Segunda, 10 De Fevereiro De 2025
       
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Policial entra armado e saca revólver em show


Publicado em 13 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia


O policial deixou uma arma na portaria e entrou com outra, que usou para fazer ameaças

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

A Corregedoria da Polícia Militar vai abrir inquérito para apurar o incidente ocorrido às 22h30 de anteontem em uma casa de shows na Praia da Aruana (zona de expansão de Aracaju). Um soldado do 8º Batalhão da PM, que estava de folga e cujo nome não foi revelado, sacou um revólver e ameaçou fazer disparos no meio de dezenas de pessoas que ocupavam um camarote, durante um show da banda de pagode Harmonia do Samba. Ninguém se feriu, mas a atitude do militar causou tumulto na casa e criou pânico em muitos frequentadores, a ponto de a banda interromper a apresentação para pedir calma.

O militar foi detido por seguranças que trabalhavam no show e apresentado a um oficial da PM, que o levou para a Delegacia Plantonista (Centro). Em seu depoimento, o soldado alegou que agiu em legítima defesa, pois teria sido ameaçado de agressão por três homens que estavam no camarote. No entanto, informações de testemunhas alegam que o policial sacara a arma no meio de uma discussão com rapazes que teriam mexido com uma garota. Os depoimentos do policial e de algumas testemunhas foram encaminhados para a 4ª Delegacia Metropolitana (Cj. Augusto Franco), que também vai investigar o incidente.

Após o depoimento, o PM assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado, mas teve apreendidas duas armas: o revólver usado no incidente e uma pistola calibre ponto 40 que foi entregue à equipe de segurança do show. As duas armas estão registradas em nome da PM e acauteladas ao soldado envolvido, o que pode gerar um processo por crime militar. Em nota divulgada pela manhã, a empresa Augustu´s Produções, responsável pelo show, confirmou que o policial entrou no evento com as duas armas, mas só a pistola foi entregue à segurança.
"O incidente que envolveu o policial militar à paisana deveu-se em virtude do mesmo adentrar as instalações do evento portando duas armas registradas em nome da Polícia Militar de Sergipe e que, por omissão intencional, somente uma delas foi entregue pelo mesmo à guarda dos responsáveis pela segurança do evento para o procedimento padrão de acautelamento e guarda das armas dos policiais que não estão a serviço nos eventos por ela realizados", diz o texto.

Procurado pelo JORNAL DO DIA, o comandante de Policiamento Militar da Capital, coronel Jackson Nascimento, disse não ter ainda conhecimento da informação passada pela Augustu’s e que, até aquele momento, não tinha ouvido o soldado e nem teve acesso ao depoimento prestado por ele à Polícia Civil. "Eu não fui comunicado oficialmente desta ocorrência, mas soube dela através do telefonema de um delegado de polícia e mandei um oficial ir até lá [casa de shows] para acompanhar tudo e conduzir o policial à delegacia. Só quando eu ouvir formalmente o soldado e as outras pessoas envolvidas é que vou ter uma noção exata do que aconteceu e poder me manifestar", disse o comandante.

Sobre o uso das armas, Jackson argumentou que o porte da arma é indispensável à atividade policial, mas pode ser regulado em eventos específicos, como Pré-Caju e Forró-Caju, através de portarias da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Disse também que o evento não contava com segurança da PM, pois se tratava de uma festa privada cujo pedido de policiamento não foi feito dentro do prazo de 30 dias exigido pela corporação.

A tendência é de que a polícia requisite e analise alguns vídeos gravados durante a confusão, e divulgados desde a madrugada de ontem em redes sociais da internet. Eles mostram o momento em que o PM, de camisa listrada e aparentemente nervoso, anda de lado, aponta a arma em várias direções – inclusive ao palco – e dá ordens a alguns frequentadores. Um deles chega a levantar a camisa para mostrar que não está armado e outros que estavam ao redor dele se afastam. É possível ouvir gritos de pavor de mulheres que assistiam ao show e temiam um confronto. "Ele vai atirar!", bradou uma delas. Em um dado momento, a banda Harmonia para de tocar e o vocalista, Xanddy, pede calma ao público. "O que é que está acontecendo aí, gente? Por favor! Vamos ter calma aí, gente", apelou o cantor.

Críticas – A nota da Augustu’s garantiu que não houve falhas no esquema de segurança do evento e frisou que os profissionais responsáveis agiram "de maneira eficaz e imediata, detendo-o prontamente e encaminhando-o para as autoridades militares em serviço no evento". "Cumpre ressaltar que a empresa Augustu´s Produções preza e age de maneira à sempre proporcionar toda a segurança necessária para garantir a tranquilidade e o divertimento seguro de seus clientes em geral", conclui a nota.

No entanto, o pronunciamento da empresa foi fortemente criticado nas redes sociais por muitos frequentadores, os quais acusaram os seguranças de terem deixado o policial entrar armado na festa, sem fazer qualquer tipo de revista, e, ao mesmo tempo, controlar a entrada de bebidas alcóolicas que não fossem da mesma marca da empresa patrocinadora da festa. "O que mais tinha era segurança… segurando a bebida do povo pra não entrar. Agora deixam entrar no show sem qualquer revista um cara armado…", provoca um dos comentários.

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