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GENIVALDO, SUA PAIXÃO E LET IT BE


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Publicado em 07 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Quando a gente pense que ele já lançou tudo que podia, esgotando todo o seu repertório, eis que ele surpreende a todos, e de modo os seus fãs, com uma nova música que promete estourar nos próximos festejos juninos. E o olhe que o forte dele é o gênero que o alçou à fama, o “brega”, a meu ver ainda usado de forma pejorativa e não como uma forma do cantor e o povo simples de interagirem e externarem seus sentimentos mais espontâneos.
Lançado no último dia 4 de fevereiro do ano em curso, o novo single de Amado Batista (71), EM CASA , já é um sucesso não somente nas plataformas digitais, mas também nas emissoras de rádio do interior do Brasil. Aliás, foi ouvindo o rádio de meu carro que surgiu a deixa criativa para a redação da presente crônica, pois este tipo de veículo de comunicação ainda é queridinho do povão.
São cinco faixas com a mesma pegada de sempre: a paixão de Genivaldo; andarilho; então volta; musa bonita; e o cafona. Aliás, no que se refere à essa discussão de ser ou não brega em nosso tempo, “o cafona”, composição sua, diz tudo em sua letra: um claro recado para aqueles que, com o nariz empinado, não consegue admitir que há arte no que Batista faz e fez ao longo dos mais de 40 anos de carreira: “Mas tem pessoas que não se conformam / Me rotulando, diz que é inteligente / Discriminação é falta de respeito / E ainda por cima é crime, minha gente”.
Em “Andarilho”, também composição de Batista, ele mais uma vez se compadece dos anônimos e das pessoas simples que estão por aí, no Brasil visível e no chamado Brasil profundo. Essa estratégia criativa de Amado vem de longa data e mais recentemente com a regravação do sucesso “Folha Seca” (Amado Batista/Reginaldo Carvalho, 1984), com Simone e Simara. “Andarilho” dedica-se a discorrer sobre aqueles sujeitos que encontramos por aí, maltrapilho e maltratado, não sabemos o nome nem sua história: “Ninguém sabe o que levou a ele / Agir desse jeito triste / Deve ser decepção, só decepção / É a única explicação, decepção”.
“Então volta” é uma das canções que Amado Batista gosta e grava, enviada por músicos e compositores do país inteiro. Nesse caso, de autoria de Cícero Vieira e Marcos Paes, que no single ele interpreta com a cantora Kell Smith. Uma canção típica de um apaixonado incorrigível, não consegue esquecer o ex-amor; “A vida sem você não tem nada a ver”. Para quem entende do risco é daquelas músicas dor de cotovelo ou sofrência à moda antiga.
“Musa bonita” é um bom country, com direito a Amado na gaita. Trata-se de uma espécie de idílio à figura feminina, como é natural nos cantores românticos que idealizaram a mulher que tira o sono e a tranquilidade de qualquer homem: “Você é tudo que eu sonho / Você tira meu sono / E não consigo viver”.
Mas nada se compara à “Paixão de Genivaldo”, de autoria de Nildomar Dantas, compositor de Goiás. Como disse Amador em seu DVD “EM CASA”: “Dá pena de Genivaldo, mas a música é maravilhosa”. Nem preciso dizer que a referência, propositadamente incorreta (Letbe) é uma referência clara à canção dos Beatles, Let it Be (1970). Politicamente, não é correta, com palavrões e um tratamento um tanto chulo à mulher, mas expressa em sua integridade e verdade o que sente um coração traído, e nesse caso, de um servente de pedreiro apaixonado por uma servente infiel.

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