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Operação contra jogo do bicho prende 70 pessoas no Estado


Publicado em 22 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia


Máquina e documentos apreendidas pela polícia

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

A Polícia Civil deflagrou ontem uma grande operação para combater um esquema do "Jogo do Bicho" que opera em várias cidades sergipanas. Durante todo o dia, dezenas de policiais prenderam mais 70 acusados de participação com o esquema liderado, de acordo com as investigações, pela Associação dos Banqueiros de Jogo do Bicho do Estado de Sergipe (Abaese). A sede da entidade, na Avenida João Rodrigues, bairro Santo Antônio (zona norte de Aracaju), foi visitada durante a manhã pelos policiais, que prenderam diversos apontadores de bancas da jogatina e dois proprietários de bancas. Os nomes não foram divulgados.
Ao todo, 38 pessoas foram detidas em flagrante na sede da Abaese e levadas para a Delegacia Plantonista (Centro). Outras bases da associação foram igualmente fechadas pela polícia nas cidades de Laranjeiras, Maruim, Lagarto, Campo do Brito, Itabaiana, Ribeirópolis, Carira e Propriá. Nestas cidades, outras 35 pessoas foram presas, entre apontadores e gerentes. Todos foram ouvidos durante toda a tarde de ontem e autuados pela Lei de Contravenções Penais. Como o crime é de menor potencial ofensivo, com pena máxima de um ano de prisão, os acusados assinaram um termo circunstanciado e vão responder ao processo em liberdade.
A investigação foi conduzida pelo Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), que não teve muito trabalho para identificar a atividade ilegal da Abaese. A delegada Danielle Garcia Soares, do Deotap, confirmou ao JORNAL DO DIA que se trata da mesma entidade investigada pela "Operação Safári", deflagrada em março de 2010 e que acabou no fechamento da sua sede e na apreensão de R$ 700 mil em dinheiro. "A sede da associação voltou a funcionar no mesmíssimo lugar e com os mesmos equipamentos, fazendo a mesma atividade. Isso chega a ser uma afronta", desabafou Danielle, ao esclarecer que a ação de ontem não foi um desdobramento da ‘Safari’.  
Nos locais visitados, a polícia apreendeu 31 computadores, celulares, aparelhos de fax, documentos da associação, dezenas de caixas com talões de jogo e máquinas usadas para os sorteios dos jogos, como globos, roletas e placares. O prédio também possuía uma ampla estrutura de funcionamento, com escritórios, salas de sorteio e depósito. Desta vez, de acordo com Danielle, as prisões e apreensões foram feitas em situações de flagrante, isto é, sem a necessidade de mandados de prisão. Os documentos e computadores serão periciados e anexados a um novo inquérito policial, dando subsídio a outras operações.
A superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitoza, informou que as informações coletadas na operação serão aproveitadas no trabalho do Deotap para chegar à cúpula da Abaese, que já é conhecida da polícia por conta das investigações da ‘Safári’. "Os reais proprietários não ficam geralmente nas bancas, mas os apontadores que são contratados por eles já admitiram que os proprietários são esses nomes que todo mundo conhece. O negócio é sempre reaberto, às vezes no dia seguinte à liberação deles da delegacia", admite Danielle, referindo-se à prática do "jogo do bicho" como uma "praga".
E tal praga continuará a ser combatida, como garantem as delegadas da Polícia Civil. "A determinação nossa é continuar combatendo o jogo do bicho e vamos fazer investigações e prisões quantas vezes for necessária", assegurou Danielle.  "O jogo do bicho não é uma coisa inocente. Por trás dele, nós temos uma série de outros delitos graves, como a corrupção, o tráfico de drogas e principalmente a lavagem de dinheiro", acrescentou Katarina.

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