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Bolsonarismo: mau, atraso, fanatismo religioso, militarismo e uma boa pitada de insanidade


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Publicado em 17 de agosto de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Wellington Duarte

Não será fácil. Não será um passeio. Não será o confronto entre o Harlem Globetrotters e o time de basquete do meu prédio. Não será um Flamengo x Íbis. As hordas bolsonaristas não venderão barato a anunciada derrota desse ser patético e caricato. Será uma dura e longa batalha.
Bolsonaro, no seu tradicional delírio, anda cuspindo o mesmo veneno que joga na sociedade há quase 30 anos, sendo que agora ele tem seguidores fanáticos, segmentos da sociedade que adotaram a pusilanimidade dele, o apoio de bandos armados e proteção da Procuradoria Geral da República (PGR). Sem isso ele seria uma figura execrável vagando pelas ruas do Rio de Janeiro, na noite quente e úmida, buscando inocular veneno nos menos avisados.
Ele não é um estrategista, mas seu apoio eleitoral, que hoje fica entre 30% e 35%, é uma demonstração muito clara de que seu discurso errático, sua postura ridícula, suas ações anti-civilização e sua capacidade indecorosa de mentir, atrai milhares, senão milhões, como aliás o pequeno e insignificante austríaco, que, com seu cabelinho ridículo e seus discursos raivosos, acabou seduzindo uma sociedade inteira.
Ocorre que o fascismo italiano (1922) e o nazismo alemão (1933) nasceram dos escombros da devastadora Guerra, que devastou a Europa entre julho de 1914 e novembro de 1918 e cujas sequelas foram catastróficas para a Alemanha. A Itália, que vivia numa insolúvel crise econômica e social desde 1919, também sucumbiu.
As manifestações raivosas de junho-julho de 2013 não eram num país falido. Muito pelo contrário. A própria crise econômica de 2015 não trazia consigo o apocalipse, mas a imprensa oligopolista transformou a crise numa hecatombe e permitiu uma aliança espúria, tendo a frente o PSDB, hoje um clube falido, que empurrou o país para o governo Temer e os seus medíocres 2 anos de governo, já sob a “guerra santa” da Lava Jato, abriu as portas do pinel e Bolsonaro e sua trupe, antes figuras errantes, passaram a ter o poder e o recurso do Estado e a conivência de grande parte da mais reacionária e horrenda Câmara de Deputados já eleita.
Bolsonaro, espertamente, acolheu a “pauta dos costumes”, uma aberração religiosa produzida pelos segmentos mais primitivos das igrejas cristãs, e que, com um “empurrãozinho” do governo se tornaram mais agressivas e peçonhentas. É com o poder das igrejas evangélicas que ele conseguiu manter firme uma grande parte do seu apoio. Mas não é só isso.
Os clubes de tiro, multiplicados por 10 no seu governo, permitiram que beócios e personagens furibundos, passassem a transitar livremente na sociedade. A “indústria das armas”, tão poderosa nos EUA, plantou sementes profundas via governo federal e, com isso, espalhou sua versão de sociedade, aquela que é livre portando armas e matando desafetos, e que foi acolhida pelos setores religiosos mais fanáticos. Mas não é só isso.
Bolsonaro acarinhou as Polícias Militares. Tornou-se “amigo” dessas forças da repressão que, como aparelhos de repressão dos governos estaduais, passou a se alimentar dos delírios reacionários do “duce” e, como a doutrinação dessas forças não parece ter como pressuposto básico a democracia, a “adesão” de grande parte dessa corporação ao bolsonarismo-fascista, que tem contato direto com as periferias, passou a ser um “salvo conduto” para a radicalização do discurso do Mandrião.
É claro que estamos vendo a consolidação de uma grande frente ampla, mesmo com alguns surtos de determinados setores petistas, que não parece ter percebido em que situação estamos, e isso tem apavorado o rato que, encurralado, ataca.
Serão quase dois meses de inquietação e de ataques contra a democracia, mas esse celerado será derrotado e sua horda será portadora do fascismo dentro da sociedade e se não tivermos cuidado, já em 2022, essa falange estará voltando nas prefeituras e Câmara de Vereadores.

Wellington Duarte, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Gande do Norte – UFRN, doutor em Ciência Política e presidente do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-sindicato).

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