A Adema promete multar Petrobras por fechamento do Tecarmo
Petrobras tem 15 dias para apresentar contingenciamento para desativar Tecarmo
Publicado em 09 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
A Petrobras tem um prazo máximo de 15 dias seguidos para apresentar explicações quanto ao processo administrativo e operacional que envolve a desmobilização da Planta de Gás Natural (PGN/Tecarmo), localizada na avenida Melício Machado, zona Sul de Aracaju. Responsável pelo comunicado oficial, a direção da Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) destacou que a empresa estatal necessita respeitar integralmente todas as medidas legais previstas pela licença de operação, as quais foram emitidas pelo órgão estadual de proteção e preservação do meio ambiente. No mesmo comunicado apresentado à Petrobras, a ADEMA destacou que, caso as normas sejam descumpridas, a empresa está sujeita a aplicação de multa de até R$ 10 milhões.
Essa ação de hibernação da unidade zona Sul vem recebendo críticas por parte dos servidores e profissionais tercerizados desde a última quinzena de março deste ano, quando o Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE), intensificou a luta contra o fim operacional. Conforme previsto no cronograma do Governo Federal, essa suspenão do Tecarmo segue procedimentos semelhantes ao modelo adotado com a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), cuja hibernação foi iniciada no final do mês de janeiro. Em nota, a Petrobras informou que tendo em vista os impactos da pandemia do COVID-19, e da redução abrupta dos preços e da demanda de petróleo e combustíveis, adotou ações para redução de custos e preservação do seu caixa. Ainda em comunicado encaminhado ao JORNAL DO DIA, a Petrobras completou enaltecendo que a decisão, que abrange as plataformas da companhia localizadas em águas rasas do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e no Polo Garoupa da Bacia de Campos, faz parte de um conjunto de medidas que tem por objetivo a redução da sobreoferta no mercado externo e diminuição da exposição pela redução da demanda mundial de petróleo causada pela pandemia do coronavírus e crise do petróleo. Em Sergipe mais de 100 pessoas devem ser demitidas.
Sobre as normas contratuais a serem respeitadas, o diretor-presidente da Adema, Gilvan Dias, esclareceu que a ADEMA permanece aguardando o recebimento dos documentos detalhando o processo de hibernação da unidade Tecarmo. "Agora vamos aguardar a finalização do prazo com inspeções constantes. Também faremos comunicação aos Ministérios Público Estadual (MPE) e Federal (MPF), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e à seccional de Sergipe da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE)", explicou.