MANIFESTAÇÃO OCORREU EM FRENTE AO PARQUE DA SEMENTEIRA; REIVINDICAÇÕES SÃO ANTIGAS
Polícia Unida faz novo protesto e cobra audiência com Belivaldo
Publicado em 16 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Gabriel Damásio
Continua o impasse que envolve o governo do Estado e as associações ligadas ao Movimento Polícia Unida. Na tarde de ontem, policiais que apoiam o movimento fizeram uma assembleia geral no Parque da Sementeira, no Jardins (zona sul) e saíram de lá em passeata para o Palácio de Despachos, no Distrito Industrial (zona sul). Eles protocolaram um pedido de audiência direta com o governador Belivaldo Chagas e postaram-se em vigília na entrada do Palácio, prometendo sair de lá apenas quando fossem atendidos pelo chefe do governo – ou quando a audiência for marcada. Até o fechamento desta edição, os presidentes das associações ainda se encontravam dentro da sede do governo.
Os representantes dos policiais civis e militares avaliam que as negociações travadas até o momento com o governo, especialmente com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e com a área econômica do Despachos, não estão avançando. Segundo eles, não houve nenhum aceno nos pedidos de reajuste salarial ou recomposição das perdas salariais causadas pela inflação, nem mesmo no pedido de gratificação de periculosidade.
Os líderes afirmam ainda que essa questão precisa ser decidida até o final de março, porque, como haverá eleições gerais neste ano, a Lei Eleitoral determina que qualquer reajuste ou benefício salarial só poderá ser concedido até o começo de abril. “Não custa lembrar que o governo do estado disse que discutiria com a categoria as reivindicações, porém o tempo está se exaurindo sem que haja tal discussão. Pelo jeito a mesa de negociação está mais para “mesa de enrolação”, pois as reivindicações são antigas, ou seja, remontam a meados do ano passado, sendo do total conhecimento do governo, que até agora não acenou com nada de concreto”, criticou o blog Espaço Militar, que apoia a causa dos policiais.
Os policiais reclamam ainda de processos disciplinares e outras retaliações administrativas que vem sendo aplicadas os integrantes do Polícia Unida. Na edição do dia 5 de fevereiro, o JORNAL DO DIA mostrou que a Delegacia-Geral de Polícia Civil pediu a execução de uma multa de R$ 50 mil contra a Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepol) e o Sindicato de Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), por descumprirem uma liminar do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) que proibia a realização de protestos e paralisações da categoria. Na ocasião, a atitude foi repudiada pelas entidades, que acusaram o Estado de perseguição.
O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Sergipe (Assomise), coronel Adriano Reis, voltou a pedir a intervenção direta de Belivaldo no impasse com os policiais. “Queremos dizer ao governador do Estado, que negociação não existe, até o momento só palavras, e a palavra dada pelo governo do Estado de Sergipe não tem sido cumprida, queremos ser recebidos de fato para negociação, queremos respeito”, afirmou Adriano.
A Superintendência de Comunicação do Governo de Sergipe informou que o Executivo “já está concluindo os cálculos de impacto financeiro, dentro das possibilidades do Estado, para enviar à Assembleia Legislativa um Projeto de Lei com melhorias salariais para os servidores públicos estaduais”.