Polícia prende pessoas autorizadas a cultivar maconha

A Polícia Civil prendeu no início da manhã de ontem cinco pessoas acusadas de comercializar maconha na capital e no interior sergipano. O alvo da operação foram dois imóveis localizados nas cidades de Aracaju e Salgado, onde os suspeitos cultivavam mudas do entorpecente com a alegação de comércio irrestrito para a produção de produtos medicinais. A atuação criminosa, conforme identificado por peritos do Departamento de Narcóticos (Denarc), foi iniciada há cerca de cinco meses, quando o grupo identificou que a venda para fumo, também seria lucrativo para os envolvidos. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), revelou que a operação deflagrada recebeu o nome de: ‘Operação Sementes de Ouro’.
No decorrer das apurações, o setor de inteligência da PC se deparou com o indicativo que, membros da associação – com destaque para os operadores de cargos com poder de gestão e decisão -, aproveitaram a facilidade de acesso e a falta de fiscalização para desviar as plantas produzidas, bem como comercializá-las ilegalmente pelo estado; o valor cobrado chegou a atingir R$ 30 mil por quilo de droga. Entre os cargos de gestão citados, estariam, por exemplo: presidente, engenheiro agrônomo, gerente de cultivo e conselheiro fiscal. As investigações buscam ainda constatar denúncias anônimas que envolvem desrespeitos às leis trabalhistas. Funcionários estariam sendo coagidos para receber os respectivos vencimentos mensais em sementes de cannabis ou na planta in natura.
Responsável por coordenar a operação, o diretor do Denarc, delegado Ataíde Alves, reconheceu publicamente que houve desvio de finalidade diante da autorização concedida para o cultivo da Cannabis. Sobre o destino final das plantas apreendidas, a SSP informou por intermédio de nota pública que o Poder Judiciário foi informado no final da manhã de ontem sobre o resultado da Operação, e, somente após esta análise jurídica, a Corte deve emitir parecer definido o destino da plantação e da droga apreendida.