Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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Os países menos desenvolvidos


Publicado em 18 de março de 2023
Por Jornal Do Dia Se


De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), os 46 países menos desenvolvidos do mundo estão sendo os mais atingidos por várias crises, incluindo a pandemia de COVID-19, crise climática, crescentes desigualdades, aumento da dívida e choques econômicos.
A entidade internacional aponta que os países menos desenvolvidos enfrentam o desafio dos altos custos da dívida, ao mesmo tempo em que possuem liquidez inadequada para fornecer serviços essenciais. Na última década, os custos do serviço da dívida nos países menos desenvolvidos saltaram de cerca de 5% em 2011 para mais de 20% na atualidade.
Para resolver isso, a UNCTAD está mobilizando uma ação global para ajudar esses países a criar resiliência a choques econômicos e salvaguardar seus ganhos de desenvolvimento duramente conquistados.
A caracterização de países menos desenvolvidos foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), há 51 anos, com 25 países iniciais, que se ampliou para 52 países em 1971, 52 em 1991 e na atualidade é composto por 46 países, ou seja, nas últimas três décadas, apenas seis países evoluíram e deixaram a categoria de menos desenvolvidos.
Os seis países que passaram do status de país menos desenvolvido desde a criação da categoria são: Botsuana em dezembro de 1994, Cabo Verde em dezembro de 2007, Maldivas em janeiro de 2011, Samoa em janeiro de 2014, Guiné Equatorial em junho de 2017 e Vanuatu em dezembro de 2022.
Os atuais países menos desenvolvidos estão distribuídos entre as seguintes regiões:
África (33 países): Angola, Benin, Burkina Faso, Burundi, República Centro-Africana, Chade, Comores, República Democrática do Congo, Djibouti, Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Lesoto, Libéria, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Níger, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Togo, Uganda, República Unida da Tanzânia e Zâmbia.
Ásia (9 países): Afeganistão, Bangladesh, Butão, Camboja, República Popular Democrática do Laos, Mianmar, Nepal, Timor-Leste e Iêmen.
Caribe (1 país): Haiti.
Pacífico (3 países): Kiribati, Ilhas Salomão e Tuvalu.
De acordo com a UNCTAD, a lista dos países menos desenvolvidos é revisada a cada três anos pelo Comitê para Políticas de Desenvolvimento, através de um grupo de especialistas independentes que se reportam ao Conselho Econômico e Social da ONU.
A identificação de um país nesta categoria de menos desenvolvido envolve critérios como: renda per capita da população, índice de recursos humanos e um índice de vulnerabilidade econômica e ambiental. Conforme informações da UNCTAD, os países menos desenvolvidos, representam 22% dos países com os apelos mais recorrentes por fundos em reação a crises climáticas extremas.
A revelação pela entidade internacional de que os países menos desenvolvidos são marginalizados no comércio global e agora enfrentam ventos contrários adicionais por causa das políticas ambientais de seus parceiros comerciais é ponto de atenção para os demais países, em especial os países em desenvolvimento.
Os 46 países menos desenvolvidos do mundo, abrigam cerca de 1,1 bilhão de pessoas, contribuem minimamente para as emissões de CO2. Para exemplificar, em 2019, eles representaram menos de 4% do total das emissões mundiais de gases de efeito estufa. No entanto, nos últimos 50 anos, 69% das mortes em todo o mundo causadas por desastres relacionados ao clima ocorreram nos países menos desenvolvidos.
Registre-se ainda, que as economias dos países menos desenvolvidos dependem em grande parte das exportações de commodities, como minerais, metais e combustíveis, que produzem altas emissões de CO 2 e muitas vezes são insumos para cadeias de valor globais intensivas em carbono, incluindo produtos de metal, cimento, fertilizantes ou eletricidade.
De acordo com a UNCTAD, entre 2018 e 2020, cerca de 80% dos países menos desenvolvidos foram classificados como dependentes de commodities, o que significa que mais de 60% de suas exportações de mercadorias consistiam em produtos primários. Na transição global de baixo carbono, esses países podem enfrentar severas restrições fiscais e perda de produção econômica caso a extração dessas commodities sofra um corte acentuado.
Olhar para a situação dos países menos desenvolvidos é importante para um país em desenvolvimento ou economia emergente como o Brasil, na lógica de buscarmos os aprendizados da evolução dos países.

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