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Panorama Econômico para o Brasil 2023
Publicado em 24 de dezembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Saumíneo Nascimento – saumineon@gmail.com
Abordarei neste ensaio um panorama econômico para o Brasil em 2023, com base em informações de agentes do mercado financeiro.
Entre os principais indicadores econômicos, as perspectivas para 2023 são as seguintes: PIB – perspectiva de crescimento de 0,75%; inflação medida pelo IPCA – perspectiva de 5,08%; inflação medida pelo IGP-M – perspectiva de 4,54%; taxa de juros pela Selic – perspectiva de chegar em dezembro de 2023 em 11,75%; câmbio – perspectiva de chegar em dezembro de 2023 em R$ 5,25/US$; saldo em conta corrente – perspectiva de US$ 44 bilhões negativo; balança comercial – perspectiva de saldo de US$ 60 bilhões; investimento estrangeiro direto – perspectiva de US$ 75,00 bilhões; dívida líquida do setor público – perspectiva de 61,50% do PIB; produção industrial – perspectiva de crescimento de 2,90%; taxa de desemprego – perspectiva de fechar 2023 em 9,3%; reservas internacionais – perspectiva de concluir 2023 com um saldo de US$ 330 bilhões.
Sobre os indicadores de finanças públicas, as projeções são as seguintes: resultado primário: -1,5% do PIB; resultado nominal: -8,8% do PIB; Dívida Pública Bruta: 78,2% do PIB e Dívida Pública Líquida: 60,8¨do PIB.
De acordo com relatório de um dos bancos estrangeiros com forte atuação no Brasil, a política fiscal tem uma projeção de um déficit primário do setor público de 1,5% do PIB, em face da manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600,00/mês. O referido banco também projeta um aumento no déficit nominal devido aos juros mais altos, o que implica trajetória ascendente da dívida pública no médio prazo. A instituição também aponta que no próximo ano ocorrerão mais pressões para gastos sociais e deverão ocorrer vários debates sobre as novas regras fiscais.
Para a perspectiva de crédito em 2023, utilizando-se de informações do último relatório trimestral de inflação do Banco Central do Brasil, tem-se que a previsão de crescimento do saldo nominal da carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) será de 8,3%, mas com variações diferenciadas entre as modalidades; pois de acordo com o relatório do Banco Central, existe a perspectiva de crescimento mais acentuado do crédito livre.
Para 2023, a projeção de crescimento para o crédito livre é de 8,6%, que conforme a autoridade monetária, está em linha com o movimento recente das condições financeiras domésticas e a expectativa de taxa de juros real mais contracionista nesse horizonte. No crédito direcionado, a perspectiva de crescimento para 2023 é de 8,0%.
Um ponto abordado no relatório de inflação do Banco Central é a incerteza ao redor das projeções de crescimento para o Brasil em 2023. E algo que não pode ser desvinculado é o cenário externo, que segundo o Banco Central, permanecem desafios para o desempenho da atividade econômica global, decorrentes de aperto da política monetária em diversos países, da evolução da guerra na Ucrânia e, na China, da crise no setor imobiliário e da incerteza acerca da política de Covid Zero.
A estimativa de crescimento do PIB do Brasil pelo Banco Central é mais otimista que a do mercado financeiro, a perspectiva do Banco Central é de 1,0%, enquanto a do mercado financeiro é de 0,7%. Este crescimento de 1,0% é distribuído da seguinte forma: agropecuária crescendo 7,0%, indústria 0,0% e comércio/serviços 0,9%.
Na questão da estimativa de crescimento do PIB do nosso país, cabe um destaque para um importante setor de geração de empregos e interação com diversas cadeias produtivas do setor industrial, o setor da construção civil. Conforme informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, a expectativa para 2023 é de um crescimento de 2,5%, referida projeção considera melhorias no mercado imobiliário e as demandas do setor habitacional.
No campo empresarial a minha opinião é a de que as empresas verdes ganharão mais protagonismo em 2023, em face dos quesitos de sustentabilidade e tecnologia que conectam com a preocupação ambiental, sendo pauta de monitoramento no mercado financeiro. O resultado disso é que veremos em 2023 várias mudanças na cadeia de suprimentos.
Enfim, a minha percepção é a de que 2023 será um ano de muitos desafios a serem superados no campo econômico, sem perder de vista as questões sociais e de desigualdades ainda persistentes em um país em desenvolvimento como o Brasil.