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DO CARMELO À CARMÓPOLIS: UM CENTENÁRIO A SER CELEBRADO


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Publicado em 08 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

No último dia 2 de julho, estive na cidade de Carmópolis-SE, a convite do professor José Araújo Filho, prior da Terceira Ordem do Carmo em Sergipe. Na ocasião, participei do “I Encontro Carmópolis: Fé e Cultura”, uma promoção da Ordem Carmelita daquela cidade, em parceria com o poder público, a exemplo da Câmara de Vereadores e do Colégio Estadual poeta José Sampaio, locais de realização das duas sessões do evento, considerando que a abertura aconteceu na noite do dia anterior, com a conferência proferida pelos professores Alexandre Magalhães e Gustavo Santos.
O “I Encontro Carmópolis, Fé e Cultura” aconteceu em meio às celebrações do centenário de criação do Município de Carmópolis, em 1922, antes conhecida como Rancho e pertencente à cidade de Nossa Senhora do Rosário. Com uma população estimada, em 2020, de cerca de 17 mil habitantes, suas origens remontam ao fim do período colonial. Segundo consta da historiografia local e sergipana, tratava-se de uma região de passagem, que foi ganhando força econômica e política com o passar dos anos, sobretudo depois de 1963, por ocasião da instalação da Petrobrás.
Foi a primeira vez que tive na cidade e a impressão que levei para Lagarto foi a de que aquele progresso todo prometido para os munícipes nas décadas de 60 e 70 não chegou a alcançar o esperado. Além de prejudicar os negócios no campo agropecuarista, em conversa com alguns munícipes, o sonho de desenvolvimento criado com a presença da Petrobrás não passou de uma ilusão e, de algum forma, trouxe mais malefícios, inclusive sociais, do que benesses, e a agora que a empresa está de saída, então.
Estruturalmente, a cidade, que conserva ainda uma beleza natural de encher os olhos, sobretudo quando vista do alto do Monte Carmelo (muito pouco explorado do ponto de vista turístico, com instalações do município abandonadas e a imagem de Nossa Senhora do Carmo carecendo urgentemente de reparo), é uma cidade que precisa de cuidados estruturais, a começar por sua entrada, com pavimentação irregular, pouco sinalizada e não convidativa.
A presença do Carmelo é datada do início do século XIX, sobretudo da realização da famosa Missão de Japaratuba. Estive no Convento e conversei bastante como o jovem frei Josué Laurindo da Silva, que também é o pároco da cidade. Natural da Paraíba, vi nele muita vontade de colaborar com a cidade, não somente a partir da ação evangelizadora e pastoral, mas também no sentido de fazer de Carmópolis um importante ponto de turismo religioso do Estado e quiçá do Nordeste. Porém, tem lhe faltado apoio à altura do merecimento. Iniciativas como estas, se vingadas, atrairia mais desenvolvimento para o lugar do que a Petrobrás prometeu e fez, creio eu, como alguém que analisa as coisas de fora.
Conheci e conversei também com outro grande entusiasta cultural de Carmópolis, o professor Alexandre Magalhães, que já foi Secretário de Cultura do município em duas ocasiões. Pela fala dele e pela pouquíssima participação dos munícipes no evento (particularmente no sábado pela manhã, quando dividir mesa redonda com os professores Péricles Morais e João Mouzart), pude perceber que a cidade carecesse, urgentemente, de uma ação efetiva de educação patrimonial. Em plena comemoração do Centenário de Carmópolis senti que falta ou pelo menos não senti (gostaria muito de ser contrariado depois da publicação desse texto) um sentimento de pertença das pessoas.
Que a instalação da Academia de Artes, Ciência e Letras de Carmópolis, prometida para este ano ainda, traga bons e renovados tempos para a cidade, que merece, por sua importância, uma comemoração e uma perspectiva melhor do que a que eu pude testemunhar naquele sábado frio e com vento forte, sob as bênçãos de Nossa Senhora do Carmo.

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