OPERAÇÃO EM PARCERIA COM O MINISTÉRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA CUMPRIU MANDATOS DE BUSCA E APREENSÃO EM ARACAJU, SÃO CRISTÓVÃO E LARANJEIRAS
Operação contra pedofilia tem sete presos em Sergipe
Publicado em 18 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia
A Polícia Civil sergipa na participou on- tem da ‘Operação Luz na Infância 2’, deflagrada nacionalmente pelo Ministério da Segurança Pública, em parceria com as polícias civis do Distrito Federal e de outros 23 estados brasileiros. Equipes da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) e do Instituto de Criminalística foram mobilizados para cumprir sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Aracaju, São Cristóvão e Laranjeiras. Nestas buscas, sete pessoas foram presas em flagrante, pois os policiais encontraram materiais pornográficos em arquivos de vídeo e foto envolvendo crianças e adolescentes em situação explícita de abuso sexual.
As imagens foram identificadas e rastreadas através de um levantamento da Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Dint/Senasp), com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva. Segundo a delegada Rosana Freitas, da DRCC, a simples guarda desse material, bem como seu compartilhamento, são considerados crimes pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "O compartilhamento é um crime previsto com a pena mais grave até do que o próprio armazenamento, mas as duas práticas são criminosas", explicou.
Ainda de acordo com a delegada, o objetivo da operação foi possibilitar o acesso dos policiais e dos peritos criminais aos arquivos com pornografia infantil. "A gente contou com o trabalho essencial da perícia porque o objetivo da operação é ir para os alvos indicados inicialmente e constatar em loco a materialidade de crimes ligados a exploração sexual e a pornografia infantil. Então, os peritos do Instituto de Criminalística foram também acionados e estiveram com a gente durante a investigação e a operação para que hoje nós, ao dar cumprimento as buscas, pudéssemos constatar a materialidade das suspeitas existentes de que os alvos baixavam, compartilhavam ou mantinham armazenados arquivos com conteúdo de pornografia infantil", disse Rosana.
A delegada Mariana Diniz, do DAGV, avalia que a operação joga luz sobre outros casos de crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes, que muitas vezes são cometidos pelos próprios familiares e acabam subnotificados, isto é, muitos destes casos não são denunciados por ameaça ou medo. Atualmente, existe uma média de 100 inquéritos policiais instaurados pelo DAGV para apurar estes delitos. "Infelizmente, nos dias atuais, a gente sabe que esse tipo de prática criminosa ainda é uma realidade. O número de casos denunciados na delegacia é muito grande, mas ainda não condiz com a realidade", afirma.
Em crimes com esse teor além de apreender os agressores, também é necessário garantir a vítima apoio tanto social quanto psicológico. "É um compromisso nosso da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) responsabilizar os agressores e essa prática delitiva. A partir do momento que foi deflagrada essa operação e havendo a identificação de alguma vítima, cuidamos para que a mesma seja assistida e encaminhada para o atendimento psicológico. Contamos com uma equipe multidisciplinar que é de fundamental importância para uma criança ou adolescente que seja vítima de uma violência sexual, para que ela seja acompanhada por uma equipe especializada que a ajude na superação do trauma", concluiu Mariana.
Segundo o perito criminal Luciano Homem Neto, integrante da equipe que atuou na operação, já será possível montar um laudo pericial com o material encontrado. E tudo será anexado a inquéritos policiais que já foram abertos para apurar outros detalhes dos abusos registrados e do fornecimento das imagens criminosas. Os presos em flagrante foram autuados e devem ser apresentados hoje em audiência de custódia, na qual um juiz decidirá se eles ficam em prisão preventiva ou pagam uma fiança para responder ao processo em liberdade.