Polícia fecha barpor som alto e cantor ataca Belivaldo
Publicado em 05 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia
As forças-tarefa de fiscalização montadas por órgãos da Prefeitura de Aracaju edo Governo do Estado mantiveram seus trabalhos durante o feriado de Ano Novo e interditaram alguns estabelecimentos que descumpriram os protocolos de segurança e prevenção contra o coronavírus, como a aglomeração de pessoas e a falta de distanciamento social. Ao longo do Reveillón, pelo menos três locais foram fechados na Orla da Atalaia e no bairro Grageru (zona sul). Outros, denunciados por perturbação do sossego, também foram autuados.
Um dos casos que mais chamaram a atenção foi o de um bar na Avenida Hermes Fontes, onde uma banda musical se apresentava para os clientes, na noite do dia 1º. Equipes da Polícia Militar estiveram no local e apreenderam toda a aparelhagem de som, interrompendo a apresentação. Após a saída da PM, o cantor Gustavo Trindade, vocalista da banda Rojão Diferente, fez uma sequência de vídeos em tom de desabafo, criticando a ação da PM e principalmente o governador Belivaldo Chagas, a quem atribuiu a responsabilidade pelos problemas financeiros enfrentados desde o início da pandemia pelas bandas musicais.
"Belivaldo, eu passei o dia todo na sua praia, que estava lotada de gente, não teve problema nenhum. E agora, eu vim aqui trabalhar e a sua polícia proibiu a gente de trabalhar. E aí, meu irmão? Como é que está seu salário? Está em dia? Seu trio elétrico em Simão Dias deu certo? A carreata que você organizou estava cheia de gente? Pagou a todo mundo? Porquê eu estou sem receber dinheiro, meu músico está sem receber dinheiro e está todo mundo aqui sem trabalhar. Porquê você está fazendo isso! A gente também tem conta pra pagar. Não é só você que tem seu salariozinho todo dia 24 batendo na sua conta não, viu? A gente precisa trabalhar!", exalta-se o cantor, que encerrou as gravações com duas ofensas ao governador, chamando-o de "hipócrita" e "autoridade de m…".
O Palácio de Despachos não comentou o vídeo, mas a resposta veio da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em nota, ela disse que "a Polícia Militar agiu dentro da ordem e da lei para conter uma ocorrência de perturbação do sossego alheio" registrada no local, e afirmou que o estabelecimento era reincidente nas queixas de perturbação, tendo inclusive desobedecido autuações anteriores. De acordo com a PM, o bar estava com a licença ambiental vencida e já teve 11 acionamentos da polícia em apenas dois meses, incluindo cinco denúncias de perturbação do sossego alheio.
"Segundo a PM, equipes foram atender a solicitação, e após constatarem que o barulho provocado por equipamentos de som estava acima do permitido, fizeram a apreensão das caixas de som e notificaram o proprietário do estabelecimento. Lamentavelmente, no dia seguinte, o estabelecimento utilizou novos equipamentos sonoros, para desafiar as normas legais e continuar com o som abusivo, o que resultou em novas denúncias, e consequentemente, na apreensão da aparelhagem, inclusive de uma mesa de som", diz o comunicado.
A mesma nota da SSP criticou o cantor Gustavo Trindade, afirmando que ele proferiu "uma série de agressões contra o governador" e criticou uma ação legítima da PM. "A postura do artista zomba da atividade policial, desrespeita a as equipes de fiscalização e trata com indiferença as normas previstas em lei e para conter a Covid-19. Demonstra ainda total insensibilidade com as mais 2.550 mortes já registradas no estado e com as 320 pessoas que neste momento estão internadas em estado grave nos hospitais sergipanos", rebateu a secretaria.