O trabalho faz parte Edital de Popularização da Ciência
Pesquisa utiliza material alternativo para produção de energia e incentiva interesse em alunos da rede estadual
Publicado em 21 de maio de 2019
Por Jornal Do Dia
Uma pesquisa que procura produzir energia alternativa para acender lâmpadas, utilizando frutas, legumes, moedas, pregos e parafusos, é um dos projetos que contam com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Sergipe (Fapitec). A iniciativa faz parte do Edital de Popularização da Ciência e oferece bolsas e auxílios aos contemplados. Nesta pesquisa, especificamente, os experimentos são feitos por professor e alunos do segundo ano do ensino médio do Colégio Estadual Deputado Guido Azevedo, localizado no município de Areia Branca.
A oportunidade de desenvolver a pesquisa científica com materiais do cotidiano do aluno, e facilitar o aprendizado da Eletroquímica (ramo da química que estuda o fenômeno da transferência de elétrons para a transformação de energia química), foram os motivos que levaram o professor Danilo Oliveira e seus alunos a utilizarem materiais inusitados. No estudo desenvolvido, laranja, limão, banana, parafusos, pregos e moedas são ligados a um sistema que funciona como pilhas para acender lâmpadas de led. "As frutas e legumes na produção da pilha, são os eletrólitos, ou seja, permitem a passagem da corrente elétrica. O que causa a energia na prática é a diferença de potencial de redução dos metais utilizados (parafusos e moedas)", explica.
A experimentação proporciona ao aluno uma maneira de aprender mais ativa, incentivando o estudo, melhorando o rendimento na disciplina relacionada, conforme explica a bolsista do projeto, Anailde Almeida dos Santos, 21 anos. "Eu não era uma boa aluna na disciplina de química. Quando comecei a participar do projeto, passei a estudar mais e as notas foram melhorando. A partir desta experiência de criar pilhas alternativas, pretendemos criar futuramente um carregador para celular ”, frisa.
A complexidade na montagem do circuito, no qual são conectados frutas e metais aos fios e lâmpada, não tirou o encantamento da bolsista Ana Clara Almeida, 16 anos, com o trabalho. Para ela, manusear produtos tão simples como uma banana, e descobrir que a fruta é condutora de energia, foi muito gratificante. "Com facilidade de acesso, eu pensei até em encher minha casa com a fruta para fazer os experimentos, de tanta empolgação que eu estava em ver resultados do projeto. Não gostava de Química e passei a gostar", afirma.
Outro importante papel do projeto é a divulgação em redes sociais para tonar a propagação e incentivo ao conhecimento mais amplos. "Nós temos o canal www.youtube.com/c/quimicaemareiabranca, onde divulgamos todas as experiências científicas feitas no colégio, com o objetivo de disseminar a ciência na sociedade e nas escolas", lembra o professor Danilo Oliveira.
Para a secretária escolar e atualmente responsável pelo colégio, Juerlane de Lima Soares, o trabalho científico possibilita que haja um aprofundamento na construção do conhecimento. "Estamos vivemos uma mudança na nossa unidade de ensino com a entrada do projeto, pois está gerando um interesse contínuo do nosso alunado na busca de conhecimento, afinal, eles estão aprendendo a construir energia por meio da pesquisa", aponta.