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Obrigação de apoiar?


Publicado em 17 de janeiro de 2014
Por Jornal Do Dia


Detalhe de São Cristóvão, em tela de Gladston Barroso

Antes eram apenas insinuações nos programas de rádio ou recados através das redes sociais. Agora os aliados do senador Eduardo Amorim (PSC) são cada vez mais diretos e cobram do prefeito João Alves Filho (DEM) reciprocidade e apoio nas eleições para o governo do Estado. Alegam que João só foi eleito em 2012 para a prefeitura de Aracaju, em primeiro turno, pelo apoio do grupo.
Ontem foi a vez do deputado federal André Moura (PSC), uma espécie de faz-tudo do partido e companheiro de Eduardo Amorim nas peregrinações pelo interior do Estado, fazer a cobrança. Em suas inúmeras entrevistas diárias fez cobranças incisivas, praticamente exigindo o apoio do prefeito de Aracaju, como se isso fosse uma obrigação. Ou que para obter o apoio do grupo na campanha municipal João Alves tivesse feito promessa nesse sentido.

O cenário não é assim como eles pintam: apesar do domínio de 11 partidos, os irmãos Amorim não prepararam um quadro próprio para disputar em condições competitivas a Prefeitura de Aracaju. Negociaram com diversos partidos e candidatos, flertaram com o deputado federal Almeida Lima, na época no PTB, até o último instante, e somente na madrugada do último dia previsto para a realização das convenções partidárias é que bateram o martelo pelo apoio a João Alves. Isso mais em função da proximidade com o agora vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) e de olho numa carona eleitoral, já que quando seu nome começou a circular como provável candidato, João nunca apareceu com menos de 50% dos votos – venceu com 52% dos votos válidos.

Os partidos dos irmãos Amorim inflaram o tempo da propaganda eleitoral de João Alves na TV em 3 minutos, mas não tiveram qualquer participação na campanha eleitoral. O senador Amorim e o seu irmão Edvan apareceram apenas na convenção que homologou a chapa, em 30 de junho de 2012, no Cotinguiba, e ficaram isolados num canto do clube. Não participavam das caminhadas, visitas aos bairros e nem mesmo dos poucos comícios realizados ao longo da campanha.

Nos bastidores do DEM, falam também que não contribuíram financeiramente para a campanha de João Alves, que mesmo liderando toda a campanha e vencendo no primeiro turno, enfrentou a falta de recursos e dificuldades para a quitação das despesas.

Depois de eleito, João Alves não permitiu que os Amorim indicassem um único nome para o seu secretariado, nem mesmo na condição de secretário-adjunto e/ou dirigente de alguma empresa municipal. Mesmo assim mantêm o apoio ao prefeito dos vereadores eleitos pelo grupo.

Como em 2012, João Alves continua em situação política bem mais confortável do que os irmãos Amorim. Ao menos até agora, lidera todas as pesquisas realizadas para o governo do Estado e pode ter o direito de escolher o seu próprio caminho: disputar o governo, montar chapa alternativa e continuar prefeito, apoiar os Amorim ou mesmo se somar ao projeto de reeleição do governador Jackson Barreto.
Na política sergipana hoje, os Amorim é que se transformaram no grupo mais intransigente, arrogante e que se considera mais sabido do que todos os adversários juntos. E estão começando a receber o troco por essa postura.

Ainda esta semana, a coluna publicou o incômodo de aliados do senador Eduardo com uma página na internet que faz campanha contra o senador e que seria alimentada por comissionados da Prefeitura de Aracaju. Os assessores, que são chamados de "lacaios", seriam mantidos por determinação do deputado federal Mendonça Prado (DEM), que é genro do prefeito João Alves. No ano passado, Edvan Amorim, irmão do senador Eduardo, tentou impedir na justiça a manifestação de um grupo contra a candidatura do grupo ao governo, mas não obteve êxito.

Também na internet, os aliados de Amorim atribuem a vitória de João Alves ao apoio do grupo do senador e concluem: "Não enxergo em João Alves Filho ingratidão, apenas leniência e incapacidade de manter alguns dos lacaios na coleira… Aonde vai-se chegar com tudo isso? A resposta poderá ocorrer em 2016, ano em que o Negão – não tenham dúvida!- vai tentar a reeleição", diz nas redes sociais o jornalista David Leite, do PSC.

Hoje João Alves teria que romper barreiras familiares muito difíceis caso fizesse a opção pelo apoio a candidatura de Eduardo Amorim. A mulher, senadora Maria do Carmo, o genro, deputado federal Mendonça Prado, além de filhos, outros parentes e também assessores da PMA não querem esse acordo.
Quanto mais cobrar reciprocidade pelo apoio de 2014, os irmãos Amorim podem ficar mais distantes do apoio do prefeito João Alves Filho.

Apoio
Apesar de ainda não ter uma definição sobre permanecer prefeito ou renunciar para disputar o governo do Estado, João Alves Filho liberou o vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) para tentar negociar apoios para uma eventual candidatura legislativa. O vice-prefeito já declarou que se não for assumir a prefeitura, pretende disputar vaga para a Assembleia Legislativa ou Câmara federal.

Não assume
Até agora João Alves nem assumiu a possibilidade de disputar as eleições para governador. Mas continua sendo estimulado por aliados a concorrer. Machado foi escolhido vice-prefeito pelo próprio João para a possibilidade de ele assumir a prefeitura em caso de desincompatibilização.

Eliane
Como o governador Jackson Barreto insiste que os secretários e dirigentes de órgãos que pretendem disputar as eleições devem deixar seus cargos até 31 deste mês, é bom ficar atento ao comportamento da secretária de Inclusão Social Eliane Aquino, viúva do governador Marcelo Déda. Logo após a posse de Jackson como governador efetivo, os dois se encontraram e Eliane decidiu continuar no secretariado.

Senado
A dedicação, firmeza e coragem demonstradas por Eliane Aquino durante o tratamento e velório de Déda, a transformaram na principal herdeira política do ex-governador. Resta saber se ela pretende de fato pleitear mandato para a Câmara Federal ou para o Senado. Em caso de desincompatibilização, a sinalização é positiva, só não se sabe o cargo.
Subvenção
A ação do Ministério Público Estadual pedindo a extinção da "Associação Comunitária e Produtiva Áurea Ribeiro", com sede em Lagarto, pela não comprovação da aplicação de mais de R$ 400 mil da verba de subvenção social recebida da Assembleia Legislativa Estadual no ano de 2012, causou mal estar entre os deputados. Principalmente porque o deputado Gustinho Ribeiro (PSD) voltou a apresentar emenda este ano destinando R$ 700 mil para a entidade.

Impositivas
Por conta desse problema com a associação da família do deputado Gustinho Ribeiro e de outras ações judiciais contra outras entidades que recebem subvenções, um deputado informou que a partir deste ano, a Assembleia vai estabelecer as emendas impositivas já adotadas pelo Congresso Nacional. O anúncio será feito pela presidente, deputada Angélica Guimarães (PSC), na reabertura dos trabalhos legislativos, dia 17 de fevereiro. O valor a que cada deputado terá direito será definido entre eles e a assessoria jurídica.

Valter Pomar
Conjuntura nacional, realidade latino-americana e a necessidade de uma ampla reforma política no Brasil. São alguns dos temas da palestra que o militante político Valter Pomar fará em Aracaju, na próxima segunda-feira, dia 20, às 19h. A atividade é aberta ao público e acontecerá na sede da Central Única dos Trabalhadores (Rua Porto da Folha, 1039, Cirurgia).

Entrevista
Já na terça-feira, dia 21, às 7:30h, Valter Pomar participará de um café nordestino com a imprensa sergipana. Durante a atividade, jornalistas e outros profissionais de comunicação poderão entrevistá-lo sobre temas como eleições 2014, PT e Reforma Política. O café com a imprensa será realizado na Casa do Poeta, localizada na Praça Tobias Barreto.

Analista
Historiador, com doutorado em História Econômica pela Unicamp, Valter Pomar é, reconhecidamente, um dos principais analistas da política latino-americana e mundial. Durante quatro anos ocupou a Secretaria de Relações Internacionais do PT e, até o final de 2013, ocupava o cargo de secretário Executivo do Foro de São Paulo, entidade que congrega partidos políticos da América Latina e Caribe.

Candidato
Nas últimas eleições do PT, no final do ano passado, Valter Pomar foi um dos candidatos a presidente Nacional do partido, pela tendência Articulação de Esquerda. Uma das propostas da sua candidatura foi a mobilização pela conquista do segundo mandato de Dilma Rousseff superior ao atual, o que passa, segundo ele, "por outro programa, outro tipo de campanha e outro tipo de política de alianças".

Maratona
Depois de um dia de negociações com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília, para tentar a liberação de novos recursos para o financiamento da saúde, o governador Jackson Barreto esteve no Ministério da Integração Nacional e hoje retoma a maratona de inaugurações e assinatura de ordens de serviço no interior do Estado. Hoje terá atividades em Salgado, no Sul sergipano, Riachão do Dantas, na região Centro-Sul, e em São Domingos, no Agreste do Estado.

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