Policiais são novamente ouvidos sobre morte de empresário
Publicado em 10 de abril de 2021
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Uma equipe da Delega cia de Homicídios de Patos (PB) esteve nesta quinta-feira em Aracaju e ouviu oficialmente um segundo depoimento dos três policiais presos por envolvimento na morte do empresário paraibano Geffeson de Moura Gomes, 32 anos, baleado durante uma abordagem policial no dia 17 de março deste ano, em Santa Rita (PB). Os delegados Reinaldo Nóbrega e Sylvio Rabelo, responsáveis pelo inquérito policial do caso, estiveram em unidades da Polícia Civil onde delegado Osvaldo Resende, o policial civil José Alonso Santos e o policial militar Gilvan Moraes de Oliveira, estão detidos desde 23 de março, em prisão temporária.
Segundo os policiais paraibanos, o objetivo foi checar informações relativas ao primeiro depoimento prestado pelos colegas sergipanos, horas após a ocorrência, e a fatos novos que foram levantados durante a apuração dos casos. Uma delas diz respeito à investigação realizada pelos policiais sergipanos, que estavam na Paraíba a procura de um suspeito de envolvimento com o tráfico. Alguns documentos foram apresentados na ocasião do depoimento.
O delegado Reinaldo Nóbrega indicou, em entrevista à TV Atalaia, que a polícia paraibana admite a possibilidade de que a morte de Geffeson pode ter ocorrido devido a um engano dos policiais, que atiraram contra um carro suspeito durante a abordagem. "Infelizmente foi uma fatalidade, uma pessoa morreu. Não quero e nem posso fazer juízo de valor sobre o caso, mas o que posso dizer é que a partir dos depoimentos que foram colhidos hoje, muitas coisas foram esclarecidas. Realmente existia uma investigação que era realizada pela polícia sergipana em cima de um grupo criminoso e que já se prolongava por muito tempo", disse ele, classificando os agentes sergipanos como "policiais de alta idoneidade, da mais alta estima".
A previsão é de que a investigação seja concluída dentro de 30 dias, mas a depender do andamento da apuração, uma prorrogação de prazo pode ser atingida. A defesa dos policiais sergipanos afirma que nenhum fato novo foi revelado nos depoimentos de ontem, que aconteceram com tranquilidade.
O delegado e os policiais, que estavam a serviço do departamento de Narcóticos (Denarc) faziam diligências na região e, segundo as investigações, dispararam vários tiros contra o carro de Geffeson, que passava pela estrada a caminho de Cajazeiras, onde visitaria o pai. Na ocasião, os agentes sergipanos alegaram que a vítima estaria armada e teria reagido à abordagem dos policiais. A família do empresário contestou e afirmou que ele não tinha nenhuma arma. O Ministério Público paraibano acompanha as investigações do caso.