Coberto de razão (China Tom/CMA))
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Pedras e vidraças
Publicado em 25 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Folheio o Jornal do Dia e dou de cara com uma feliz declaração do vereador Élber Batalha. Líder de uma oposição minúscula, mesmo para o cordato padrão local, ele se cobre de razão ao defender os fundamentos da vereança. Trata-se, ele lembra, de fiscalizar o poder executivo. Se o mandatário de plantão dá brechas para os críticos lhe apontarem o dedo, aí são outros quinhentos.
“Vossas excelências que são da bancada, eu respeito, já fui de bancada, mas quando eu era líder de governo, muitas das vezes liberei a bancada para votar contra. Porque não aceito, em troca de uma aliança ideológica, romper com os meus princípios. Então, essas cobranças não têm que ficar só na oposição, não. Quando abrirmos mão de fiscalizar, estaremos abrindo mão do nosso mandato”.
Não há, na declaração do vereador Élber Batalha, o que tirar, nem por. Lembro, no entanto, que se hoje ele atira pedras contra a prefeita Emília Corrêa, por assim dizer, também já esteve condição de vidraça. E não lidou bem com a raridade da crítica, então criminalizada.
Élber Batalha foi secretário de Cultura durante o governo de Jackson Barreto, sucessor de Eloísa Galdino. Em termos práticos, este é um cargo de menor importância na estrutura arcaica da administração estadual, haja vista a insuficiência de recursos para tocar projetos e criar políticas públicas duradouras, voltadas para o segmento. Ainda assim, confere, ao titular da pasta, o privilégio duvidoso de muita bajulação.
Secretário de Cultura, Élber pouco fez por artistas e demais agentes da lavoura sensível Serigy, além de capitalizar politicamente o beija-mão próprio da função. Confrontado por este jornalista que vos escreve, leitor compassivo, o gestor lançou mão de um processo por calúnia e difamação jamais levado à frente. Segundo me informaram, amigos em comum o dissuadiram da revanche jurídica. Mas a queixa existe.
Alinho-me agora, por força de coerência, a Élber Batalha, a quem cabe passar um pente fino em todos os atos, discursos e intenções da prefeita Emília. Lembro ao vereador, entretanto, esta é também a função da imprensa. Doa a quem doer.