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Perspectivas Econômicas para 2022


Publicado em 19 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia


Apresentarei adiante alguns dados e in
formações coletadas de uma apresen
tação do Ministério da Economia que aborda a perspectiva do PIB e da inflação para o ano de 2022.

De acordo com a apresentação, a política econômica brasileira tem um binômio econômico (consolidação fiscal e aumento da produtividade). Na consolidação fiscal, a premissa é a busca de uma redução consistente da relação dívida/PIB, através das seguintes ações: manutenção do teto de gastos, redução dos gastos com previdência, redução dos gastos com funcionalismo e redução dos gastos com juros. Já no aumento da produtividade, as ações são as seguintes: redução de má alocação de recursos, novos marcos legais e aumento da segurança jurídica, privatizações e concessões, abertura comercial, desburocratização e um melhor ambiente de negócios.

Neste sentido, as projeções para 2022 de algumas variáveis macroeconômicas, conforme definido pelo Ministério da Economia, são as seguintes: PIB real (crescimento de 2,10%); IPCA (4,70%); INPC (4,25%) e; IGP-DI (5,42%).

Cabe ressaltar que referidas estimativas foram revistas, mantendo-se a importância do binômio econômico definido, considerando-se ainda as seguintes ocorrências de cenário: piora no cenário internacional; quebra de cadeias produtivas; piora nas condições financeiras (todos estas ocorrências são consideradas negativas), mas do outro lado, como fatores positivos tem-se, a forte retomado do mercado de trabalho; aumento do investimento privado; a agenda de consolidação fiscal e; as reformas pró mercado para aumento da produtividade.

Sobre o mercado de trabalho, cabe destacar que ocorreu um forte aumento de postos formais de trabalho nos últimos 12 meses, melhorando a ocupação formal e informal, consequência da retomada das contratações, especialmente no trabalho formal, fazendo com o que o desemprego inicie uma curva descendente, já se verificou, uma redução de 14,6%para 13,0%, já é uma sinalização positiva. Destacando-se que nesta melhora do mercado de trabalho, ainda cabe espaço para recuperação. Dessa forma, conforme previsto pelo Ministério da Economia, o mercado de trabalho irá absorver aproximadamente 5 milhões de novos trabalhadores, sendo 3,4 milhões no setor informal e 1,5 milhão no setor formal.

Com relação às perspectivas setoriais, o setor industrial aponta para uma retomada de crescimento para os próximos seis meses; deverá ocorrer crescimento na emissão de debêntures vinculadas a infraestrutura nos segmentos de transportes, telecomunicações, tecnologias da informação e saneamento; crescimento das vendas e aumentos dos lucros de diversos setores, a exemplo de: consumo básico, setor de saúde, serviços de utilidade pública e setor imobiliário.

Segundo o IBGE, a taxa de poupança e a taxa de investimentos (a chamada Formação Bruta de Capital Fixo) ficará em torno de 18%, adicionalmente temos a expectativa de maior participação do crédito livre, sendo que a participação dos Bancos privados irá evoluir bem e bem acima dos bancos públicos.

Na consolidação fiscal de 2021, ocorreu uma melhora no resultado primário em relação ao PIB e a perspectiva é de continuidade de melhoria em 2022, com isso a relação dívida pública/PIB deverá encerrar 2021 com 81,2% e para o ano de 2022 a perspectiva é de 79,8%.

A apresentação do Ministério da Economia também aborda a questão da PEC dos Precatórios e o Auxílio Brasil, com a perspectiva de que a aprovação da referida PEC mantenha o binômio econômico de recuperação econômica do país, com manutenção da consolidação fiscal, manutenção do teto de gastos e redução consistente do gasto do governo em relação ao PIB.

Existe um cenário para 2022 que envolve o novo mercado de garantias, a lógica é a busca do aumento da eficiência alocativas das garantias, possibilitando a melhoria do uso das garantias com os seguintes instrumentos: fracionamento, segurança jurídica, previsibilidade e redução do custo de transação. Como consequência espera-se que com as garantias mais eficientes, o crédito terá uma expansão melhor, pois sabe-se que o crédito é um vetor fundamental para a retomada econômica. Exemplos de novas garantias seriam recebíveis de FGTS e recebíveis de frete.

Para complementar as expectativas econômicas adicionaremos os dados mais recentes apresentados no último Relatório FOCUS do Banco Central (referido relatório é divulgado toda segunda-feira, com o resumo das estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado).

Os agregados previstos para 2022 com base no Relatório FOCUS é o seguinte: IPCA – 9,77% em 2021 e ficará em 4,79% em 2022; PIB – crescimento de 4,88% em 2021 e previsão de 0,93% em 2022; o câmbio (R$/US$) R$ 5,50/US$ em 2021 e R$ 5,50/US$ em 2022; Selic – 9,25% em 2021 e 11,0% em 2022; IGP-M 18,54% em 2021 e 5,38% em 2022; Balança Comercial – US$ 70,3 bilhões em 2021 e US$ 63,0 bilhões em 2022; Conta Corrente – US$ -10,79 bilhões em 2021 e US$ – 19,0 bilhões em 2022; Investimento Direto no Brasil – US$ 50,0 bilhões em 2021 e US$ 60,0 bilhões em 2022; Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) – 60,0% em 2021 e 62,99% em 2022; Resultado Primário (% do PIB) – 0,95% em 2021 e -1,18% em 2022; resultado nominal (% do PIB) – -5,8% em 2021 e -6,55% em 2022.

As perspectivas econômicas apresentadas a partir de dados do Governo, são subsídios importantes para tomadas de decisões de investimentos dos agentes privados, bem como decisões dos agentes públicos, planejando orçamentos e investimentos de curto, médio e longo prazos.

Eu como economista acredito em um 2022 de continuidade de recuperação econômica, sem muita euforia, mas com consistência e perspectivas de melhorias no cenário de vários indicadores macroeconômicos, de forma especial para a variável emprego, principal vetor de inclusão social.

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