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Povoado Pedreiras em São Cristóvão: primeiro porto de Sergipe e a “Rodovia Paraíso das Águas”


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Publicado em 29 de junho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Porto de Pedreiras, Cesar Drone

Everaldo Pinto Fontes, Gaspeu

O povoado Pedreiras, em São Cristóvão, é banhado pelo Rio Vaza Barris. A população, em sua grande maioria, é formada por pescadores que exercem suas atividades tanto para o sustento de suas famílias como para comercialização. Podemos afirmar que se trata de uma comunidade de povos tradicionais, porque, de acordo com o Decreto nº 6040, de fevereiro de 2007, os povos indígenas, os quilombolas, as comunidades de terreiro, os extrativistas, os ribeirinhos, os pescadores artesanais, dentre outros, são comunidade tradicionais.
Uma vocação turística inexplorável. A junção do Vaza Barris com Rio Paramopama, que é navegável, as sete ilhas, o manguezal, as praias, a diversidade da fauna, a paz e o silêncio que impera, fazem do povoado um paraíso ecológico com um potencial náutico de uma beleza estonteante.
Pedreira surgiu como ponto de referência, possivelmente com essa denominação, desde o início da colonização. Conta-se que o primeiro porto atracadouro de Sergipe surgiu e se chamava “Porto das Pedras”. Navios com enormes cargas de carne, sabão, alcatrão, breu e louças finas, dentre outros produtos, atracaram neste porto. Em seguida era levado até a sede do município, na época capital de Sergipe, por pequenas embarcações (BANCO DO BRASIL, 1993).
De acordo com o Documento Diagnóstico do Povoado Pedreiras (BANCO DO BRASIL, 1993), o povoado surge em meados do século XIX, a partir do povoamento de duas propriedades: Tinhare e Pedreiras. Está última, pertencente a D Iaiá, foi a primeira a ser loteada e posta à venda. Posteriormente, a propriedade Tinharé também foi loteada e vendida. Estes lotes foram adquiridos por famílias que construíram as primeiras casas da localidade. A origem da identidade de um povo pode ser formada de diversas maneiras.
O acesso ao povoado era uma estrada municipal carroçal. Em meados da década de 1970, a Petrobras, para que máquinas e caminhões pudessem ter acesso à base da subestação coletora instalada no povoado. No trajeto sentido povoado Pedreiras São Cristóvão encontramos povoados Chica e Tinharé. Essa estrada tem sido, ao longo dos anos, motivo de manifestações recorrentes frente ao poder publico municipal e à empresa Petrobras. Além dos moradores, a empresa era quem mais a utilizava, com seus caminhões e máquinas para extração e escoamento do óleo.
O pacato povoado Pedreiras poderia ser referência para Sergipe, visto que há dezenas de anos é detentor de uma estação coletora de petróleo. Há 500 metros do atracadouro do povoado Pedreiras está a Estação Coletora da Petrobras, IP-02 (campo Petrolífero de Ilha Pequena, hoje desativada). Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), as atividades de extração executadas pela Petrobras no povoado Pedreiras renderam, em 2013, mensalmente, R$ 97.932,14 (noventa e sete mil novecentos e trinta e dois reais e quatorze centavos), totalizando uma arrecadação de R$ 1.086.105,87 (um milhão oitenta e seis mil cento e cinco reais e oitenta e sete centavos), nos primeiros 10 meses daquele ano, de royalties ao município de São Cristóvão. A despeito disso, os gestores municipal e estadual nunca deram a devida atenção a essa estrada, o que causava ainda mais revolta.
Um sonho antigo dos moradores e turistas do povoado Pedreiras, a “Rodovia Paraíso das Águas” torna-se realidade. Margeando o Rio Paramopama, ao encontro com o Rio Vaza Barris a Rodovia um dos cartões postais mais bonitos de Sergipe. Abre-se uma cortina onde o pôr do Sol e as ilhas ali retratadas são dignos de uma aquarela. Possibilitar bem-estar, a autoestima e desenvolvimento para a população são resposta de uma gestão que se preocupa com o povo e coloca São Cristóvão no lugar que ela merece, por sua importância histórica, cultural e econômica para Sergipe, detentora de um título de Patrimônio Mundial da Humanidade.
Que venham os empresários do turismo. O turismo é uma atividade com amplo potencial para Sergipe e o Nordeste. A natureza foi muito generosa com essa população, oferecendo belos rios, ilhas, manguezais e um pôr do sol que encanta a todos. Usufruir de um paraíso tão preservado nos enche de orgulho e nos faz ser mais sancristovense e sergipano. Essa é a nossa raiz, onde nasceu Sergipe.
O prefeito Marcos Santana não mediu esforços para que este sonho se tornasse realidade. Visionário e pensando no desenvolvimento da população, não perdeu tempo com coisas imediatistas. Realizou um feito que remete à Constituição Federal, em seu art. 225, que diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida…”. E não ficou só aí, foi além. Um novo tempo na gestão pública municipal foi inaugurado.
Parabéns prefeito! A história reserva um lugar especial àqueles que pensam no bem comum do seu povo. Ademais, quando nos deparamos com um gestor humanitário que faz ações e estratégias que podem melhorar a vida da comunidade e das pessoas que dela fazem parte, temos certeza que outro mundo é possível.

Everaldo Pinto Fontes, gaspeu. Professor Aposentado da Rede Municipal de Aracaju e da Rede Estadual de Sergipe, Ex Secretario de Educação do Município de São Cristóvão, Ex Presidente da Fundação de Cultura e Turismo de São Cristóvão e Ex Diretor da Diretoria Regional de Educação da Grande Aracaju (DRE-08/SEDUC).

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