Fila de pacientes com sintomas gripais nos arredores do hospital municipal do Augusto Franco (Fan/F1)
Pessoas com sintomas gripais formam longas filas em hospital
Publicado em 05 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
Se queixando de sintomas gripais, dezenas de aracajuanos, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), precisaram enfrentar longa fila de espera que precisou ser criada na área externa do hospital Fernando Franco, na zona Sul da capital sergipana, na expectativa de serem acolhidas por profissionais da saúde. Conforme o JORNAL DO DIA tem destacado, o alto fluxo de pessoas buscando por atendimento especializado tem apresentado aumento significativo ao longo dos últimos 20 dias. A Prefeitura de Aracaju tem conhecimento do estado crítico. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), uma estrutura temporária está sendo erguida em anexo aos hospitais regionais com o objetivo de agilizar o acolhimento de todos os pacientes.
A direção da unidade hospitalar confirmou que a administração pública municipal está viabilizando um contêiner, o qual servirá de apoio para as equipes de saúde. A perspectiva era que o suporte estrutural estivesse devidamente pronto e em uso na manhã de ontem, mas de acordo com o Hospital Fernando Franco, houve um atraso na instalação, e, diante deste contratempo, a nova expectativa é que o espaço seja disponibilizado a partir da manhã de hoje. Paralelo às criticas populares envolvendo insuficiência estrutural nas dependências internas, os pacientes se queixaram da ausência de toldos. Essas coberturas, na avaliação dos contribuintes, ajudariam a minimizar o impacto clínico provocado pela doença.
“Cada um aqui na fila só desejaria um pouco mais de atenção. É de entender que ampliar o hospital que nem fizeram durante a crise da covid [-19] precisa de um certo tempo maior, mas barracas? Toldos? Isso a prefeitura [de Aracaju] conseguiria resolver em menos de uma hora. Bastavam uns cinco aqui para pelo menos a gente não ficar debaixo desse sol, com dor de cabeça, febre e moleza”, declarou o vigilante de condomínio Bruno Santos que completou dizendo: “cheguei aqui cedo, era umas 6h30, mas nem tenho previsão de ser atendido. Já vi até uma pessoa passando mal e vomitando no chão. Tudo isso com esse sol quente na cabeça da gente.”
Epidemia – A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reconhece o cenário como epidemia provocada pela influenza A H3N2. O indicativo de pessoas sofrendo com fortes dores de cabeça, no corpo, febre e tosse intensa já apresentava números alarmantes no início da semana passada; desde o último domingo, 02, os casos dispararam. Especlistas acreditam que o aumento ocorre diante das aglomerações formadas durante as festividades alusivas ao réveillon. Sem acomodação suficiente, pacientes e acompanhantes se aglomeram em corredores ou se deitam nas calçadas do Hospital Regional Dr. Nestor Piva, na zona Norte de Aracaju.
Já na zona Sul, em um hospital exclusivamente da rede particular, a ocupação dos leitos por pessoas com diagnóstico positivo para gripe, atinge 80% da capacidade. Esse mesmo percentual também já foi atingido na tarde de ontem por unidades destinadas à usuários do SUS. Até o momento, ao menos 13 pessoas perderam a vida no estado de Sergipe após serem infectadas pela influenza A H3N2.