Pandemia e desemprego
Publicado em 21 de agosto de 2020
Por Jornal Do Dia
Não foi à toa que governadores e prefeitos de ram o braço a torcer e apressaram a retoma- da econômica, apesar do risco de aumento do contágio por Covid-19. A crise sanitária redundou em agravamento da crise econômica, anterior à pandemia.
Os dados divulgados regularmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não deixam margem para dúvida: mês a mês, a situação fica mais grave.
A taxa de desocupação cresceu de 12,4% para 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas em julho. No mês, mais 438 mil pessoas ficaram sem emprego, se comparado a junho. A população ocupada caiu para 81,5 milhões de trabalhadores.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Mensal (Pnad Covid19) e demonstram, em matemática incontestável, a realidade dos infelizes: milhões de brasileiros foram abandonados à própria sorte, sem emprego, nem esperança.
A desigualdade prospera. Ainda de acordo com a Pnad Covid19 Mensal, 30,2 milhões de domicílios brasileiros, 44,1% do total, tiveram acesso a algum tipo de auxílio emergencial relacionado à pandemia, em julho. Nas regiões norte e nordeste, 60% dos domicílios são mantidos, completamente ou em parte, pelo auxílio emergencial. Não se trata de grande soma, convém sublinhar, mas de R$ 600.
A incompetência do presidente de turno mais a repercussão sanitária e econômica da pandemia de coronavírus, ainda firme e forte no Brasil, criaram uma tempestade perfeita. Agora, de norte a sul, o comércio abre as portas.