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Pela primeira vez uma mulher deverá comandar a OMC
Publicado em 29 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Abordarei adiante alguns pontos do movimento de sucessão em anda mento na Organização Mundial do Comércio (OMC), que é uma organização internacional que trata das regras globais do comércio entre as nações. Sua principal função é garantir que o comércio flua da maneira mais suave, previsível e livre possível
Este processo de mudança no comando da OMC foi antecipado porque o então Diretor Geral da organização, o brasileiro, Roberto Azevêdo deixou o cargo em 31 de agosto de 2020, um ano antes do término de seu mandato.
O Presidente do Conselho Geral David Walker da Nova Zelândia informou aos membros em 20 de maio de 2020 que o processo de nomeação do próximo Diretor Geral da OMC começaria formalmente em 8 de junho de 2020, com nomeações aceitas a partir dessa data até 8 de julho 2020.
Conforme informações da OMC, ao final do período de indicação, oito candidatos haviam sido apresentados por seus respectivos governos. Depois disso, existe um processo seletivo que vai reduzindo o número de candidatos até chegar-se a um consenso de quem será o escolhido.
Na primeira fase do processo seletivo, os oito candidatos fizeram as suas apresentações pela ordem de recepção das candidaturas. Os oito candidatos foram: Dr Jesús Seade Kuri (México), Dra. Ngozi Okonio-Jweala (Nigéria), Sr. Abdel-Hamid Mandouh (Egito), Sr. Tudor Ulianovschi (Moldávia), Sra. Yoo Myung-hee (República da Coreia), Sra. Amina C. Mohamed (Quênia), Sr. Mohammad Maziad Al-Tuwairi (Reino da Arábia Saudita) e Dr. Liam Fox (Reino Unido), portanto foram 5 homens e 3 mulheres de 8 diferentes países.
Esta primeira fase ocorreu da seguinte forma: cada candidato foi convidado a fazer uma breve apresentação de abertura. Isso foi seguido por um período de perguntas e respostas de no máximo uma hora e quinze minutos. Durante os últimos cinco minutos do período de perguntas e respostas, os candidatos tiveram a oportunidade de fazer uma declaração final, se assim o desejassem.
Após suas apresentações no Conselho Geral, cada candidato deu uma entrevista coletiva na OMC. Essas conferências de imprensa foram transmitidas ao vivo no site da OMC.
A segunda fase do processo em que os candidatos se apresentam aos associados, terminou a 7 de setembro de 2020. De 7 a 16 de setembro, o Embaixador Walker, junto com o Presidente do Órgão de Solução de Controvérsias (Dacio Castillo de Honduras) e o Presidente do Órgão de Revisão de Políticas Comerciais (Harald Aspelund da Islândia) consultou todos os membros da OMC para avaliar suas preferências e buscar para determinar qual candidato está melhor colocado para atrair o apoio do consenso. Nesta segunda fase ficaram ainda na disputa cinco candidatos.
Na reunião dos Chefes de Delegação em 18 de setembro de 2020, o Emb. Walker e seus dois co-facilitadores no processo de seleção revelaram os cinco candidatos que obtiveram o apoio mais amplo e profundo dos membros da OMC na primeira rodada de consultas e, conseqüentemente, deveriam avançar para a próxima etapa do processo.
Os cincos candidatos que avançaram foram: Ngozi Okonjo-Iweala da Nigéria, Yoo Myung-hee da República da Coreia, Amina C. Mohamed do Quênia, Mohammad Maziad Al-Tuwaijri do Reino da Arábia Saudita Arabia e Liam Fox, do Reino Unido.
Uma segunda ronda de consultas ocorreu de 24 de setembro a 6 de outubro de 2020, o Embaixador Walker e seus co-facilitadores divulgaram no dia 8 de outubro 2020 o resultado dessas consultas e os dois candidatos que avançaram para a terceira e última rodada de consultas, que determinará o sucessor de Roberto Azevêdo. A final ficou com duas candidatas: Ngozi Okonjo-Iweala da Nigéria e Yoo Myung-hee da República da Coreia. Conforme informado pela OMC, o resultado cria um precedente histórico para a organização, na medida em que assegura que a 7ª Diretora Geral se tornará a primeira mulher a liderar a organização.
Mas tem-se um impasse no momento e, a reunião de 09 de novembro que iria anunciar a nova Diretora Geral da OMC foi adiada, pois a escolhida por consenso pela maioria dos membros foi Ngozi Okonjo-Iweala da Nigéria, porém, os Estados Unidos constam, pois a preferência daque país é por Yoo Myung-hee da República da Coreia, e ainda não se tem uma data para definição do impasse, mas o certo é que uma delas será a nova Diretora Geral da OMC.
Adiante um perfil das duas finalistas:
Ngozi Okonjo-Iweala – Nasceu em Ogwashi-Uku – Nigéria em 13 de junho de 1954, ela é uma política e economista nigeriana que foi Ministra das Relações Exteriores de seu país em 2006 e atualmente chefia o Ministério das Finanças. Ela ganhou projeção internacional por seu trabalho no Banco Mundial, de 2007 a 2011, sendo inclusive uma das favoritas a substituir Robert Zoellick na presidência da organização. Okonjo-Iweala foi educada na Queen´s School, Enugu, St. Anne´s School, Molete e na International School Ibadan. Ele chegou nos Estados Unidos em 1973 cpara estudar na Universidade de Harvard, graduando-se em Economia em 1976, já em 1981, ela obteve seu Ph.D em Economia Regional e Desenvolvimento pelo Massachusetts Institute of Tecnologia (MIT).
Yoo Myung-hee, nasceu em 5 de junho de 1967 em Hanja na Coreia do Sul, ela é a atual Ministra do Comércio da Coréia do Sul, ela já trabalhou em várias agências governamentais do seu país. O sonho de infância era ser escritora e por isso, estudou literatura inglesa na Universidade Nacional de Seul, fez mestrado em Políticas Públicas, possui um JD (título de Bacharel em Direito) pela Vanderbilt University Law School e foi admitida na ordem dos Advogados do Estado de Nova York em 2003.
As duas candidatas possuem currículo, experiência e capacidade para comandar a OMC, agora aguardar o resultado e desejar pleno êxito e sucesso no comando de um dos organismos internacionais de grande protagonismo no cenário econômico mundial.