ARMAS E DROGAS APREENDIDAS DURANTE OPERAÇÃO XEQUE-MATE
Ação policial no conjunto Costa e Silva, em Aracaju
Publicado em 25 de setembro de 2020
Por Jornal Do Dia
ARMAS E DROGAS APREENDIDAS DURANTE OPERAÇÃO XEQUE-MATE
Ação policial no conjunto Costa e Silva, em Aracaju
A Polícia Civil realizou ontem a ‘Operação Xeque-Mate’, que desarticulou uma quadrilha responsável pela venda do "skunk", uma maconha modificada avaliada em até R$ 15 mil por quilo e que tem uma alta concentração do princípio ativo THC (tetra-hidro-carbinol). Sete mandados de prisão e outros sete de busca e apreensão foramexpedidas pela 1ª Vara Criminal de Aracaju e cumpridos nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. As investigações foram conduzidas pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com o apoio da Divisão de Inteligência (Dipol), da Coordenadoria Geral do Sistema de Inteligência da Segurança Pública de Sergipe (Cogesisp) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
Entre os procurados, estavam Marcia Fabiana de Souza Feitosa, 38 anos, e o sobrinho dela, Ladisson Marcel Santos Feitosa, 18, que morreram em uma troca de tiros com policiais do Cope, no conjunto Costa e Silva (zona oeste de Aracaju). Segundo a polícia, os dois reagiram à abordagem dos policiais, provocaram o tiroteio e morreram enquanto eram levados ao hospital. Márcia tinha duas condenações por tráfico de entorpecentes e duas por porte ilegal de arma de fogo, tendo ainda mandados de prisão preventiva. As investigações a apontam como a principal liderança da organização criminosa nas ruas e bastante conhecida pelo seu perfil violento, ao determinar e coordenar as execuções de traficantes rivais.
Márcia era irmã do sergipano Mauro Sérgio de Souza Feitosa, o "Maurinho", 35 anos, que estava detido no presídio da cidade de Abreu e Lima (PE), mas conseguia controlar as ações da quadrilha mesmo estando preso, através de contatos remotos com Márcia. Ele é considerado dealta periculosidade e, a pedido dos órgãos de inteligência policial de Sergipe e Pernambuco, foi transferido nesta quarta-feira para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), considerada de segurança máxima.
As investigações começaram no final de maio de 2020, depois que os investigadores verificaram um crescimento no tráfico de drogas desse tipo de maconha em solo sergipano. Nos últimos meses, foram diversas operações realizadas pela polícia de Sergipe que visavam desfalcar a organização criminosa, que vinha crescendo no estadoe estava invadindo bairros da Grande Aracaju, como América, Suíssa, São Carlos, além do conjunto João Alves. Duas dessas apreensões chamaram a atenção pela quantidade. Em julho deste ano, 700 quilos da droga foram apreendidos no bairro de Boa Viagem, em Recife (PE). Um mês depois, o Cope localizou mais 300 quilos de skunk em Japaratuba (Vale do Cotinguiba).
‘Rei do skunk’ – Em comparação com a maconha comum, a skunk é mais valorizada no mercado ilícito. A venda direta ao consumidor desse tipo de droga, normalmente, ocorre em pequenas quantidades e em poucas gramas. Raramente não excede 10 gramas desse tipo de narcótico. No entanto, segundo a polícia, Mauro Sérgio vendia em grandes quantidades, tentava se tornar o fornecedor exclusivo e se intitulava como o ‘rei do skunk’ em Sergipe. Por esse motivo, a operação foi chamada de ‘Xeque-Mate’, o lance final do jogo de xadrez, que é a captura da peça principal: o rei.
"Maurinho", era morador do bairro América. Ele é apontado como autor de roubos bastante conhecidos em Aracaju. Contra ele, há uma coleção de 12 condenações criminais pelo Poder Judiciário sergipano, sendo a maioria pela prática de roubo. Além dessas sentenças, há duas por extorsão mediante sequestro e uma por tentativa de homicídio, assim como processos em outros estados. Ao longo do tempo, ele conseguiu estruturar a quadrilha em Sergipe e consolidou-se como uma das suas principais lideranças.
A polícia apurou que a organização criminosa sediou seu posto de comando em Recife e estava enviando, periodicamente, grandes quantidades de carregamentos de entorpecentes do ‘skunk’ para Sergipe. Descobriuainda que o grupo também enviava armamentos e munições variados, que vão desde revólveres e pistolas a, até mesmo, fuzis de grosso calibre, com as respectivas munições. A quadrilha possui ramificações em outros estados e estava estruturalmente organizado, com postos de comando e de divisão de tarefas para atuação nos crimes de tráfico de drogas, de armas de fogo e munições, assim como também para a prática de homicídios. As investigações se concentram agora em identificar e prender outros integrantes do grupo.