Rosa Faria registrou a memória sergipana em várias azulejarias
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Os caminhos do PSB
Publicado em 13 de janeiro de 2014
Por Jornal Do Dia
Depois do ataque do senador Valadares (PSB) contra dirigentes do PT sergipano por conta do afastamento de Luciano Pimentel, um pré-candidato do seu partido a deputado estadual, da superintendência estadual da Caixa Econômica Federal, começam a surgir notícias a nível nacional sobre os reais motivos da reação exagerada do senador. Na sexta-feira, com o título "Desembarque", o ‘Painel’ da Folha de S. Paulo publicou a nota: "Em busca de novos palanques para Campos no Nordeste, o PSB prepara a saída do governo de Jackson Barreto (PMDB) em Sergipe. O partido quer lançar o senador Antonio Carlos Valadares no Estado, com apoio de siglas como o DEM".
Em ‘O Globo’, o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS) avisa que o partido deve reavaliar a postura independente e votar como oposição a partir de fevereiro. Beto diz que essa reavaliação de posição não é ameaça nem retaliação, mas reciprocidade a um tratamento desrespeitoso por parte do PT e do governo, que tem tratado o PSB como oposição desde o rompimento, em setembro do ano passado.
Ele informou que tão logo os trabalhos parlamentares sejam retomados, no inicio de fevereiro, as lideranças do PSB na Câmara e Senado vão se reunir para uma reavaliação de posicionamento nas votações. Ele lembra que mesmo tendo votado a favor do Mais Médicos e em mais de 60% do Orçamento, as emendas do partido foram cortadas pela metade. "Nos tratam como oposição, numa postura vingativa. Não vou continuar ajudando quem nos trata com desprezo, ignorância e desrespeito. Se é o que querem, a César o que é de César. Não sou tolo de ajudar quem me agride. Eu ajudei o presidente Lula, Dilma e o PT nos seus piores momentos, mas também sei fazer oposição. Vão comer o pão que o diabo amassou!", disse o líder socialista.
Como Valadares vem, de fato, conversando muito com o prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), sobre sucessão, das duas uma: ou ele quer mesmo disputar o governo com o apoio de João para garantir o palanque de Eduardo Campos, como diz a FSP, ou pensa em afastar o governador Jackson Barreto para uma coligação como PSB e o DEM, deixando de lado os seus compromissos com o PT. Isso seria praticamente impossível, num momento em que a memória do governador Marcelo Déda está tão viva.
Mas não custa lembrar: em 2 de novembro do ano passado, esta Tribuna publicou artigo com declarações do senador sobre a sua relação com Jackson Barreto. Alguns trechos da coluna:
"Você está duvidando da minha palavra? Esta foi a resposta do senador Antonio Carlos Valadares (PSB) a mais uma indagação do colunista a respeito da possibilidade de ele vir a ceder às pressões do presidente nacional do partido, governador Eduardo Campos, e aceitar disputar as eleições para o governo do Estado em 2014. "O que eu disse desde o início está de pé. O PSB vai apoiar a candidatura de Jackson Barreto (PMDB) para governador de Sergipe", fez questão de repetir o senador.
Valadares diz que é amigo pessoal de Jackson Barreto e o seu grupo está sendo muito bem tratado por ele nesse período de interinidade no governo, da mesma forma que era até o momento em que Marcelo Déda se afastou do governo para cuidar da sua saúde – (na época Déda ainda estava em tratamento). "Nossa aliança é antiga e foi responsável pelas maiores transformações da política sergipana", reforça. Ele prevê uma campanha dura e difícil, mas com amplas possibilidades de vitória. E fez elogios a Jackson, a quem considera um gestor responsável e um político hábil e muito atencioso com as lideranças políticas.
Quando Eduardo Campos decidiu lançar a sua candidatura a presidente, o PSB entregou os cargos que ocupava no governo Dilma, inclusive o poderoso Ministério da Integração Nacional. Valadares manteve seus aliados nos cargos federais no Estado e, na semana passada, com a substituição de Luciano Pimentel avisou que Paulo Viana também entregaria a superintendência da Codevasf, órgão que investe R$ 100 milhões na recuperação dos perímetros irrigados no Baixo São Francisco. E ataca os novos dirigentes petistas.
São evidências, ao menos por enquanto.
Coincidência
Em meio às turbulências, Jackson recebeu João Alves para um café da manhã na sexta-feira, no Palácio de Veraneio. O burburinho aumentou quando não foi permitida nem a entrada de fotógrafos e cinegrafistas para o registro do encontro. A foto divulgada havia sido feita 15 dias antes em outro encontro formal. Na saída, a garantia de que foram tratados apenas assuntos administrativos que estavam pendentes. Um detalhe: o encontro, que se transformou em café em função da numerosa agenda de Jackson no interior, foi solicitado pelo prefeito de Aracaju.
Transporte
Se o entendimento de Jackson e João é perfeito em relação às obras, o mesmo não acontece em relação ao sistema de transporte da Grande Aracaju. João Alves pressiona para que o governador transfira para a PMA o comando da licitação do transporte integrado nos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. Jackson não aceita, por entender que cabe ao Estado o papel de criar regiões metropolitanas. Além disso, prefeitos dos outros municípios preferem a criação de um consórcio com gerenciamento rotativo e não administrado por 20 anos pela Prefeitura de Aracaju.
Muito dinheiro
Muito mais do que as grandes obras, a licitação para a contratação das novas empresas que farão a licitação do transporte coletivo na Grande Aracaju será a que movimentará o maior volume de recursos nos próximos anos. Grandes empresas de todo o país têm interesse. Não por acaso, o Ministério Público também acompanha atento as negociações.
Novo alvo
O prefeito de Canindé do São Francisco, Heleno Silva (PRB), se transformou no novo alvo da rede de emissoras de rádio da família do senador Eduardo Amorim (PSC). Razão: depois de flertar com a possibilidade de apoiar a candidatura do senador ao governo do Estado, Heleno concedeu entrevista mostrando que a candidatura do governador Jackson Barreto está crescendo muito e que "há fila" de líderes políticos interessados em participar da chapa na condição de candidato a vice-governador.
Razões
Além do visível crescimento da candidatura de Jackson, Heleno aponta outra razão para o interesse em ser vice: como já é governador, ele é o único que não poderá disputar a reeleição. Historicamente, quando o governador titular não pode disputar a reeleição o vice sempre se transforma em candidato de grande potencial eleitoral.
Pressa
O presidente estadual do PT, deputado Rogério Carvalho, insiste: apesar dos imbróglios dos últimos dias em função da rusga do senador Valadares com o PT, Jackson tem que acelerar a definição da equipe para ter comando pleno do governo no decorrer da campanha eleitoral. "O tempo está passando e a campanha cada vez mais próxima. Não dá para esperar a boa vontade dos atuais secretários que pretendem disputar as eleições para reorganizar o governo", entende Rogério.
Clareza
Rogério entende que Jackson deve reunir logo as lideranças dos partidos que integram a base governista desde a campanha pela reeleição de Marcelo Déda e definir claramente o papel de cada um. Ele tem dúvidas sobre a permanência no grupo do PSB do senador Valadares, em função dos interesses maiores do partido com a candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. "Valadares não vai ceder a ninguém a condição de coordenador da campanha presidencial do PSB em Sergipe. Como conciliar isso com a candidatura de Jackson, que defende e apoia a candidatura da presidente Dilma?", questiona Rogério.
De olho
Calado, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) acompanha com atenção a briga entre o senador Valadares e a direção do PT. Edvaldo se transformou num grande interlocutor do senador e reclama nos bastidores de uma suposta falta de atenção de Jackson Barreto.
Sem Márcio
Jeferson Lima, secretário nacional da juventude do PT, esclarece que desde 2011 quando assumiu a função no PT não integra a assessoria do deputado federal Márcio Macedo.
Mini refinaria
O governador Jackson Barreto assinará um protocolo de intenções com a empresa Costa Global às 10h desta segunda-feira, 13, no Palácio dos Despachos para a implantação de uma refinaria de pequeno porte no município de Carmópolis. Orçada em R$ 120 milhões, a refinaria terá capacidade de processamento diário de 10 mil barris de petróleo e vai produzir gasolina a diesel. A receita operacional prevista é de R$ 480 milhões. Em termos de criação de empregos, a construção desta primeira unidade modular deverá empregar 200 trabalhadores. Na fase de operação serão 50 empregos diretos e 200 indiretos. O prazo de implantação do modulo inicial é de 18 meses, a partir do início da construção.