Sexta, 26 De Abril De 2024
       
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Além dos números e da comoção


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Publicado em 10 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia


Em apenas um ano, mais de 1.700 armas de fogo foram recolhidas pelas autoridades em território sergipano. A informação consta em relatório elaborado pelo Comitê Sergipano do Desarmamento em Favor da Paz, entregue ontem ao secretário-adjunto da Segurança Pública, João Batista Santos Júnior, como parte das comemorações ao Dia Internacional do Desarmamento. Impressionante, o número certamente explica, ao menos em parte, porque a própria segurança continua entre as maiores preocupações dos sergipanos.

Pra início de conversa, é preciso colocar as coisas em seu devido lugar. O porte de armas de fogo interessa apenas a policiais e bandidos. O cidadão comum, cercado por grades e muros cada vez mais altos, o pai de família assustado dentro de casa, pode até cair na tentação de alimentar a ilusão de alguma segurança empunhando o cano de um revólver, mas na hora do vamos ver não saberia o que fazer com tal instrumento. Comprar uma arma, ainda que de por vias escusas, realmente é muito fácil. Aprender a manuseá-la de maneira adequada, ao contrário, exige anos de dedicação e investimento.

O secretário enfatizou que a política de desarmamento tem sido um dos principais focos da política de Segurança Pública em Sergipe.  Espera-se, contudo, que também a referida sensação de insegurança que leva o cidadão a tentar se defender com as próprias mãos seja confrontada pelas políticas públicas.

A comoção popular que assalta os meios de comunicação e os espaços de discussão instituídos pela sociedade civil organizada sempre que um cidadão cai alvejado não pode ficar a mercê de acontecimentos lamentáveis, que logo serão esquecidos, seguindo o curso do volume de informações que nos atropela todos os dias. Uma discussão qualificada pressupõe o abandono de interesses velados, como os que ignoram a vista grossa adotada pelas autoridades em relação à venda ilegal de armas durante tanto tempo.

De qualquer modo, é preciso reconhecer o óbvio. Quanto menos armas em mãos irresponsáveis e despreparadas, menos chance de uma bala perdida encontrar um inocente.

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