PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!
Publicado em 09 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
* Paulo André Fontes
O ano de 2020 já está sem sombra de dúvidas como um dos mais dantescos da história da humanidade. Sequer iniciamos o ano, logo percebemos algo errado, talvez este não fora configurado devidamente e fora facilmente infectado por um vírus?! Isso mesmo, apesar de toda crença em melhoras e esperança de renovação ao qual estamos acostumados a ouvir dos nossos próximos na " hora virada", não conseguimos entender a desventura advinda de uma micro substância orgânica capaz de transmitir doença, ou seja o já popular COVID-19.
De origem ainda desconhecida exatamente, mais reconhecido como seu epicentro inicial na cidade de Wuhan, na China, este vírus tem sido o transtorno mais letal que as populações dos 6 continentes tem passado, após infectados os países contam os seus mortos e mesmo com todos os aparatos necessários e algumas recuperações e curas, os cidadãos do mundo e seus governos tem enterrado assustadoramente seus pares, chamo a atenção para as pessoas idosas.Para entendermos um pouco melhor, esse tal corona, podemos descrevê-lo como qualquer vírus cientificamente descrito, assim, é considerado como um agente infeccioso diminuto, desprovido de metabolismo independente, que se replicam somente no interior de células vivas hospedeiras, ou seja um ser vivo e no caso específico, infelizmente nós. Por isso, apesar de qualquer análise científica, este articulista que vos comunica humildemente, referir-se-á em sua essência político-social e econômica, que no caso mundial, vem causando um transtorno sem precedentes.
Nem as guerras, ditaduras totalitárias, as migrações forçadas ou desastres ambientais, nem outras pandemias causaram tanto estrago instantâneo para as economias dos estados e das famílias, isso porque a capacidade de infecção e informação instantânea, hoje contam com os meios de transporte em massa e a rede mundial de informações respectivamente, por isso o terror passou a ser explorado como se estivéssemos em plena idade média em pleno surto da peste negra. Dá-se início ao isolamento social e à "alcoolmania", lavar as mãos e passar álcool agora é mania mundial, que bom!Os governos, repentinamente ou forçosamente, tiveram que adaptar-se a "nova realidade" as populações já não pensam como antes e o "controle social" divide opiniões. Benéfico ou não as restrições sociais mudaram radicalmente as rotinas das famílias e das empresas. Em questão de dias a " quarentena" fizeram as pessoas saírem das ruas e trabalhos e passassem como nunca a maior parte do tempo em casa, salvo exceções. Sem querer, os trabalhadores tiveram de aceitar uma nova rotina de trabalho e consumo e a economia a projetar um " possível colapso" devido à queda da produção e consumo. O mundo está em transe!
E na política?!, nunca se imaginou num período de capitalização e conservadorismo político-social mundial os governos tão amedrontados, os representantes do capital na política verem-se forçados a "recuar" e adotar programas sociedades de distribuição de renda para ajuda aos necessitados que já não são mais os pobres, mas sim, todos os afetados diretamente e indiretamente, pois sem consumidor na rua, sem comercio/economia ativa.
Pois é, a ressaca do carnaval veio pesada. Diversos concursos, eventos e oportunidades agora perdidas ou estagnadas esperando pelo próximo dia, a incerteza do porvir, está deixando as pessoas apreensivas até porque este ano talvez teremos eleições municipais, e o assistencialismo institucionalizado da politicagem já passou a ser revisto, agora devemos ler como um ato de caridade, pois a fome bate ás portas e o que se espera para o restante do ano é correr atrás dos prejuízos.
Enfim, este ano, até o lendário Raul Seixas que estava sendo suplantado pelas músicas desacertáveis e de péssimo gosto musical, voltou à cena, refiro me ao "Dia em que a terra parou!", tal letra retrata a paralisação as coisas, na letra, mas hoje algo tão corriqueiro que as loucuras do artista já passa a ser encaradas como profecias. Por isso que devemos esperar tudo, inclusive nada desse ano infectado. Se for para ter medo ou sofrer, pare o mundo que eu quero descer!
* Paulo André Fontes é professor de História, bacharel em Direito.