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Pacote do veneno


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Publicado em 10 de junho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Henri Clay Andrade

O Brasil já é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. E nós brasileiros já consumimos 20% de todos os venenos agrícolas do planeta.
A ciência aponta relação direta de ingestão de agrotóxicos a doenças graves, como o câncer e a má formação congênita.
Durante o governo Bolsonaro, 315 novos agrotóxicos foram liberados no país, dentre os quais estão produtos que foram banidos em outras nações, como o Fipronil, inseticida banido em 2004 na França, o Clorotalonil, proibido na União Europeia e Estados Unidos, e o Clorpirifós, rejeitado na União Europeia. Estes dois últimos, por afetarem as células, propiciam o câncer, e neurotoxicidade que afeta o desenvolvimento humano.
A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o chamado “Pacote do Veneno” (projeto de lei nº 6.299/2002), que altera vários dispositivos da atual Lei de Agrotóxicos (7.802/1989) e quer abrir a porteira para uma flexibilização ainda maior do uso de agrotóxicos no Brasil, inclusive de substâncias carcinogênicas. Ele viola os direitos fundamentais da pessoa humana, como o direito à vida, à saúde, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e à alimentação saudável.
O projeto agora está no Senado, por isso é necessário manter a pressão sobre os senadores para rejeitar esse famigerado projeto de lei.
Sergipe tem vocação agrícola, mas é preciso de incentivos como financiamento, carência, seguro e assistência técnica, além do abastecimento de água.
Infelizmente, nosso estado hoje tem uma enorme carência de técnicos. A Emdagro não consta com número de técnicos suficientes para atender todo estado e com isso demora a sair as declarações de aptidão e os cadastros, inviabilizando o escoamento da produção.
Eu já escolhi meu lado nessa história: sou absolutamente a favor da agricultura, mas sou radicalmente contra o tóxico. Defendo a agroecologia, a agricultura familiar e os produtores rurais. Nasci no interior e sei muito bem da fundamental importância social e econômica do agro, afinal é o campo que alimenta a cidade. Mas não posso e não vou me calar diante da paulatina adição de veneno nos alimentos produzidos em larga escala, cada vez mais ostensivo e prejudicial à saúde. Essa é a verdade à qual me indigno e combato. O meu compromisso é com a justiça social, a saúde e a vida. E você?

Henri Clay Andrade, advogado, é pré-candidato a senador

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