Ossos do ofício

Os donos de bares e restaurantes querem tra balhar. A pandemia em curso não deixa. Sem  outro remédio, além de recorrer aos decretos que impõem o toque de recolher, o governador Belivaldo Chagas assumiu o ônus político derivado de ações em favor da vida, ainda que sob o risco de se tornar mal quisto pelos empresários do setor.
Ossos do ofício. Não adianta brigar com os dados da realidade. Enquanto o contágio por covid-19 não arrefecer, a retomada da atividade comercial deverá permanecer submetida aos protocolos de segurança impostos pelo governo de Sergipe. A gritaria dos donos de bares e restaurantes é grande. Mas a responsabilidade sobre os ombros do governo é maior ainda.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Sergipe é o único estado no Brasil inteiro que ainda mantém bares e restaurantes fechados durante os fins de semana. Os dados divulgados Abrasel não apontam, contudo, a gravidade do quadro geral. Ontem, o estado registrou mais 29 mortes pela covid-19 e 702 novos casos da doença. Desde o início da pandemia, foram registrados 213.763 casos e 4.612 mortes causadas pela Covid-19. Até o momento, 193.213 pacientes estão recuperados. Mais importante: Os hospitais, públicos e privados, continuam lotados, sem perspectiva de leitos vagos ao longo dos próximos dias.
Hoje, o governador se reúne com o Comitê Técnico Científico convocado para traçar estratégias de combate ao contágio, mais uma vez. O levantamento da Abrasel certamente será considerado. Os dados do contágio e a taxa de ocupação dos leitos nos hospitais, também.