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O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO”. BASTIDORES DO CASO GENIVALDO


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Publicado em 17 de junho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Ronaldo Cardoso da Silva

Fico refletindo sobre os posicionamentos de muitas pessoas que entram no debate político sem o pleno conhecimento de que “o homem é um animal político” por possuir razão e discurso em seus atos. Quando se diz que estão fazendo política com o caso “Genivaldo de Umbaúba” realmente acertam pelos motivos que já falei nesse mesmo parágrafo. A diferença é que a política que se faz é para que outros “Genivaldos” não continuem sendo vítimas dos aparelhos de repressão do Estado. Todos que reclamam no mínimo não estudaram a fundo disciplinas como história, sociologia, geografia ou filosofia e agem como pelegos a serviço do dominador.
Eu sou amigo da Fabiana, viúva de Genivaldo e também era dele. Quantas vezes o mesmo me levou para o colégio em sua moto sem cobrar um real? Quantas vezes Fabiana me ajudou, inclusive em minha campanha para vereador no ano de dois mil e vinte? Estava dando aula no dia da morte do nosso amigo, prontamente, logo que fiquei sabendo ao ver os vídeos com as cenas terríveis, encaminhei para a assessoria do Senador Rogério Carvalho pedindo para que o mesmo fizesse a denúncia junto a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e assim o fez para todo o Brasil durante seu expediente no Plenário. Em seguida fui até o Hospital de Umbaúba, lá estava Fabiana em desespero. Fiquei sem saber o que fazer e por um instante conversamos.
Depois fui ouvir populares revoltados com a injustiça que fizeram com o pobre homem. Mas, percebi que a população estava com medo de fazer um protesto pedindo justiça devido ao histórico de truculências que vinham acontecendo na cidade. Durante esse tempo, o Deputado João Daniel, assim que tomou conhecimento, me ligou dizendo que estava em Brasília já tomando algumas providências e que viria imediatamente para Umbaúba. Nisso o tempo foi passando e a comoção aumentando, mas sem revolta. Resolvi ligar para o professor Dudu para informar da gravidade do caso e que o mesmo viesse até Umbaúba como representante da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sintese (Sindicato dos Professores) para organizar o protesto no local da fatídica abordagem ao Genivaldo. A única coisa que Dudu me pediu foi um carro de som e eu prontamente tentei conseguir, mas sem sucesso, pois alguns estavam com compromissos já agendados e outros demonstraram medo em participar de uma manifestação às margens da BR-101. Tivemos que chamar um carro de som de Estância para que conseguíssemos fazer o protesto. A mobilização iniciou com o nosso chamamento via rede social, a CUT alertou à imprensa local, nacional e internacional enviando a revoltante notícia para mais de vinte países e o fechamento da rodovia aconteceu. A repercussão foi grande e com um certo tempo o prefeito de Umbaúba apareceu na manifestação com um carro de som da cidade que por coincidência eu já havia procurado para participar conosco do ato (contraditória essa nova postura do responsável pelo carro de som). Eu estranhei, pois, fiquei do momento que soube do acontecimento até que o corpo fosse levado pela equipe do Instituto Médico Legal (IML), por volta das dezoito horas, e durante esse tempo não vi o prefeito Humberto Maravilha na frente do HPP para fazer em público medidas necessárias que o caso exigia passando segurança e proteção para os que ali se encontravam indignados, inclusive eu.
Por isso que agradeço a todos que nos ajudaram desde os primeiros momentos para a realização do protesto, ao Senador Rogério, ao Deputado João Daniel, ao professor Dudu da CUT, SINTESE, OAB, as diferentes Comissões de Direitos Humanos, e principalmente à família que sabe da verdade. Também quero dizer ao prefeito “Humberto Maravilha” que em todos os nossos atos existe política porque somos racionais e conseguimos nos comunicar com os nossos semelhantes.

Ronaldo Cardoso da Silva, professor, vencedor do Prêmio “Construindo a Igualdade de Gênero” – 2014 (MEC/ONU); organizador do Protesto por Justiça a Genivaldo, filiado ao Sintese; filho legítimo de Umbaúba

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