Pesquisa mostra que recuperação nos pequenos negócios foi interrompida
Publicado em 23 de março de 2021
Por Jornal Do Dia
Um novo levantamen to realizado pelo Se brae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas revela que o movimento de recuperação do faturamento dos pequenos negócios que vinha ocorrendo ao longo dos últimos meses foi interrompido, indicando assim uma piora na situação financeira desses empreendimentos. Em março, o percentual de empresários que indicaram diminuição de faturamento em relação a um mês normal de trabalho atingiu os 71%, contra 61% da pesquisa realizada em dezembro.
Essa queda nas receitas foi da ordem de 40%, índice também superior ao verificado em dezembro, quando os empreendedores reportaram uma diminuição de faturamento de 34%. O estudo aponta ainda que para 69% dos donos de pequenos negócios em Sergipe o faturamento de 2020 foi pior que o de 2019, enquanto apenas 18% dos empreendedores indicaram aumento de receitas no período. Essa queda nas receitas foi de 39,1%, o pior índice entre todos os estados do Nordeste e o terceiro pior entre todas as unidades da federação.
Os setores de Turismo e Economia Criativa continuam entre os mais impactados, mas agora juntaram-se a eles os de beleza, serviços de alimentação e artesanato. Já os menos afetados são as oficinas, pet shops e clínicas veterinárias, serviços empresariais, saúde e agronegócio
Setenta e três por cento dos empresários disseram que as vendas de fim de ano foram piores que as de 2019. Já em relação ao carnaval, 70% dos empreendedores relataram que as vendas este ano foram piores que a do ano anterior.
Empregos – A pesquisa mostra que mesmo com a queda de faturamento os empresários estão se esforçando para manter os seus colaboradores. Em dezembro o percentual de empreendedores que relataram precisar fazer demissões por conta da crise foi de 15%. No levantamento realizado em março esse índice caiu para 6%.
"Isso mostra que os pequenos empresários estão atuando em seu limite e que é preciso oferecer uma série de ações que os ajudem a superar esse momento tão difícil. Essa segunda onda da pandemia está trazendo sérios impactos e poderemos ver a situação econômica desses negócios piorar se nada for feito", explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.
Entre as medidas apontadas pelos empreendedores como mais eficientes para ajudá-los a superar as dificuldades impostas pela crise este ano estão a extensão de linhas de crédito com condições especiais (44%), a extensão do auxílio emergencial (40%), o adiamento do pagamento de dívidas de empréstimos, água, luz e aluguel (9%) e o auxílio para a redução e suspensão de contratos de trabalho (5%).
O percentual de empresários que buscou crédito junto às instituições financeiras teve uma leve queda, passando de 49 para 48% entre as duas pesquisas. O índice de empresários que tem dívidas em atraso, por sua vez, teve um ligeiro aumento, subindo de 24 para 25%.
Em relação ao crédito houve um aumento considerável no número de pessoas que tiveram seu pedido negado. Na pesquisa realizada em dezembro, 56 % dos empresários disseram não ter conseguido os recursos. No levantamento feito agora em março, o índice subiu para 66%.