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OS AMORINS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS
Publicado em 28 de setembro de 2014
Por Jornal Do Dia
No QG político instalou-se um clima de ansiedade e quase desespero. Depois de uma tensa reunião em que diversas interpretações para explicar o malogro da campanha foram surgindo, ficou decidido que seria desfechada uma forte ofensiva de ataques mirando o adversário Jackson Barreto. Além da desconstrução do governo, para fazer surgir a imagem de um desgoverno, ficou resolvido, também, que haveria ainda uma bateria de ataques pessoais. A artilharia pesada foi acionada apesar de não haver na equipe de marketing um consenso a respeito da nova estratégia. Houve, na reunião, a cena patética protagonizada pelo líder do grupo que definiu a disputa como um enfrentamento maniqueísta, a luta entre o bem e o mal. Em seguida, pediu que todos rezassem um Pai Nosso de mãos dadas. Transformaram a oração numa quase paródia: ¨Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, e não nos deixei perder esta eleição, nos dando a vitória, Amém¨.
Todos se deram as mãos, e contritos, suplicaram ao Pai Nosso que Ele se transformasse num eficiente Cabo Eleitoral e revertesse a tendência revelada pelos eleitores sergipanos.
Como o Pai Nosso evidentemente não toma partido a favor de uns e em detrimento de outros, a oração desvirtuada não surtiu efeito, e as cifras continuaram sendo adversas.
Então, não houve Lexotan que amenizasse o nervosismo, e Edivan atropelou advertências dos marqueteiros, afastou o irmão candidato considerado tímido e assumiu o papel central também nos programas eleitorais.
Apresentou-se como ficha limpa desde que conseguiu registrar a sua candidatura, e detalhou como dividiu o seu patrimônio entre os parentes mais próximos, ficando, ele mesmo, com uma parcela ínfima que não daria sequer para cobrir uma pequena parte do montante das ações trabalhistas movidas sem sucesso pelos trabalhadores daquela empresa que desapareceu, e seus registros contábeis foram consumidos por um incêndio. Assim, não restou um só caminhão, uma só carreta, nada mesmo que pudesse ser levado a leilão para ressarcir os trabalhadores.
As pessoas começaram a tentar compreender os motivos reais que levariam alguém a pulverizar um patrimônio. A tentativa de explicar transformou-se numa suspeita maior.
Um tanto anódino nos debates dos quais participa, o candidato Eduardo se deixa substituir pelo irmão Edivan. O que deveria ser um debate político civilizado transformou-se numa chuva desastrada de impropérios.
Com a inteligência ao que tudo indica agora nocauteada pelos números das pesquisas, os Amorim, nervosos e impacientes, também se desesperam, constatando que os empresários sergipanos, entre eles, cidadãos assim tão respeitados, como Luciano Barreto e Walter Franco, numa atitude evidentemente de precaução e desconfiança, se recusam a jogar dinheiro ganho honestamente numa aventura arriscada.