridículo de hábito, marca indelével no “trabalho” de Carlinhos Maia, resvalando em implicações de ordem legal. Para estas, felizmente, há a balança da Justiça. Aqui, no entanto, importa refletir sobre o meio de vida dessa gente.
Jornalista profissional, tenho todas as razões do mundo para manter algumas pulgas atrás da orelha. Em primeiro lugar, temo pelo estrago causado no debate público quando um poeta de tal estirpe resolve abrir a boca para tratar de outro assunto, além dos TBT’s e Jabás de praxe.
A mim, pouco me importa que Calinhos Maia – uma sub celebridade com milhares de seguidores nas redes sociais, um sujeito famoso por não ter um pingo de graça, nem vergonha na cara – viva de favor, às custas das cortesias e mimos dos anunciantes. Seria muito conveniente, entretanto, que ele se abstivesse de comentar temas mais complexos. A importância das vacinas é um exemplo excelente.
Os leitores que gastam a vista sobre as páginas sujas dos jornais precisam saber um segredo: O jornalista especializado em emitir opinião, via de regra, entende de coisa nenhuma. Do alto da própria ignorância, contudo, o bom profissional conversa com Deus e o mundo, especialistas, autoridades, recorre às bibliotecas, a fim de formular impressões coerentes com o próprio pensamento e comunicar algo que preste. O trabalho da gente é ser bem burro.
Influencers, ao contrário, costumam se comportar como senhores da própria verdade. Há exceções, claro! Mas a maioria fica “famosinho” por força do acaso e trata de capitalizar a oportunidade produzindo “conteúdo” sobre tudo e todos, ao sabor do vento, um repertório de caras e bocas, muitas vezes incluída a bunda. O influencer está andando e cagando para o conjunto da obra, faz o diabo por um like.
Carlinhos Maia (o diminutivo compõe o nome artístico do sujeito, não é uma manifestação de carinho deste que vos escreve, convém observar) já aprontou das suas em Sergipe. Anos atrás, em visita à cidade dos cajueiros e papagaios, ele julgou que seria engraçado vandalizar uma pintura em exposição no hall da pousada onde estava hospedado. Tascou a caneta e postou o registro da gracinha nas redes sociais, como faria uma criança. Eis a síntese de seu “trabalho”. O marmanjo ganha seguidores e dinheiro se comportando como um verdadeiro delinquente.

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